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Análise Semanal do Mercado do Trigo – 09/Jun/2015

As cotações do trigo em Chicago, após recuarem para US$ 4,77/bushel no final de maio, fecharam o dia 04/06 em franca recuperação, atingindo a US$ 5,23/bushel. A média de maio ficou em US$ 4,90.

Além dos tradicionais ajustes técnicos diante das baixas havidas anteriormente, há inquietudes de que as novas chuvas sobre as regiões produtoras dos EUA possam ter causado nos prejuízos e provocado maior incidência de doenças, prejudicando a qualidade do produto a ser colhido.

Paralelamente, as vendas líquidas de trigo por parte dos EUA, na semana encerrada em 21/05, chegaram a 42.500 toneladas para o ano comercial 2014/15, iniciado em 1º de junho/14. Houve importante recuo em relação à média das quatro semanas anteriores. Para o ano de 2015/16 o volume ficou em 253.600 toneladas. Já as inspeções de exportação dos EUA chegaram a 359.693 toneladas na semana encerrada em 28/05. No acumulado do ano comercial 2014/15, iniciado em 1º de junho, o total chega a 22,6 milhões de toneladas inspecionadas, contra 31,3 milhões na mesma época do ano anterior.

Ao mesmo tempo, segundo o USDA, em 31/05 cerca de 44% das atuais lavouras de trigo de inverno dos EUA se apresentavam em condições entre boas a excelentes, contra 36% regulares e 20% entre ruins a muito ruins. Já 71% das lavouras de trigo de primavera estavam entre boas a excelentes condições, 25% regulares e 4% ruins a muito ruins.

Na Argentina, o plantio da nova safra de trigo chegava a 4,3% da área esperada, que é de 4,1 milhões de toneladas em 2015/16.

Enquanto isso, no Paraná o plantio atingia a 61% da área esperada, sendo que 96% das lavouras estão entre boas a excelentes. Já no Rio Grande do Sul o plantio atingia a 15% da área, contra 20% na média histórica neste início de junho.

Quanto aos preços nos portos argentinos, a tonelada FOB iniciou junho valendo entre US$ 190,00 e US$ 235,00, enquanto no Uruguai a mesma esteve entre US$ 190,00 e US$ 205,00, e no Paraguai entre US$ 190,00 e US$200,00. Em relação há um ano, os atuais preços são entre 37% e 49% mais baixos, dependendo da localização do produto.

Por sua vez, os preços no mercado brasileiro se estabilizaram, após as altas das últimas semanas. O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 29,22/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 580,00/tonelada ou R$ 34,80/saco. Já no Paraná os lotes atingiram valores entre R$ 650,00 e R$ 700,00/tonelada, ou seja, entre R$ 39,00 e R$ 42,00/saco.

De uma forma geral o mercado nacional está estável, pois há baixa liquidez e as indústrias se mantêm abastecidas. No curto prazo, apenas a nova desvalorização do Real nestes últimos dias poderá oferecer uma pressão de alta devido ao encarecimento das importações do cereal que ela provoca.

Entretanto, o trigo do Paraguai, mesmo que em volumes diminutos, voltou a ficar mais competitivos, enquanto os moinhos brasileiros têm reduzido a moagem de trigo devido às dificuldades em negociar a farinha. Além disso, estas empresas esperam a entrada da nova safra, em setembro.

Enfim, com o câmbio acima de R$ 3,00 o trigo brasileiro fica mais competitivo no cenário internacional. Mesmo assim, as importações do produto se mantêm firmes, sendo que em maio o país comprou no exterior 430.500 toneladas, ou seja, 5,9% acima do adquirido em abril.

Fonte: CEEMA