Home » Publicações » Agronegócio » MILHO – Análise semanal do mercado – 26/Jul/2013

MILHO – Análise semanal do mercado – 26/Jul/2013

Comentários referentes ao período entre 19/07/2013 a 25/07/2013

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Prof. Ms. Emerson Juliano Lucca²
Guilherme Gadonski de Lima³

As cotações do milho em Chicago continuaram recuando durante esta semana, fechando a quinta-feira (25) em US$ 4,96/bushel após US$ 5,41 uma semana antes.

O clima nos EUA é o único elemento que pode reverter o quadro de baixa em Chicago. Todavia, por enquanto o mesmo transcorre bem e a tendência de safra cheia naquele país se mantém. Com isso, o primeiro mês rompeu o piso de US$ 5,00/bushel enquanto a cotação de dezembro/13 já caminha para romper o piso de US$ 4,00/bushel.

Enquanto isso, as condições das lavouras, no dia 21/07, apontavam 64% entre boas a excelentes, com 3 pontos percentuais abaixo da semana anterior. Todavia, os dados não estariam contabilizando as chuvas ocorridas naquele final de semana. Assim, o mercado espera uma melhora neste percentual quando do relatório relativo ao dia 28/07. A polinização das lavouras de milho nos EUA chegava a 47%, fato que deixa as mesmas muito dependentes da chuva. Todavia, tais chuvas estão ocorrendo normalmente e o mercado continua trabalhando com safra cheia nos EUA.

Já na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB não se alterou, fechando a semana em US$ 225,00 e US$ 127,50 respectivamente.

No mercado brasileiro, os preços continuam cedendo lentamente nas regiões onde não há safrinha, e de forma mais rápida lá aonde a safrinha vem sendo colhida. Assim, o balcão gaúcho se manteve em R$ 23,74/saco, na média da semana, enquanto os lotes ficaram entre R$ 26,00 e R$ 26,50/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 9,00 e R$ 9,50 no Nortão do Mato Grosso e R$ 25,00/saco no oeste de Santa Catarina.

As fortes geadas e mesmo neve no Paraná não deverão ter efeito sobre a safrinha de milho, pois a mesma já está em fase de colheita na maioria dos locais. O estrago, no entanto, poderá ser severo no trigo paranaense.

Por sua vez, no Mato Grosso o mercado se movimenta ao sabor dos leilões de Pepro do governo. Um leilão de opção ocorrido na semana anterior negociou apenas 64% da oferta, pois há falta de espaço nos armazéns da região. Já o leilão de Pepro negociou toda a oferta, com prêmios de R$ 3,99 para Sinop e R$ 3,53 para Sorriso. Os negócios de Pepro ocorreram a R$ 9,50/saco na região de Sorriso. Diante da grande necessidade de escoamento da produção recorde, os negócios tendem a avançar fora do Pepro daqui em diante. A realidade do Centro-Oeste em geral e do Mato Grosso em particular é de colheita avançando, armazéns lotados, preços em queda e dificuldades de escoamento da produção. Tradings estariam oferecendo entre R$ 9,00 e R$ 9,50/saco para agosto/setembro no Nortão mato-grossense. Mais ao sul do país, o milho do Paraguai começa a atender a demanda local. (cf. Safras & Mercado)

A tendência geral continua sendo de preços mais baixos até o final do ano, pois a colheita da safrinha não chegou ainda a 50% e já há milho sobrando nas regiões produtoras. Especialmente porque as exportações se mantêm em dificuldades enormes e sem grandes perspectivas.

Nesse sentido, os embarques em julho, passadas as três primeiras semanas do mês, chegam a apenas 408.000 toneladas, embora haja nomeações de navios para 1,5 milhão de toneladas. Na prática, por problemas logísticos conhecidos, os embarques não conseguem avançar. Nesse contexto, em Chicago recuando ainda mais e os prêmios no Brasil negativos, os preços do cereal podem ainda ser mais baixos no último trimestre do ano, em relação ao calculado inicialmente. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, a semana terminou com a importação, CIF indústrias brasileiras, registrando R$ 40,62/saco para o produto dos EUA e R$ 38,66 para o produto argentino, ambos para agosto. Já pra setembro, o produto argentino ficou em R$ 35,31. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 24,01/saco para agosto; R$ 23,99 para setembro; R$ 22,86 para outubro; R$ 23,10 para novembro; R$ 23,17 para dezembro; R$ 23,31 para janeiro/14; R$ 23,92 para fevereiro; e R$ 22,76/saco para março.

¹  Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
²  Professor, Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.
³ Estudante do Curso de Economia da UNIJUI – Bolsista PET-Economia.