As cotações do milho em Chicago pouco se modificaram em relação à semana anterior, fechando o dia 21/05 em US$ 3,65/bushel.
Apesar de uma safra um pouco menor na projeção oficial dos EUA, ainda assim a futura colheita de milho nesse país, se o clima deixar, será muito grande. Com isso, a pressão fundamentalista continua baixista. Entretanto, a Informa Economics avança que a área a ser semeada com o cereal poderá ser menor do que a indicada pelo USDA, em seu relatório do dia 12, atingindo a 35,9 milhões de hectares. Isso em função de fatores climáticos atuais que estariam retardando o restante do plantio.
Todavia, a semeadura de milho nos EUA está boa, com 85% da área concluída até o dia 17/05, contra 75% na média histórica. O período ideal de plantio do cereal se encerra no dia 20/05 naquele país, enquanto o da soja vai até o dia 15/06.
Pelo sim ou pelo não, como sempre neste período do ano, o clima passa a ser o elemento central nos EUA. Qualquer problema nesta área reverte o quadro baixista nas cotações em Chicago.
Outro fator que ajudou a segurar as cotações nos atuais níveis foi à valorização do dólar durante a semana, fato que deixa as commodities estadunidenses mais caras, inibindo os preços. Diante disso, nem mesmo o anúncio de exportações semanais de 1,11 milhão de toneladas foi suficiente para recuperar as cotações. (cf. Safras & Mercado)
Na Argentina, a tonelada FOB ficou cotada em US$ 168,00 para maio, enquanto no Paraguai a mesma se manteve em US$ 112,50.
Aqui no Brasil, os preços se mantiveram estáveis, com viés de baixa. A média gaúcha fechou a semana em R$ 23,03/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 24,50 e R$ 25,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes ficaram entre R$ 13,50/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 26,00/saco na região de Concórdia (SC).
A título de comparação, no ano passado nesta época, o balcão gaúcho pagava R$ 24,67/saco na média semanal. Os lotes oscilavam entre R$ 25,50 e R$ 26,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes valiam de R$ 14,50 a R$ 15,00/saco no Nortão do Mato Grosso e de R$ 26,50 a R$ 27,50/saco em Santa Catarina.
Nos portos brasileiros, diante da valorização do Real na semana, a indicação de preços recuou para R$ 28,00/saco em Santos e R$ 27,00/saco em Paranaguá, para setembro e outubro.
No geral, o mercado brasileiro está travado, na expectativa de preços ainda mais baixos nas próximas semanas em decorrência da entrada de uma safrinha cheia (53 milhões de toneladas na estimativa). Para piorar o quadro conjuntural, os embarques de milho em maio estão praticamente zerados nos portos nacionais. (cf. Safras & Mercado)
Aliás, em termos de logística, diante do tamanho da safrinha, os problemas devem aumentar nos próximos meses. Apenas a partir de setembro (salvo parcialmente o porto de Santos) é que os portos brasileiros terão espaço para exportar milho de forma consistente, segundo estimativas divulgadas. (cf. Safras & Mercado)
Nesse momento, a safrinha já começa a ser colhida no Mato Grosso e a mesma estará paulatinamente realizando pressão baixista sobre o mercado nacional. Diante da iminência da entrada do produto brasileiro no mercado mundial, mesmo com os problemas portuários, os produtores estadunidenses começam a vender milho e soja, particularmente os da safra velha, ajudando a forçar para baixo as cotações em Chicago.
A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 41,15/saco para o produto dos EUA e R$ 39,45/saco para o produto argentino, ambos para maio. Já para junho o produto argentino ficou em R$ 41,63/saco. Na exportação, o disponível via Paranaguá (PR) registrou os seguintes valores: R$ 27,57/saco para maio; R$ 27,76 para junho; R$ 28,01 para julho; R$ 28,28 para agosto; R$ 28,22 para setembro; R$ 28,94 para outubro, novembro e dezembro. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA