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Análise Semanal do Mercado do Trigo – 27/Abr/2015

Trigo

A cotação do trigo em Chicago, após pequenas oscilações na semana, encerrou o dia 23/04 em US$ 4,97/bushel para o primeiro mês cotado, não muito distante dos US$ 4,94 da semana anterior.

Mesmo com o clima preocupando um pouco, o mercado não encontra suporte para novas altas no trigo nos EUA. Por enquanto, esperam-se volumes mais importantes de chuva para que a produção estadunidense venha a ser boa.

Paralelamente, as vendas líquidas estadunidenses de trigo, referentes ao ano comercial 2014/15, somaram 47.900 toneladas em 09/04, ficando 80% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Para 2015/16 o volume exportado chegou a 112.500 toneladas. Já as inspeções de exportação de trigo chegaram a 564.502 toneladas na semana encerrada em 16/04, acumulando no ano comercial, iniciado em 1º de junho, um total de 20.2 milhões de toneladas, contra 27,8 milhões em igual período do ano anterior.

Por outro lado, o Ministério da Agricultura da Rússia teria proposto retirar o imposto sobre a exportação de trigo que este país pratica. A retirada seria a partir de 1º de julho, quando inicia o novo ano comercial 2015/16. Tal imposto vem servindo para segurar o produto internamente e baixar a inflação local. Caso o mesmo seja retirado, as exportações russas tendem a aumentar, já que a nova safra deve ser importante.

Pelo lado da demanda, o Egito, maior importador mundial de trigo, anunciou a compra de 300.000 toneladas de trigo da França, Rússia e Romênia. O preço médio da tonelada seria de US$ 221,39 e a entrega do produto está prevista entre 5 e 10 de junho próximo. O governo egípcio espera comprar 3,7 milhões de toneladas de trigo até o final de setembro. (cf. Safras & Mercado)

Aqui na Argentina, os preços de exportação ficaram estáveis, com a tonelada girando entre US$ 200,00 e US$ 240,00 conforme o porto de embarque. Com base nesse último valor, o produto chegaria CIF aos moinhos paulistas ao redor de R$ 927,00/tonelada ao câmbio atual. Isso significa que a paridade de importação, no interior do Paraná e Rio Grande do Sul, ficariam respectivamente em R$ 820,00 e R$ 771,00/tonelada.

No Brasil, os negócios continuam lentos, embora os preços gaúchos sigam aumentando, conforme as projeções feitas há algumas semanas. A lentidão se deve à falta de produto de qualidade, além do encarecimento das importações de trigo devido ao câmbio. Por outro lado, a indústria nacional estaria bem estocada, devido a compras antecipadas. No entanto, o preço do trigo brasileiro continua abaixo do cereal importado, fato que deve levar a uma redução na área semeada deste ano, salvo se a recuperação do mesmo ocorra de forma mais rápida e significativa nas próximas semanas.

Em termos de preços, a semana fechou com o balcão gaúcho pagando R$ 28,25/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 650,00/tonelada ou R$ 39,00/saco. No Paraná, os lotes permaneceram entre R$ 700,00 e R$ 730,00/tonelada, ou seja, entre R$ 42,00 e R$ 43,80/saco. Na média, segundo Safras & Mercado, o mercado gaúcho apresenta um preço 27% superior ha um mês, enquanto no Paraná o ganho é de 12%.

Como as paridades de importação ainda estão elevadas existe espaço para novas altas do cereal no mercado brasileiro. Mas isso irá depender do câmbio daqui em diante. O problema é que existe pouco trigo de qualidade superior disponível, sobrando apenas produto da safra velha de boa qualidade, sem falar que os moinhos estão abastecidos. Atualmente, pela paridade de importação, o trigo argentino está chegando 12,5% acima dos preços praticados no mercado brasileiro, enquanto o produto dos EUA chega 22% acima para o trigo duro e 17% para o trigo macio. Já o trigo do Uruguai chega 1,8% abaixo de nosso preço, porém, sua qualidade está muito baixa, pouco interessando aos moinhos brasileiros. (cf. Safras & Mercado)

Fonte: CEEMA