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Análise Semanal do Mercado de Trigo – 23/Mai/2015

As cotações do trigo em Chicago se mantiveram firmes durante a semana, fechando a quinta-feira (21) em US$ 5,22/bushel. Lembramos que no início de maio o bushel chegou a registrar apenas US$ 4,64, ficando nos níveis mais baixos desde meados de 2010.

O suporte às cotações veio dos problemas climáticos que as lavouras estadunidenses enfrentaram nestes últimos dias, já que o excesso de umidade, frio fora de época e algumas geadas nas Planícies do país, nesse momento, não são bem-vindos.

O plantio do trigo de primavera chegou a 94% do total esperado até o dia 17/05, contra a média histórica de 65% para esta época do ano. Já nas lavouras de inverno, 65% estão em condições entre boas a excelentes, 31% regulares e 4% entre ruins a muito ruins.

Por sua vez, as vendas líquidas de trigo por parte dos EUA, na semana encerrada em 07/05, relativas ao ano 2014/15, somarem 115.400 toneladas. Para 2015/16 as mesmas chegaram a 142.000 toneladas, sendo 25.000 para o Brasil. Quanto às inspeções de exportação, na semana encerrada em 14/05 o volume atingiu a 309.562 toneladas. No acumulado do atual ano comercial, iniciado em 1º de junho/14, o volume atinge a 21,8 milhões de toneladas, contra 30,2 milhões em igual momento do ano anterior.

Ainda em termos mundiais, a Rússia confirmou a retirada da cobrança de um imposto de 35 euros/tonelada em suas exportações de trigo. Isso veio um mês e meio antes do previsto, tornando mais competitivo o produto local nas vendas externas.

Na Argentina, os portos locais viram seus preços recuarem mais um pouco, ficando entre US$ 220,00 e US$ 230,00/tonelada FOB. Com base nesse último valor, o produto argentino chega posto nos moinhos paulistas, aço câmbio de hoje, a R$ 874,00/tonelada, trazendo a paridade de importação, no interior do Paraná e do Rio Grande do Sul, respectivamente para R$ 768,00 e R$ 719,00/tonelada.

No mercado brasileiro, o balcão gaúcho voltou a subir para o trigo de qualidade superior (raro no Estado), atingindo a média de R$ 29,98/saco na semana. Os lotes fecharam a semana em R$ 580,00/tonelada ou R$ 34,80/saco. No Paraná, os lotes ficaram entre R$ 700,00 e R$ 730,00/tonelada, ou seja, entre R$ 42,00 e R$ 43,80/saco.

A título de comparação, o balcão gaúcho pagava, um ano atrás, o valor de R$ 34,22/saco, enquanto os lotes ficavam entre R$ 650,00 e R$ 660,00/tonelada (R$ 39,00 a R$ 39,60/saco). No Paraná, na oportunidade, os lotes giravam entre R$ 830,00 e R$ 840,00/tonelada (R$ 49,80 e R$ 50,40/saco). Ou seja, a defasagem de preço atual é de cinco a sete reais por saco em média.

No geral, o mercado brasileiro apresenta apenas negócios pontuais, com os moinhos abastecidos, havendo a entrada de produto dos vizinhos países do Mercosul. A valorização do Real, ao redor de R$ 3,00 por dólar, dá mais competitividade aos importadores. Apenas no Rio Grande do Sul, onde a oferta de produto de qualidade é escassa, os preços melhoraram um pouco, porém, ainda há trigo inferior para ser escoado.

Nesse momento, o cereal do Uruguai e do Paraguai, embora em quantidades pequenas ainda, entra no Brasil 1,5% e 4,5% respectivamente abaixo dos preços brasileiros. Já o produto argentino vem reduzindo a distância, e entrava no final de semana a 7% acima dos praticados no mercado interno brasileiro. O produto dos EUA ficava 15,5% e 24% acima, respectivamente para o produto macio e duro.

Enquanto o plantio no Paraná atingiu a 51% da área até meados desta terceira semana de maio, no Rio Grande do Sul a falta de umidade freia o plantio. O mesmo chegava a apenas 1% da área esperada. O Paraná confirma a tendência de um recuo de apenas 2% em sua área semeada com trigo, enquanto o Rio Grande do Sul projeta recuo ao redor de 20%. Em condições normais de clima o Paraná espera colher 4,07 milhões de toneladas, ou seja, 7% acima das 3,79 milhões registradas no ano passado.

Enfim, o governo brasileiro anuncia R$ 90 milhões para subvenção ao trigo, dentro do orçamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural 2015. O nível mínimo de cobertura oferecido pelas seguradoras das apólices de seguro rural para grãos, a serem contratadas na safra 2015/16, deverá ser de 60% sobre a produtividade estimada.

Fonte: CEEMA