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Análise Semanal do Mercado de Soja – 09/Jun/2015

As cotações da soja em Chicago, após recuarem para níveis de US$ 9,26/bushel para o primeiro mês cotado e US$ 9,01/bushel para novembro, no dia 1º de junho, se recuperaram no restante da semana, fechando a quinta-feira (04) em US$ 9,46 e US$ 9,24/bushel respectivamente. Mesmo assim, ficaram abaixo da média do mês de maio, que registrou US$ 9,58/bushel para o primeiro mês cotado e US$ 9,33/bushel para novembro.

O movimento de recuperação confirma que há uma resistência em romper o piso dos US$ 9,00/bushel, pelo menos por enquanto, embora o cenário fundamental, centrado na oferta e demanda mundial, continue muito negativo para as cotações.

A recuperação da semana se deu em cima de ajustes técnicos, alimentados por uma demanda um pouco maior pela soja dos EUA, após um recuo de 7% na mesma durante maio. Efetivamente, as exportações líquidas estadunidenses, no ano comercial 2014/15, iniciado em 1º de setembro passado, ficaram em 322.400 toneladas na semana encerrada em 21/05. A alta foi de 28% sobre a média das quatro semanas anteriores. O principal destino da soja foi a China, com 198.000 toneladas do total semanal. Já para 2015/16 as vendas líquidas chegaram a 355.100 toneladas. Por sua vez, as inspeções de exportação estadunidenses somaram 73.190 toneladas na semana encerrada em 28/05, acumulando um total de 46,96 milhões de toneladas, contra 42,1 milhões em igual momento do ano comercial passado.

Dois outros fatores auxiliaram para a recuperação das cotações da oleaginosa: o enfraquecimento do dólar, que torna o produto estadunidense mais competitivo, e a alta do petróleo no cenário internacional, fato que favorece a produção de biodiesel baseado em soja.

Dito isso, o plantio da nova safra dos EUA chegou a 71% da área esperada no dia 31/05, dentro do esperado pelo mercado e próximo da média histórica que é de 70% para esse período.

Para temperar as altas, notícias procedentes do analista privado Informa Economics confirmaram que a safra brasileira deverá ficar em 95,5 milhões de toneladas (a FC Stone avança 94 milhões), enquanto a Argentina chegaria a 60 milhões de toneladas. Um recorde histórico junto aos dois países, seguindo o que conquistou os EUA no final de 2014. Nesse sentido, segundo o governo argentino, até o final de maio a colheita local chegava a 95% da área total.

Vale destacar que a soja em Chicago encontra também apoio na forte elevação dos preços do óleo de soja devido a expectativa de uma safra menor em canola no Canadá e de óleo de palma na Malásia. A libra-peso do óleo de soja em Chicago chegou a 34,73 centavos de dólar durante esta primeira semana de junho, contra 29,54 centavos no final de janeiro passado. Em compensação, o farelo de soja em Chicago rompeu a resistência dos US$ 300,00/tonelada curta, fechando em US$ 296,60 no dia 1º de junho, valor que não era visto desde meados de dezembro de 2011.

Aqui no Brasil, com o Real voltando a se desvalorizar ao trabalhar ao redor dos R$ 3,18 por dólar, somado a recuperação de Chicago, permitiu que a primeira semana de junho fechasse em alta, com o balcão gaúcho atingindo a R$ 59,34/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 64,00 e R$ 64,50/saco. Já nas demais praças do país, os lotes oscilaram entre R$ 54,00/saco em Sapezal e Sorriso (MT) e R$ 62,00/saco em Maringá, Londrina e Pato Branco (PR).

Para a próxima safra, os lotes fecharam nas seguintes condições: R$ 68,00/saco FOB no interior do Rio Grande do Sul para maio/16; R$ 71,30/saco FOB Paranaguá (porto do Paraná) para março/abril; R$ 59,00/saco em Rondonópolis (MT) para fevereiro; R$ 57,00/saco em Dourados (MS) para fevereiro/março; R$ 62,00/saco para Rio Verde (GO) em fevereiro e R$ 60,50/saco na região de Brasília (DF) para abril; enfim, na Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins, respectivamente R$ 61,00; R$ 60,50; R$ 61,50 e R$ 59,00/saco.

Fonte: CEEMA