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Análise Semanal do Mercado do Soja – 18/Abr/2015

As cotações da soja na semana, após o relatório de oferta e demanda do USDA do dia 09/04, recuaram bastante, atingindo os menores níveis desde outubro passado. O bushel chegou a ser cotado a US$ 9,48 no dia 13/04. Posteriormente, ajustes técnicos elevaram um pouco as cotações, puxados por especulações de maiores compras chinesas. Com isso, o fechamento desta quinta-feira (16) ficou em US$ 9,66/bushel.

Houve igualmente pressão baixista proveniente dos mercados do trigo e do milho, além da forte colheita sul-americana que avança para o seu final.

Ao mesmo tempo, as inspeções de exportação dos EUA atingiram a 450.317 toneladas na semana encerrada em 02/04. NO acumulado do ano comercial iniciado em 1º de setembro as mesmas alcançam 45,3 milhões de toneladas, contra 40,9 milhões em igual momento do ano anterior. Já as exportações líquidas estadunidenses atingem a 176.700 toneladas na semana do 02/04, para o ano comercial 2014/15. Quanto ao ano comercial 2015/16 as vendas atingiram a 502.400 toneladas, sendo considerado um volume baixo pelo mercado.

Deve-se considerar ainda que a área a ser semeada com soja nos EUA, a partir de maio, deverá ser a maior da história a julgar pela intenção de plantio de seus produtores. Tudo isso, portanto, pesa sobre Chicago e não permite recuperações de preços em um horizonte de médio prazo. Os aumentos que ocorrem são momentâneos e com pouca sustentação.

Ainda nos EUA, a Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) apontou um esmagamento de soja nos EUA, em março, de 4,43 milhões de toneladas. O número superou as expectativas do mercado, que esperava algo em torno de 4,23 milhões de toneladas. Essa foi uma das poucas notícias positivas para as cotações.

Por sua vez, a China deverá aumentar suas importações de soja em maio, junho e julho, para volumes entre 6,5 milhões e 7,5 milhões de toneladas. Em relação a março isso seria um aumento de 45%, quando as mesmas ficaram em 4,49 milhões de toneladas. Todavia, os chineses apresentam, no momento, menor demanda por farelo devido ao recuo no consumo deste insumo pelas granjas locais de suínos. (cf. Safras & Mercado). Além disso, as previsões de PIB para 2015, na China, voltaram a recuar, ficando agora em 6,8% de crescimento.

Paralelamente, na Argentina a colheita da atual safra atingiu a 20% na semana passada. Aqui no Brasil a mesma chegou a 83% da área no dia 10/04, sendo 98% no Mato Grosso, 95% no Paraná e 80% no Rio Grande do Sul.

A boa notícia para os brasileiros é que os prêmios nos portos nacionais, mesmo com a entrada da safra, se mantêm positivos. Os mesmos oscilaram entre 45 e 78 centavos de dólar por bushel nesta semana. Nos EUA os mesmos ficaram entre 71 e 73 centavos e na Argentina (Rosário) entre 35 e 55 centavos de dólar por bushel. Todavia o momento mais crítico será em maio e junho para o caso brasileiro.

No Brasil, com um câmbio que recuou para R$ 3,01 por dólar no dia 16/04, os preços da soja cederam mais um pouco, A média gaúcha no balcão ficou em R$ 60,22/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 63,50 e R$ 64,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes ficaram em R$ 54,50/saco em Chapadão do Sul e São Gabriel, no Mato Grosso do Sul, e a R$ 55,50/saco em Sapezal (MT). O mais alto preço foi registrado no norte e centro do Paraná com R$ 62,00/saco. Ou seja, em o Real se apreciando, diante de um Chicago em recuo, os preços nacionais igualmente recuam.

Segundo o último relatório da Conab (10/04) a safra brasileira de soja ficará em 94,3 milhões de toneladas, embora a produtividade média de algumas regiões venha sendo revisada para baixo. Além do Mato Grosso, é o caso do Rio Grande do Sul, onde a mesma tende a ficar em 48 sacos/hectare e não mais em 50 sacos como estimado anteriormente.

Fonte: CEEMA