As cotações do milho igualmente recuaram nesta semana, fechando a quinta-feira (23) em US$ 4,03/bushel, após US$ 4,30 na semana anterior.
O motivo principal esteve na melhoria do clima nos EUA e a boa qualidade das lavouras ali semeadas. Ao mesmo tempo, as vendas externas estadunidenses são baixas, enfrentando maior concorrência da Argentina e do Brasil, que praticam preços mais baixos do que os registrados no Golfo do México. Vale lembrar que a Argentina, na semana passada, autorizou mais 4 milhões de toneladas de milho para exportação. Enquanto isso, na semana anterior os EUA exportaram apenas 331.000 toneladas do cereal. Nem mesmo a melhoria das vendas externas na semana seguinte (passada), elevando o volume para 1,13 milhão de toneladas melhorou o quadro.
Afinal, as condições entre boas a excelentes, junto às lavouras estadunidenses de milho, subiram dois pontos percentuais até o dia 19/07, se fixando em 69% do total nesta situação. Ao mesmo tempo, 56% das mesmas estão em polinização, ficando dentro da média para o período.
Enfim, a previsão de clima positivo para os próximos 10 dias pressionou ainda mais o mercado, pois tal clima ajudará bastante o desenvolvimento da soja e o pendoamento do milho. (cf. Safras & Mercado)
Vale ainda destacar que, no final do mês, inicia-se o período dos chamados Crop Tours privados, o que poderá, dependendo dos dados recolhidos, dar maior volatilidade ao mercado.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB recuou nesta semana, fechando a mesma em US$ 175,00 e US$ 111,50 respectivamente.
Aqui no Brasil, os preços internos pouco se alteraram em relação às semanas anteriores. A média gaúcha no balcão ficou em R$ 22,73/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 27,00 e R$ 27,50/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes giraram entre R$ 15,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 28,00/saco na região de Videira e Campos Novos (SC).
O mercado brasileiro também entra em um momento de maior volatilidade, com forte viés baixista, pela entrada significativa da safrinha. A colheita da mesma se desenvolve bem, a partir da paralisação das chuvas em meados desta semana. Se por um lado Chicago e o câmbio tendem a elevar um pouco os preços locais, por outro lado a falta de logística para armazenagem, transporte e embarques do milho que vem sendo colhido puxa para baixo os preços. Nesse sentido, passadas três semanas de julho, as exportações brasileiras do cereal no mês somam apenas 416.200 toneladas, contra uma expectativa inicial de dois milhões de toneladas para todo o mês. Isso levou o mercado a ajustar as vendas externas de julho para apenas um milhão de toneladas, ou seja, uma redução de 50% na expectativa inicial.
Em termos da colheita da safrinha, segundo Safras & Mercado, o Mato Grosso já teria colhido 28% da área total e Goiás atingiria 18% até o dia 20/07. Ou seja, pelo menos para os próximos dois meses continuará a pressão baixista desta safrinha recorde, com o produto se acumulando nos armazéns e igualmente sendo depositados a céu aberto, sob lonas, em regiões do Centro-Oeste.
Nesse contexto, na BM&F os contratos mais longos, tipo novembro e janeiro próximos, ficam na dependência do ritmo da exportação e da disponibilidade do cereal no interior na virada do ano. (cf. Safras & Mercado)
Assim, alta nos preços tende a ser difícil, salvo se o país conseguir grandes volumes de embarques nos próximos meses, fato que desovaria os estoques importantes que vão se formando no momento.
Enfim, a importação brasileira, no CIF indústrias nacionais, fechou a semana com o produto oriundo dos EUA, para julho, valendo R$ 46,28/saco, enquanto o produto da Argentina ficou em R$ 42,93/saco. Já para agosto, o produto argentino registrou R$ 45,04/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, registrou os seguintes valores: R$ 29,97/saco para julho; R$ 30,14 para agosto; R$ 30,04 para setembro; R$ 30,76 para outubro; R$ 31,04 para novembro; R$ 31,02 para dezembro; R$ 32,09 para janeiro e R$ 33,00/saco para fevereiro/16. (cf. Safras & Mercado)
Fonte: CEEMA