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Análise Semanal do Mercado do Milho – 18/Abr/2015

As cotações do milho em Chicago também recuaram após o relatório do USDA no dia 09/04. O bushel do cereal chegou a US$ 3,70 no dia 13/04, se recuperando um pouco nos dias seguintes, graças a ajustes técnicos, fechando a quinta-feira (16) em US$ 3,76.

A boa safra sul-americana, a lenta demanda mundial e um dólar forte no cenário internacional se mantêm como pontos negativos para as cotações. Além disso, as exportações de milho por parte dos EUA na semana anterior ficaram abaixo do esperado, registrando apenas 639.600 toneladas. Na semana seguinte as exportações aumentaram para 855.300 toneladas, porém, ainda insuficientes. Soma-se a isso o fato de as chuvas no Meio-Oeste estadunidense se apresentarem boas, propiciando um bom início de plantio da nova safra e contrariando expectativas anteriores. Mesmo assim, o mercado espera novos e melhores volumes de precipitações para garantir uma boa produção final. (cf. Safras & Mercado)

Nem mesmo o trigo, que se mantinha com cotações elevadas, se manteve firme na semana, fato que acabou forçando igualmente o milho para baixo.

Até o dia 05/04 o plantio do milho nos EUA chegava a 2% da área esperada, contra 5% na média histórica para o período. O mercado está atento a isso, pois até a primeira semana de maio a área semeada deverá ter alcançado 50% do total para ficar dentro da normalidade.

Enquanto isso, na Argentina, as estimativas de colheita passaram para 25,3 milhões de toneladas em milho e 59 milhões em soja. Ao mesmo tempo, nos EUA a produção de etanol se acomoda, não exercendo pressão altista sobre os preços do cereal.

Enfim, o mercado mundial não está encontrando no clima dos EUA, nesse momento, um suporte para altas no preço do milho.

Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB do cereal fechou a semana em US$ 168,00 e US$ 125,00 respectivamente.

Aqui no Brasil os preços se mantiveram estáveis, O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 23,65/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 26,50 e R$ 27,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 15,50/saco em Sapezal e Sorriso (MT) e R$ 28,00 a R$ 29,00/saco em Santa Catarina.

Em seu relatório do dia 10/04 a Conab estimou a safra de verão em 30,3 milhões de toneladas e a safrinha em 48,7 milhões de toneladas. Assim, a produção total brasileira poderá atingir algo entre 79 e 80 milhões de toneladas. Nesse momento, 98% da safrinha nacional foi semeada. Quanto à safra de verão, o Paraná já teria negociado 25% da mesma, enquanto para a safrinha o percentual alcance 12%. Por sua vez, a colheita no Rio Grande do Sul chegava a 82% da área semeada em meados de abril.

Para maio existe possibilidades de baixa nos preços, pois faltam fatores altistas de curto prazo no mercado. Além disso, existe pressão de venda no momento por parte dos produtores do cereal no Brasil.

Na BM&F o mês de maio tem suporte em R$ 27,10/saco, mas existe pressão baixista no mercado físico, podendo esta influenciar a Bolsa paulista. Assim, o quadro também aí é de baixa nas próximas semanas.

Em termos de safrinha, os preços praticados em Sorriso (MT) atingem hoje ao redor de R$ 15,00/saco, com produtores vendendo muito pouco até o momento. Em Goiás a safrinha gira entre R$ 19,00 e R$ 20,50/saco para entrega em agosto/setembro/outubro. (cf. Safras & Mercado) As chuvas estão muito boas para o desenvolvimento da atual lavoura da safrinha ou Segunda Safra.

Em termos de exportações, nos primeiros 15 dias de abril os embarques atingiam apenas 78.200 toneladas.

Enfim, a semana terminou com as importações, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 43,22/saco para o produto dos EUA e R$ 39,85/saco para o produto argentino, ambos para abril. Já para o mês de maio o valor do produto argentino ficou em R$ 41,69/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá ficou em R$ 28,55/saco para abril; R$ 28,42 para maio; R$ 28,49 para junho; R$ 29,02 para julho; R$ 28,88 para agosto; R$ 29,03 para setembro; R$ 29,39 para novembro; e R$ 29,39/saco para dezembro.

Fonte: CEEMA