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Análise Semanal do Mercado do Milho – 24/Jul/2015

As cotações do milho igualmente recuaram nesta semana, fechando a quinta-feira (23) em US$ 4,03/bushel, após US$ 4,30 na semana anterior.

O motivo principal esteve na melhoria do clima nos EUA e a boa qualidade das lavouras ali semeadas. Ao mesmo tempo, as vendas externas estadunidenses são baixas, enfrentando maior concorrência da Argentina e do Brasil, que praticam preços mais baixos do que os registrados no Golfo do México. Vale lembrar que a Argentina, na semana passada, autorizou mais 4 milhões de toneladas de milho para exportação. Enquanto isso, na semana anterior os EUA exportaram apenas 331.000 toneladas do cereal. Nem mesmo a melhoria das vendas externas na semana seguinte (passada), elevando o volume para 1,13 milhão de toneladas melhorou o quadro.

Afinal, as condições entre boas a excelentes, junto às lavouras estadunidenses de milho, subiram dois pontos percentuais até o dia 19/07, se fixando em 69% do total nesta situação. Ao mesmo tempo, 56% das mesmas estão em polinização, ficando dentro da média para o período.

Enfim, a previsão de clima positivo para os próximos 10 dias pressionou ainda mais o mercado, pois tal clima ajudará bastante o desenvolvimento da soja e o pendoamento do milho. (cf. Safras & Mercado)

Vale ainda destacar que, no final do mês, inicia-se o período dos chamados Crop Tours privados, o que poderá, dependendo dos dados recolhidos, dar maior volatilidade ao mercado.

Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB recuou nesta semana, fechando a mesma em US$ 175,00 e US$ 111,50 respectivamente.

Aqui no Brasil, os preços internos pouco se alteraram em relação às semanas anteriores. A média gaúcha no balcão ficou em R$ 22,73/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 27,00 e R$ 27,50/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes giraram entre R$ 15,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 28,00/saco na região de Videira e Campos Novos (SC).

O mercado brasileiro também entra em um momento de maior volatilidade, com forte viés baixista, pela entrada significativa da safrinha. A colheita da mesma se desenvolve bem, a partir da paralisação das chuvas em meados desta semana. Se por um lado Chicago e o câmbio tendem a elevar um pouco os preços locais, por outro lado a falta de logística para armazenagem, transporte e embarques do milho que vem sendo colhido puxa para baixo os preços. Nesse sentido, passadas três semanas de julho, as exportações brasileiras do cereal no mês somam apenas 416.200 toneladas, contra uma expectativa inicial de dois milhões de toneladas para todo o mês. Isso levou o mercado a ajustar as vendas externas de julho para apenas um milhão de toneladas, ou seja, uma redução de 50% na expectativa inicial.

Em termos da colheita da safrinha, segundo Safras & Mercado, o Mato Grosso já teria colhido 28% da área total e Goiás atingiria 18% até o dia 20/07. Ou seja, pelo menos para os próximos dois meses continuará a pressão baixista desta safrinha recorde, com o produto se acumulando nos armazéns e igualmente sendo depositados a céu aberto, sob lonas, em regiões do Centro-Oeste.

Nesse contexto, na BM&F os contratos mais longos, tipo novembro e janeiro próximos, ficam na dependência do ritmo da exportação e da disponibilidade do cereal no interior na virada do ano. (cf. Safras & Mercado)

Assim, alta nos preços tende a ser difícil, salvo se o país conseguir grandes volumes de embarques nos próximos meses, fato que desovaria os estoques importantes que vão se formando no momento.

Enfim, a importação brasileira, no CIF indústrias nacionais, fechou a semana com o produto oriundo dos EUA, para julho, valendo R$ 46,28/saco, enquanto o produto da Argentina ficou em R$ 42,93/saco. Já para agosto, o produto argentino registrou R$ 45,04/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, registrou os seguintes valores: R$ 29,97/saco para julho; R$ 30,14 para agosto; R$ 30,04 para setembro; R$ 30,76 para outubro; R$ 31,04 para novembro; R$ 31,02 para dezembro; R$ 32,09 para janeiro e R$ 33,00/saco para fevereiro/16. (cf. Safras & Mercado)

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado do Trigo – 24/Jul/2015

As cotações do bushel de trigo em Chicago, após terem atingido US$ 6,14 em 30/06, entraram em um processo de recuo durante todo o mês de julho, passando para US$ 5,86 no dia 13/07; US$ 5,62 uma semana atrás; e fechando este dia 23/07 em US$ 5,21, após US$ 5,16/bushel na véspera.

A entrada da nova safra, revista para cima em volume no relatório do dia 10/07, associada ao enfraquecimento gradual das compras do produto estadunidense, força a baixa nas cotações do cereal.

Nesse sentido, as vendas líquidas estadunidenses de trigo, para o ano 2015/16, iniciado em 1º de junho, somaram 291.500 toneladas, ficando 16% abaixo do registrado na semana anterior e abaixo das expectativas do mercado. O principal comprador foi as Filipinas, com 57.000 toneladas. Já as inspeções de exportação estadunidenses chegaram a 489.089 toneladas na semana encerrada em 16 de julho. No acumulado do ano comercial 2015/16, iniciado em 1º de junho, o volume soma 2,37 milhões de toneladas, contra 3,25 milhões em igual período do ano anterior.

Por sua vez, até o dia 19/07, a colheita do trigo de inverno chegava a 75%, ficando dentro da média histórica. Já as lavouras de primavera apresentavam, na mesma data, 70% em condições boas a excelentes, 23% regulares e 7% entre ruins a muito ruins.

Pelo lado da demanda mundial, destaque para compras do Egito, maior importador mundial de trigo, num total de 175.000 toneladas junto à Rússia, com embarques previstos entre 1º e 10 de setembro.

Nos portos argentinos, o produto FOB para exportação se manteve com preços entre US$ 190,00 e US$ 245,00/tonelada. Ao mesmo tempo, o Uruguai registrou valores entre US$ 190,00 e US$ 205,00/tonelada, enquanto o Paraguai conservou o patamar de US$ 190,00 a US$ 200,00/tonelada.

No mercado brasileiro, apesar de haver espaço para altas de preços, o comportamento geral não caminha nesse sentido. A semana fechou com o balcão gaúcho pagando apenas R$ 27,96/saco na média, enquanto os lotes se mantiveram em R$ 500,00/tonelada ou R$ 30,00/saco. No Paraná, os lotes igualmente estacionaram entre R$ 650,00 e R$ 680,00/tonelada, ou seja, entre R$ 39,00 e R$ 40,80/saco.

Na prática o ritmo continua lento no mercado brasileiro e nem mesmo a nova desvalorização do Real mudou tal comportamento. O produto do Paraguai chega em nossos portos 0,5% mais caro do que o valor nacional, enquanto o argentino chega 12% mais elevado e o estadunidense ao redor de 24% mais caro.

Por sua vez, enquanto o plantio argentino atingiu a 89% da área total esperada até o dia 20/07, o Paraná encerrou o mesmo e o Rio Grande do Sul praticamente não avançou devido as intempéries, ficando ao redor de 83% da área esperada. A redução de área no Rio Grande do Sul, nesse contexto, poderá superar os 23% atualmente calculados. Nesse contexto, a produção nacional dificilmente chegará a 6 milhões de toneladas nesta ano, embora dados mais otimistas chegam a prever 7 milhões de toneladas. É preciso lembrar que o excesso de chuvas, o calor anormal para a época, granizo, ventos e outros problemas têm prejudicado muito as lavouras paranaenses e gaúchas do cereal, comprometendo igualmente a qualidade do produto a ser colhido.

Enfim, os moinhos nacionais continuam com os mesmos problemas para o escoamento da farinha produzida, fato que mantém o mercado nacional com baixa liquidez devido a retração dos mesmos nas compras. A espera é pela nova safra, a se iniciar em setembro no Paraná, quando a tendência, na arrancada, pode ser de preços ainda menores, embora no médio prazo, devido aos problemas de produção nacional, tais preços possam melhorar graças a desvalorização cambial.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Soja – 17/Jul/2015

Com a melhoria do clima nos EUA, a vedete da semana junto à Bolsa de Chicago foi o relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado no dia 10/07. Para surpresa da maioria dos especuladores na Bolsa, o referido relatório veio baixista para as cotações. Todavia, o mercado luta contra a realidade da safra e procura manter os preços artificialmente elevados. Com isso, o bushel de soja não recuou muito na semana, fechando esta quinta-feira (16) em US$ 10,19, após US$ 10,37 uma semana antes e US$ 10,25 no dia 15/07 (lembrando que a partir desta última data o mês de agosto passou a ser o primeiro mês cotado.

O relatório do USDA indicou uma safra maior para os EUA, com um volume projetado agora de 105,7 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais para 2015/16 foram reduzidos para 11,6 milhões de toneladas. Para o ano anterior, os estoques finais foram revistos para 6,9 milhões de toneladas o que deu um pouco de suporte de curto prazo ao mercado. Nesse contexto, o preço médio projetado ao produtor estadunidense, no ano de 2015/16, subiu um pouco, ficando entre US$ 8,50 e US$ 10,00/bushel, indicando que as atuais cotações têm espaço para um recuo até importante em caso de colheita normal nos EUA (a partir de final de setembro). A média fica em US$ 9,25/bushel, contra US$ 10,05 em 2014/15 e US$ 13,00/bushel em 2013/14.

Em termos mundiais, o relatório elevou a produção total para 318,9 milhões de toneladas, com um aumento de quase 1,5 milhão em relação a junho, enquanto reduziu para 91,8 milhões de toneladas os estoques finais mundiais para 2015/16. Uma redução de 1,4 milhão de toneladas em relação a junho, lembrando que em relação ao ano anterior os mesmos aumentam 10,1 milhões de toneladas. A produção brasileira e argentina foram mantidas respectivamente em 97 milhões e 57 milhões de toneladas, enquanto as importações chinesas ficaram em 77,5 milhões de toneladas, portanto, sem alterações.

Como o mercado está contestando parcialmente os números de safra do USDA, Chicago ainda se manteve aquecido, porém, com forte potencial de baixa futura caso o relatório do USDA, em 12 de agosto, não confirme a redução esperada na safra e nos estoques.

Por enquanto, a qualidade das lavouras está dentro da normalidade, com 62% entre boas a excelentes, 27% regulares e 11% entre ruins a muito ruins (dados de 12/07).

No curto prazo, também pesou para impedir novas altas em Chicago a firmeza do dólar diante da crise grega e chinesa. Todavia, com os acordos neste final de semana na Europa e a ação do governo chinês em sua economia, as tensões diminuíram e o câmbio deve retornar à normalidade no front externo.

Por sua vez, a Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) informou que o esmagamento de soja atingiu 3,87 milhões de toneladas em junho, sendo recorde para o mês, embora menores do que os vistos em maio.

Pelo lado da demanda, a China teria comprado 24,7 milhões de toneladas de soja do Brasil no primeiro trimestre de 2015. Isso representou uma alta de 4% sobre o mesmo período do ano anterior. Já os embarques brasileiros de soja no primeiro semestre deste ano ficaram em 32,2 milhões de toneladas, ou seja, 1% acima dos registrados no ano passado no mesmo período.

Quanto aos prêmios nos portos brasileiros, os mesmos terminaram a semana entre 59 e 91 centavos de dólar por bushel, para agosto. No Golfo do México (EUA), os mesmos ficaram entre 70 e 71 centavos. Já na Argentina, o porto de Rosário registoru 45 a 70 centavos de dólar por bushel.

No mercado brasileiro, os preços se mantiveram firmes, graças também a um câmbio que, mesmo recuando em relação a semana anterior, manteve o Real bem desvalorizado, terminando a semana ao redor de R$ 3,13 por dólar. Assim, o preço médio no balcão gaúcho ficou em R$ 63,94/saco, enquanto os lotes se estabilizaram entre R$ 70,50 e R$ 71,00/saco. Já nas demais praças nacionais, os lotes giraram entre R$ 55,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 69,00/saco na região de Pato Branco (PR).

Quanto aos preços futuros, o mercado seguiu convidativo para vendas antecipadas em busca de uma média elevada para a próxima safra. O FOB interior gaúcho, para maio, ficou em R$ 70,50/saco, enquanto no Paraná, o porto de Paranaguá, para março/abril se manteve em R$ 73,50/saco. No Mato Grosso, para fevereiro/março o preço girou ao redor de R$ 62,00/saco em Rondonópolis. Já no Mato Grosso do Sul, a região de Dourados igualmente fixou o mesmo preço para o período, enquanto em Goiás, a região de Rio Verde estabeleceu R$ 63,00/saco. O entorno de Brasília ficou igualmente em R$ 63,00/saco para abril. Enfim, na Bahia (Barreiras), Maranhão (Balsas), Piauí (Uruçuí) e Tocantins (Pedro Afonso) os valores, para maio, registraram respectivamente R$ 65,00; R$ 62,50; R$ 63,50 e R$ 61,00/saco. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Milho – 17/Jul/2015

As cotações do milho em Chicago, igualmente pressionadas por forte especulação, continuaram subindo durante a semana, fechando o dia 16/07 em US$ 4,30/bushel, após US$ 4,21 uma semana antes. Assim como no caso da soja, não há elementos altistas que sustentem tamanho comportamento, particularmente porque a melhora do clima faz a polinização do cereal estadunidense caminhar muito bem. Entretanto, os números um pouco menores do relatório de oferta e demanda do USDA deram a sustentação necessária às cotações neste curto prazo.

Assim, a futura safra estadunidense, a ser colhida a partir de setembro, está agora projetada em 343,7 milhões de toneladas, com uma redução de 3,4 milhões em relação a junho. Já os estoques finais ficaram em 40,6 milhões de toneladas, perdendo 4,3 milhões de toneladas. Com isso, o preço médio ao produtor dos EUA, para 2015/16, ficou entre US$ 3,45 e US$ 4,05/bushel, indicando que os atuais níveis em Chicago estão elevados e, igualmente, tendem a recuar em caso de colheita normal naquele país.

Em termos mundiais, o relatório apontou uma safra global de 987,1 milhões de toneladas (2,2 milhões a menos do que em junho), enquanto os estoques finais mundiais ficariam em 189,9 milhões de toneladas, com cerca de 5 milhões a menos do que o indicado em junho. Mesmo assim, são estoques expressivos, pois para 2014/15 os mesmos estão indicados em 193,9 milhões e dois anos atrás em 174,7 milhões de toneladas. A produção brasileira de milho foi aumentada para 77 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina permaneceu em 25 milhões. O Brasil deverá exportar 23 milhões de toneladas em 2015/16 segundo o USDA.

Dito isso, o clima normalizou nos EUA e as lavouras se desenvolvem muito bem. No geral, tanto para a soja quanto para o milho o clima nos EUA está bom e o excesso de chuvas anterior não deve ter provocado grandes estragos. No caso da soja, houve tempo para replantio, inclusive.

Além disso, os preços de Chicago estariam desconsiderando a grande oferta sul-americana de milho, aumentada agora por uma safrinha brasileira que deverá atingir entre 56 e 57 milhões de toneladas e que está em plena colheita.

No curto prazo, as exportações semanais de milho, em 535.000 toneladas na semana anterior e um milhão de toneladas na última semana, deram um fôlego adicional aos preços. Mas, em não havendo ajustes para baixo no próximo relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 12/08, a tendência é de as cotações do cereal recuarem em Chicago. Especialmente porque a polinização se dá em condições muito boas e as condições das lavouras chegam a 69% entre boas a excelentes até o dia 12/07.

Por sua vez, a Argentina liberou mais 7 milhões de toneladas de milho para exportação, após as 11,5 milhões liberadas ainda no ano passado. Essa pressão de oferta, somada a entrada brasileira no mercado exportador com maior ímpeto no segundo semestre, pode ajudar a frear as altas dos preços mundiais do cereal.

Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB de milho teve seu preço um pouco melhorado, passando a mesma para US$ 187,00 e US$ 120,00 respectivamente.

No mercado brasileiro, os preços médios gaúchos permaneceram estáveis, com o balcão fechando a semana em R$ 22,13/saco. Já os lotes ficaram entre R$ 27,00 e R$ 28,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 15,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 28,00/saco nas regiões catarinenses de Videira e Campos Novos.

Na BM&F a evolução dos preços dependerá da composição entre o câmbio no Brasil e o comportamento das cotações em Chicago. As fortes chuvas em boa parte das regiões produtoras da safrinha, especialmente no Paraná, onde houve estragos importantes, atrasaram a colheita, porém, a oferta foi mantida pelo milho do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul particularmente.

Há possibilidades de o preço ceder mais um pouco nas semanas vindouros diante da pressão de colheita da safrinha e da fraca liquidez para exportação no momento. Nesse último caso, nos primeiros 15 dias de julho nossas vendas externas de milho somaram apenas 67.700 toneladas quando o mercado espera 2 milhões de toneladas no total mensal.

Assim, mesmo com a pressão altista do momento, há fatores de mercado que não podem ser ignorados apontando para um recuo nos preços. Além da colheita recorde total, que deve levar a produção final nacional para algo entre 81 e 83 milhões de toneladas (existem analistas apontando mesmo 85 milhões de toneladas), da forte safrinha que está sendo colhida, e dos baixos embarques na exportação até o momento, deve somar a falta de logística para se absorver o volume de produção que vem entrando no mercado e que deverá ainda durar 70 dias. No Mato Grosso, por exemplo, há filas de caminhões nos armazéns para desembarque, enquanto o produto volta a ser estocado sob lonas, a céu aberto por falta de armazéns. (cf. Safras & Mercado)

No curto prazo, o ritmo da colheita em função do clima e a fixação de vendas por parte dos produtores é que deverão definir o comportamento dos preços do milho nacional.

A semana terminou com a importação, no CIF indústria brasileira, valendo R$ 47,27/saco para o produto dos EUA e R$ 44,49/saco para o produto da Argentina. Para agosto, o produto argentino ficou em R$ 46,38/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá atingiu os seguintes valores: R$ 30,63/saco para julho; R$ 30,61 para agosto; R$ 30,60 para setembro; R$ 31,74 para outubro; R$ 32,08 para novembro; R$ 31,95 para dezembro; R$ 33,03 para janeiro e R$ 33,34/saco para fevereiro. (cf. Safras & Mercado)

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Trigo – 17/Jul/2015

As cotações do trigo em Chicago cederam um pouco durante esta semana, fechando o dia 16/07 em US$ 5,62/bushel, após US$ 5,72 uma semana antes.

O relatório de oferta e demanda do USDA não trouxe grandes novidades para esse mercado. A produção dos EUA foi até aumentada, ficando agora em 58,5 milhões de toneladas na projeção (isso, apesar dos problemas climáticos que atingiram muitas lavouras locais), enquanto os estoques finais para 2015/16 chegaram a 22,9 milhões de toneladas, ganhando 800.000 toneladas em relação a junho. O preço médio ao produtor estadunidense, para o novo ano comercial, ficou entre US$ 4,75 e US$ 5,75/bushel, ganhando 35 centavos de dólar em relação a junho, contra US$ 5,99 em 2014/15 e US$ 6,87 em 2013/14. Tal indicativo de preço mostra que há um pequeno espaço para um recuo nas cotações atuais, embora possivelmente pouco expressivo.

Em termos mundiais, a produção total está agora estimada em 722 milhões de toneladas, sem grandes mudanças sobre o indicado em junho, enquanto os estoques finais mundiais, para 2015/16, foram aumentados para 219,8 milhões de toneladas, confirmando o viés baixista que esse mercado possui. Em 2014/15 os estoques finais ficariam em 212,1 milhões e dois anos atrás em 193,5 milhões de toneladas.

Dito isso, as vendas líquidas estadunidenses de trigo, na semana encerrada em 02/07, atingiram a 345.900 toneladas para o ano 2015/16 iniciado em 1º de junho. Enquanto isso, as inspeções de exportação chegaram a 249.787 toneladas na semana encerrada em 09/07, acumulando 1,86 milhão de toneladas, contra 2,72 milhões em igual período do ano anterior.

Ao mesmo tempo, até 12/07, a colheita do trigo de inverno nos EUA atingia a 65% da área, contra 68% na média histórica para a época. Já as lavouras de primavera apresentavam 71% entre boas a excelentes, 23% regulares e 6% entre ruins a muito ruins. No geral, a qualidade das mesmas melhorou um pouco em relação a semana anterior.

Nos portos do Mercosul a tonelada FOB de trigo manteve o preço das semanas anteriores. Na Argentina, a mesma oscilou entre US$ 190,00 e US$ 245,00, enquanto no Uruguai ficou entre US$ 190,00 e US$ 205,00, e no Paraguai entre US$ 190,00 e US$ 200,00.

No mercado brasileiro, os negócios continuam relativamente parados, com pouca liquidez e com os moinhos abastecidos. Esse fato provoca recuo nos preços médios. O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 28,23/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 500,00/tonelada, ou seja, R$ 30,00/saco. Já no Paraná os lotes giraram entre R$ 650,00 e R$ 680,00/tonelada, ou seja, entre R$ 39,00 e R$ 40,80/saco.

O plantio, que atingia a 97% no Paraná e 80% no Rio Grande do Sul na semana passada, pouco evoluiu durante esta semana devido ao excesso de chuvas, inundações, granizo e temporais de diversas intensidades. Nesse sentido, muitas lavouras, especialmente no Paraná, tiveram sua qualidade totalmente comprometida. Esse fato deverá reduzir ainda mais a projeção de produção futura, assim como a oferta de produto de qualidade no final do ano. Ou seja, o potencial de aumento de preços internos para o próximo ano subiu.

Enquanto isso, devido a alta externa e a um câmbio que se manteve ao redor de R$ 3,13 por dólar, as importações igualmente avançam menos. Em junho, segundo a SECEX, o país importou 416.500 toneladas de trigo, contra 430.500 em maio. Mesmo assim, ficaram acima da média para o mês, que é de 409.400 toneladas. Cerca de 90% das mesmas procederam da Argentina, 9% do Paraguai e 27% do Uruguai. Nos últimos 12 meses encerrados em junho, a Argentina exportou 47,9% do trigo comprado pelo Brasil, enquanto os EUA ficaram com 32,3% e o Uruguai com 10,2%. O principal destino das importações nacionais foi São Paulo, com 21,3%, seguido da Bahia com 12,7%, Paraná com 11,9%, Pernambuco e Ceará com 12% cada um, e o Pará com 10%. (cf. Safras & Mercado)

A tendência, no curto e médio prazo, é de pouca movimentação nos preços nacionais na medida em que os moinhos, abastecidos, esperam a nova safra brasileira, a ser iniciada em setembro. Todavia, a mesma, além de menor, poderá vir com qualidade mais uma vez comprometida. Afora as intempéries já vividas nestas últimas semanas, os meteorologistas estariam indicando que o El Niño deste ano poderá ser o mais forte dos últimos 50 anos. Isso colocaria em xeque as lavouras tritícolas do sul do país, pelo excesso de chuvas, granizo e temporais decorrentes deste fenômeno.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado da Soja – 10/Jul/2015

As cotações da soja em Chicago oscilaram muito nesta semana. Depois de devolverem boa parte dos ganhos especulativos da semana anterior (US$ 10,01/bushel no fechamento do dia 07/07), o encerramento das operações desta quinta-feira (09) voltou a ser firme, ficando em US$ 10,37/bushel, enquanto novembro ficou em US$ 10,15.

O primeiro fator que causou o recuo é o sentimento, como alertamos, de que o clima não está, por enquanto, prejudicando efetivamente as lavouras estadunidenses. O máximo que se tem é um atraso pequeno no plantio, porém, bastou o anúncio de um clima mais seco nestes dias para que as projeções indicassem a possibilidade concreta de conclusão de tal plantio. Em segundo lugar, as exportações de soja dos EUA estão muito fracas, decepcionando o mercado. Em terceiro lugar, tanto a Argentina quanto o Brasil anunciaram uma safra recorde em 2014/15. O primeiro país apontando 61 milhões de toneladas enquanto a Conab brasileira revia o volume final nacional para 96,2 milhões de toneladas nesta última colheita. Enfim, a redução no volume de chuvas para a segunda quinzena de julho nos EUA tende a recuperar as condições das lavouras de verão daquele país. Vale ainda lembrar que a crise da economia grega, levando o plebiscito do dia 05/07 a votar majoritariamente no “não” às medidas de ajustes propostas pelos credores, derrubou o preço do petróleo e fortaleceu o dólar, fatos que puxam para baixo o preço das demais commodities.

O recuo só não foi mais forte na semana porque ocorreram ajustes técnicos altistas em alguns momentos, naturais após três dias consecutivos de baixa, os quais se somaram à possibilidade de o relatório de oferta e demanda, a ser anunciado neste dia 10/07, vir com um volume de safra e estoques finais dos EUA um pouco mais baixos do que os até o momento anunciados. Esse último aspecto foi a principal causa das altas do dia 09/07. Nesse sentido, institutos privados adiantavam uma colheita de 103,2 milhões de toneladas, contra 104,8 milhões em junho. Mesmo assim, se assim vier, será a segunda maior safra da história estadunidense, já que a safra 2014/15 atingiu a 108 milhões de toneladas. Para os estoques finais em 2015/16 o mercado apontava 10,3 milhões de toneladas, contra 12,9 milhões no relatório anterior. Para o ano anterior os estoques estão estimados (em revisão) em 7,9 milhões de toneladas.

Quanto às exportações líquidas de soja por parte dos EUA, para o ano 2014/15, iniciado em 01/09/14, as mesmas ficaram negativas em 10.300 toneladas na semana encerrada em 25 de junho. Para o ano comercial 2015/16, as vendas líquidas ficaram em 127.500 toneladas, segundo o USDA. Já as inspeções de exportação de soja chegaram a 197.441 toneladas na semana encerrada no dia 02 de julho. No acumulado do ano comercial, a se iniciar em 01/09/2014, as inspeções chegam a 48,08 milhões de toneladas, contra 42,69 milhões no ano anterior.

Por sua vez, as condições das lavouras estadunidenses de soja, até o dia 05/07, se apresentavam com 63% entre boas a excelentes, 28% regulares e 9% entre ruins a muito ruins, não havendo alteração em relação a semana anterior.

Aqui no Brasil, apesar do movimento baixista em Chicago, o fato de o Real voltar a se desvalorizar, chegando a R$ 3,23 em alguns momentos da semana (efeito do plebiscito grego, somado às dificuldades cada vez maiores da economia brasileira), sustentou os preços da soja. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 62,28/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 70,00 e R$ 70,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 57,50/saco nas regiões de Sapezal e Sorriso (M), e R$ 67,00/saco nas regiões paranaenses de Maringá, Londrina e Pato Branco. Na BM&F o contrato agosto/15 fechou a semana em US$ 21,97/saco.

Em termos de preços futuros, os mesmos continuaram muito elevados, indicando que os produtores que podem devem sim aproveitá-los. Isso porque a tendência geral, em safra normal nos EUA, é de tais preços recuarem para o final do ano, salvo um descontrole completo do câmbio no Brasil. Nesse último caso, é bom lembrar que o mercado financeiro nacional avança a projeção de o país fechar 2015 com um câmbio ao redor de R$ 3,20-R$ 3,25 por dólar, ou seja, nos patamares em que esteve nesta semana.

Assim, no interior gaúcho o preço FOB para maio/16 ficou em R$ 71,50/saco, para a compra. Em Paranaguá (porto do Paraná) a indicação de compra para março/abril chegou a R$ 74,50/saco. Já no Mato Grosso, a região de Rondonópolis, para fevereiro/março, trabalhou com valores de R$ 62,00/saco, enquanto no Mato Grosso do Sul a região de Dourados ficou com R$ 62,00/saco para o mesmo período. Em Goiás, a região de Rio Verde trabalhou com R$ 65,00/saco para fevereiro/março, enquanto Brasília ficava em R$ 64,00/saco para abril/16. Enfim, na Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins, para maio, os preços dos lotes se estabeleceram respectivamente em R$ 65,50; R$ 63,50; R$ 64,50; e R$ 62,00/saco.(cf. Safras & Mercado)

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado do Milho – 10/Jul/2015

As cotações do milho, ao contrário da soja, praticamente não cederam durante a semana, e fecharam a quinta-feira (09) com novas altas, ficando em US$ 4,21/bushel, contra US$ 4,19 uma semana antes.

Além da confirmação de redução de área semeada nos EUA, indicada no relatório do dia 30/06 pelo USDA, o analista privado Informa Economics apontou projeção de uma produtividade média mais discreta para a atual safra. Com isso, a produção final estadunidense poderá ficar entre 340 e 342 milhões de toneladas. Nesse sentido, o relatório de oferta e demanda do USDA, a ser anunciado neste dia 10/07, deverá deixar o quadro um pouco mais claro. O quadro financeiro, com a crise na Grécia e alta do dólar, todavia, freou novos ímpetos altistas.

Ao mesmo tempo, as exportações da semana anterior foram ruins, ficando em apenas 594.000 toneladas nos EUA, enquanto a meteorologia anuncia clima normal para as próximas semanas nas regiões produtoras estadunidenses. Nem mesmo a pequena melhoria das exportações na última semana, elevando o volume para 839.000 toneladas, ajudou o mercado a registrar novas altas. Há uma tentativa de buscar fatos que possam sustentar o bushel acima de US$ 4,00, porém, a tendência parece mesmo que ele volte a romper este piso e venha trabalhar novamente entre US$ 3,50 e US$ 4,00 na medida em que o clima nos EUA se normaliza.

Ajuda para essa projeção o fato de que, até o dia 05/07, 69% das lavouras de milho dos EUA apresentarem boas a excelentes condições, sendo que 12% estavam em fase de polinização, não enfrentando problemas.

No que diz respeito ao relatório do dia 10/07 o mercado esperava um estoque final para a safra 2015/16 ao redor de 40 milhões de toneladas, enquanto a produção dos EUA seria de 340,5 milhões de toneladas. Isso não deverá alterar a tendência baixista de médio prazo. Especialmente porque o mercado percebe que a elevação dos preços em Chicago, tanto do milho quanto da soja, inibe as compras do produto estadunidense já que o mundo continua enfrentando uma crise econômica importante. Além disso, a China importou 6,7% a menos de soja neste ano, enquanto o Brasil, graças a uma safrinha recorde, já negociou 2 milhões de toneladas da safrinha 2016, além de agredir de forma mais intensa o mercado neste segundo semestre de 2015. (cf. Safras & Mercado)

Enquanto isso, a tonelada de milho FOB na Argentina e no Paraguai ficou estável, fechando a semana em US$ 183,00 e US$ 117,50 respectivamente.

Aqui no Brasil, os preços melhoraram um pouco nos lotes. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 22,33/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 26,50 e R$ 27,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes ficaram entre R$ 15,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 27,00/saco em Videira e Concórdia (SC).

Apesar da entrada de uma safrinha recorde, o efeito externo de Chicago, associado a um Real mais desvalorizado, deu sustentação aos preços locais. Além disso, o mercado nacional depende decisivamente das exportações deste segundo semestre.

No curto prazo, ajudou igualmente a manter os preços nacionais um pouco melhores as chuvas desta semana nas regiões de colheita da safrinha. Isso travou a entrada de produto novo no mercado.

Quanto às exportações, a primeira semana de julho registrou um volume de 73.100 toneladas, com o mercado esperando 2 milhões de toneladas para todo o mês.

Assim, dois elementos centrais definirão a sequência dos preços: o ritmo da colheita da safrinha, associado ao interesse de venda imediata por parte dos produtores; e o comportamento das exportações de milho pelo Brasil.

A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo, para julho, R$ 47,22/saco para o produto dos EUA e R$ 44,71/saco para o produto argentino. Já para agosto, o produto argentino ficou em R$ 46,84/saco. Nas exportações, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 30,46/saco para julho; R$ 30,80 para agosto; R$ 31,35 para setembro; R$ 31,61 para outubro; R$ 32,35 para novembro; R$ 32,10 para dezembro; R$ 32,39 para janeiro; e R$ 33,45/saco para fevereiro. (cf. Safras & Mercado)

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado do Trigo – 10/Jul/2015

As cotações do trigo em Chicago, após o forte aumento do final de junho, recuaram durante esta semana, fechando a quinta-feira (09) em US$ 5,72/bushel, após US$ 5,85 uma semana antes.

No geral, estamos diante de um ajuste técnico, com tomada de lucros, pois no médio prazo a safra dos EUA deve manter alguma pressão altista devido a prejuízos na mesma. Todavia, a produção mundial deve compensar esse quadro estadunidense. O relatório de oferta e demanda deste dia 10/07 deverá indicar com mais precisão para onde irá se deslocar o mercado do cereal neste segundo semestre.

Enquanto isso, as vendas líquidas dos EUA, em trigo, para o ano comercial 2015/16, iniciado em 01/06/2015, somaram 363.900 toneladas na semana encerrada em 25/06. O Japão foi o principal comprador com 87.400 toneladas, segundo o USDA. Por outro lado, as inspeções de exportações registraram um volume de 368.818 toneladas na semana encerrada em 02/07. No acumulado do ano, iniciado no último 01/06, o volume chega a 1,61 milhão de toneladas, contra 2,33 milhões em igual momento do ano anterior.

Paralelamente, na Argentina, segundo o Ministério da Agricultura local, o plantio da nova safra de trigo chegou a 60% no início desta atual semana. No ano passado, nesta mesma época, o plantio chegava a 64% da área.

Já nos portos da Argentina, a tonelada de trigo FOB permaneceu entre US$ 205,00 e US$ 245,00. No Uruguai a mesma ficou entre US$ 190,00 e US$ 205,00, enquanto no Paraguai os valores giraram entre US$ 190,00 e US$ 200,00.

Quanto ao mercado brasileiro, o saco de trigo ao produtor gaúcho, no balcão, fechou a semana na média de R$ 28,15, ou seja, sem grandes variações me relação a semana anterior. Por sua vez, os lotes recuaram para R$ 500,00/tonelada ou R$ 30,00/saco. No Paraná, os lotes giraram entre R$ 650,00 e R$ 680,00/tonelada (R$ 39,00 e R$ 40,80/saco).

Apesar das altas externas e a nova desvalorização do Real, as quais encarecem o preço do trigo importado, o quadro favorável não se refletiu em preços aos produtores. E isso que o clima no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, está ruim para a triticultura até o momento, com muita umidade. Na verdade, os moinhos estão bem estocados, enfrentando dificuldades para comercializar a farinha que produzem diante do quadro recessivo da economia brasileira. No Paraná ainda há um bom volume disponível, remanescente da safra anterior, além da entrada de trigo paraguaio, embora em volumes pequenos. Enquanto o trigo paraguaio ainda chega 1% abaixo do preço brasileiro, o produto da Argentina chega 12% acima e o dos EUA 25% mai caro no momento.

Ao mesmo tempo, o plantio no Paraná bateu em 97% da área, confirmando um recuo de 5% na área semeada. Já no Rio Grande do Sul, as chuvas desta última semana novamente interromperam a semeadura do cereal, colocando a mesma ao redor de 75% no momento, ou seja, atrasada em relação ao normal. A redução de área no Estado gaúcho deverá ficar ao redor de 30% nestas condições.

Esse conjunto de fatores poderá, no início do próximo ano, elevar os preços do trigo, particularmente se a importação continuar se mantendo com preços elevados e o volume produzido na atual safra sofrer perdas com as intempéries (além da redução da área semeada). Não se pode esquecer que o Brasil deverá importar entre 6 a 7 milhões de toneladas de trigo neste ano 2015/16, não importando o preço praticado no mercado mundial.

Fonte: CEEMA

Em Junho IBGE prevê safra 6,7% maior que a de 2014

A sexta estimativa de 2015 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 205,8 milhões de toneladas, 6,7% acima da obtida em 2014 (192,9 milhões de toneladas) e maior 1.489.457 toneladas (0,7%) que a avaliação de maio. A estimativa da área a ser colhida é de 57,5 milhões de hectares, um acréscimo de 1,9% frente à área colhida em 2014 (56,4 milhões de hectares), com diminuição de 45.827 hectares em relação ao mês anterior (-0,1%). O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que somados representaram 91,9% da estimativa da produção e responderam por 86,1% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimos de 5,5% na área da soja, de 0,8% na área do milho e, na área de arroz, houve redução de 3,5%. No que se refere à produção, houve acréscimos de 1,9% para o arroz, 11,6% para a soja e de 2,0% para o milho.

Regionalmente, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 85,7 milhões de toneladas; região Sul, 77,4 milhões de toneladas; Sudeste, 18,7 milhões de toneladas; Nordeste, 18,1 milhões de toneladas, e Norte, 6,0 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, foram constatados incrementos de 10,3% na região Norte, de 14,7% na região Nordeste, de 4,0% na região Sudeste, de 9,4% na região Sul e de 3,2% na região Centro-Oeste. Nessa avaliação para 2015, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com participação de 24,1%, seguido pelo Paraná (18,4%) e Rio Grande do Sul (16,0%), que, somados, representaram 58,5% do total previsto.

Estimativa de junho em relação a maio de 2015

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de junho, destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, comparativamente ao mês de maio: cebola (+7,8%), sorgo (+4,4%), milho 2ª safra (+3,4%), triticale (+2,1), cevada (+1,6%), soja (+0,2%), trigo (-0,5%), milho 1ª safra (-1,1%), feijão 1ª safra (-1,9%) e aveia (-4,1%).

CEBOLA – A produção estimada é de 1,6 milhões de toneladas, uma alta de 7,8% em relação ao mês anterior. Também são estimados acréscimos de 2,6% na área plantada e de 5,0% no rendimento médio. Santa Catarina, maior produtor, com 34,0% da produção nacional, se prepara para iniciar o plantio no próximo mês. Os elevados preços de comercialização têm incentivado os produtores de Santa Catarina a investirem na cultura. Espera-se que este estado produza 557,3 mil toneladas de cebola, 16,4% acima da expectativa do mês anterior. A alta tem por base o acréscimo de área plantada, estimado em 7,4%, e o aumento do rendimento médio (8,2%).

FEIJÃO (em grão) – A produção, somando as três safras do produto, é estimada em 3,3 milhões de toneladas. A estimativa para a área plantada diminuiu 0,3% em relação a maio. A expectativa da produção também foi reduzida em 1,3%, apesar do rendimento médio esperado ter aumentado 0,7%. Neste levantamento, os maiores produtores são Paraná (22,3% da produção nacional), Minas Gerais (16,1%) e Bahia (11,4%). A 1ª safra de feijão está estimada em 1,4 milhão de toneladas, uma queda de 1,9% frente à estimativa de maio, refletindo a redução de 0,6% na informação anterior da área plantada e redução de 2,8% na área a ser colhida. Para o rendimento médio, foi estimado um aumento de 0,9%. Nesta estimativa de junho, os maiores produtores da 1ª safra de feijão são: Paraná (23,1%), Ceará (13,6%) e Minas Gerais (11,4%). A redução da produção estimada para este mês foi influenciada, principalmente, pelas estimativas nos estados da região Nordeste (-4,4%), especialmente no Rio Grande do Norte, com redução de 52,5% na produção e de 50,8% na área colhida e, em Pernambuco, com redução de 61,9% na produção e 42,7% na área a ser colhida.

MILHO (em grão) – A produção nacional de milho total (primeira e segunda safras) está estimada em 80,3 milhões de toneladas. A alta frente ao mês de maio se deu, principalmente, em consequência da melhora do rendimento médio, que passou de 5.146 kg/ha para 5.233 kg/ha. O retorno das chuvas durante a segunda safra de milho nas principais regiões produtoras foi um dos principais motivos do acréscimo do rendimento em nível nacional. O milho 1ª safra possui estimativa de produção de 30,1 milhões de toneladas, redução de 1,1% em relação ao mês anterior. A principal responsável pela variação destes dados da primeira safra foi a região Nordeste, que apresentou queda de 7,3% em função do quarto ano consecutivo de seca. O Ceará estimou uma produção 52,1% menor em relação ao mês anterior, enquanto o Rio Grande do Norte reduziu a sua estimativa de produção em 55,6%. Para o milho 2ª safra, são esperados 50,2 milhões de toneladas, acréscimo de 3,4% em relação a maio. Os principais estados responsáveis pelo incremento na estimativa da produção foram Goiás (10,0%), Mato Grosso do Sul (7,9%) e Paraná (3,8%). As produções esperadas para esses estados são 7,3, 8,4 e 10,8 milhões de toneladas, respectivamente. Estes aumentos acompanham os acréscimos verificados na área plantada e no rendimento médio nessa avaliação de junho em relação a maio.

SOJA (em grão) – Com o encerramento da colheita da soja, a produção do país é recorde, sendo estimada em 96,4 milhões de toneladas, 0,2% maior que o estimado no mês anterior. Mato Grosso, com uma produção estimada de 27,6 milhões de toneladas, 0,1% maior que no mês anterior, consolidou-se, por mais ano, como o maior produtor nacional desta cultura. O estado fez pequenos reajustes nos dados, reduzindo o rendimento médio em 0,1% e elevando a área colhida em 0,2%, passando esta a ser de 8,9 milhões de hectares.

SORGO (em grão) – A estimativa da produção do sorgo alcançou 2,1 milhões de toneladas, crescimento de 4,4% em relação ao mês anterior. A área plantada aumentou 1,4% e a colhida, 1,2%, enquanto o rendimento médio esperado aumentou 3,1%, resultado de um ano de chuvas mais abundantes na região Centro Oeste. Goiás, Mato do Grosso do Sul e Distrito Federal informaram aumentos respectivos de 5,8%, 4,3% e 17,0% nos rendimentos médios. Goiás, principal produtor e responsável por 46,8% do total a ser colhido, reavaliou a estimativa de produção, passando de 875,3 mil toneladas para 977,9 mil toneladas, um acréscimo de 102.626 toneladas. Nesse estado, aumentaram a área plantada e a ser colhida em 5,6%, enquanto o rendimento médio esperado apresenta um crescimento de 5,8%, passando de 3.128 kg/ha para 3.310 kg/ha, ou seja, avanço de 182 kg/ha.

CEREAIS DE INVERNO (em grão) – As estimativas de produção para o mês de junho de 2015 apontam decréscimos de 4,1% para a aveia e de 0,5% para o trigo. Houve crescimento para cevada (1,6%) e triticale (2,1%), quando comparados aos dados do mês anterior. O trigo, cereal de inverno mais importante em termos de consumo e volume de produção no Brasil, apresenta estimativa de 7,3 milhões de toneladas em uma área de produção de 2,5 milhões de hectares. O plantio no Paraná, principal produtor do país, atingiu 95% da área estimada. No Rio Grande do Sul, segundo maior produtor, com participação de 34,7% no total, estima-se que 42% da área esteja semeada e, destes, 38% já estão em germinação e desenvolvimento vegetativo.

Estimativa de junho de 2015 em relação à produção obtida em 2014

Dentre os 26 principais produtos, 13 apresentaram variação positiva em relação ao ano anterior: amendoim em casca 1ª safra (0,2%), amendoim em casca 2ª safra (5,4%), arroz em casca (1,9%), aveia em grão (47,9%), café em grão – arábica (1,7%), cebola (2,2%), cevada em grão (24,1%), feijão em grão 1ª safra (2,2%), mamona em baga (138,8%), mandioca (4,4%), milho em grão 2ª safra (4,2%), soja em grão (11,6%) e trigo em grão (18,3%). Com variação negativa, foram 13 produtos: algodão herbáceo em caroço (-7,4%), batata – inglesa 1ª safra (-0,7%), batata – inglesa 2ª safra (-3,1%), batata – inglesa 3ª safra (-20,6%), cacau em amêndoa (-10,6%), café em grão – canéfora (-17,6%), cana-de-açúcar (1,5%), feijão em grão 2ª safra (2,7%), feijão em grão 3ª safra (6,8%), laranja (6,9%), milho em grão 1ª safra (-1,4%), sorgo em grão (-5,5%) e triticale em grão (-13,9%). Os incrementos de produção mais significativos, em números absolutos, superando a 2,0 milhões de toneladas, na comparação com a safra 2014, ocorreram para a soja (10.021.948 t) e para o milho 2ª safra (2.024.954 t). Nesta comparação anual, a maior variação negativa, em números absolutos, foi a de cana-de-açúcar (-10.374.571 t).

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Em atenção a demandas dos usuários, os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007, para as principais lavouras brasileiras.

Fonte: IBGE

Análise Semanal do Mercado de Soja – 27/Jun/2015

Dois elementos jogam pesado na formação do preço da soja em Chicago no momento. O comportamento do clima e do dólar nos EUA. Às vésperas do anúncio da área definitiva semeada com as culturas de verão naquele país (relatório previsto para o dia 30/06), o bushel de soja variou bastante durante esta semana, porém, mantendo firmeza. O clima chuvoso nas regiões produtoras estadunidenses, que está atrasando o plantio, associado ao dólar um pouco mais fraco, deu sustentação aos preços. Assim, para o primeiro mês cotado, o bushel voltou a bater nos US$ 10,00 no fechamento desta quinta-feira (25), após ter atingido a US$ 9,77 uma semana antes. Este valor não era visto desde o início de março do corrente ano. Para novembro, Chicago fechou mais fraco, com o bushel valendo US$ 9,77.

O excesso de chuvas efetivamente atrasa o plantio, porém, está longe de ser preocupante. Afinal, até o dia 21/06 o mesmo atingia a 90% da área esperada, contra 95% na média histórica para o período. Todavia, o período ideal de semeadura da oleaginosa se encerra no dia 30/06, fato que leva operadores e especuladores junto à Bolsa a estimarem que a área final semeada possa vir a ser menor do que o inicialmente projetado.

Nesse sentido, o analista privado Informa Economics adiantou, durante a semana, que sua estimativa de área final de soja é de 35,1 milhões de hectares. A mesma representa um recuo ao redor de 170.000 hectares em relação ao projetado em março, porém, continua sendo um recorde histórico nos EUA. A mesma representa um aumento de 3,7% sobre o ano anterior.

A qualidade das lavouras estadunidenses recuou na semana, devido às chuvas. No dia 21/06 a mesma estava em 65% entre boas a excelentes (67% na semana anterior), 27% regulares e 8% entre ruins a muito ruins (6% na semana anterior).

Por sua vez, as exportações líquidas estadunidenses, no ano comercial 2014/15, ficaram em 132.900 toneladas na semana encerrada em 11/06. Houve um recuo de 26% sobre a média das quatro semanas anteriores. O México foi o principal comprador com 105.000 toneladas. Para o ano 2015/16 as vendas líquidas somaram 532.000 toneladas, ficando dentro do esperado pelo mercado. Já as inspeções de exportação, na semana encerrada em 18/06, atingiram a 178.094 toneladas segundo o USDA. No acumulado do ano comercial 2014/15, iniciado em 1º de setembro de 2014, o volume alcança 47,6 milhões de toneladas, contra 42,5 milhões em igual período do ano anterior.

Enquanto isso, a colheita de soja na Argentina chegou oficialmente ao término e o número final colhido está estimado em 60,8 milhões de toneladas, um recorde histórico para o país.

Paralelamente, os prêmios nos portos brasileiros, para julho, recuaram na semana. Os mesmos ficaram entre 43 e 75 centavos de dólar por bushel. No Golfo do México (EUA) os mesmos estiveram entre 75 e 82 centavos, enquanto em Rosário (Argentina), onde uma nova ameaça de greve foi debelada, os prêmios oscilaram entre 33 e 60 centavos de dólar por bushel.

No Brasil, o câmbio tem sido o elemento central na formação dos preços em reais da soja local. Isso devido a constante oscilação do mesmo nas últimas semanas. Por enquanto, o mercado cambial trabalhado entre R$ 3,00 e R$ 3,15, havendo projeções do setor econômico brasileiro de que o mesmo possa terminar o ano ao redor de R$ 3,20. Pela paridade de poder de compra, o mesmo deveria ficar entre R$ 2,95 e R$ 3,05 no momento.

Essa realidade cambial, que colocou o dólar novamente acima de R$ 3,10 em alguns momentos da semana, associada à melhoria das cotações em Chicago, elevou os preços da soja na média brasileira. No Rio Grande do Sul o balcão terminou a semana cotando o saco em R$ 60,13. Os lotes no Estado fecharam o período entre R$ 66,00 e R$ 66,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 53,50/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 64,50/saco no norte do Paraná. Na BM&F o contrato julho/15 fechou a semana em US$ 22,70/saco. (cf. Safras & Mercado)

Grande parte da safra 2014/15 já foi comercializada pelos produtores nacionais, diante da necessidade de caixa e a pouca perspectiva de novos aumentos no preço médio da oleaginosa. Já para a futura safra 2015/16 as vendas estão ainda lentas, apesar dos preços futuros indicados se mostrarem muito bons diante da tendência que o mercado, por enquanto, apresenta.

Nesse sentido, o interior gaúcho fechou a semana com o valor FOB valendo R$ 69,00/saco para maio/16. Apenas a título de comparação, considerando um câmbio ao redor de R$ 3,30 para a época e o valor que Chicago trabalha hoje para maio próximo, o preço de balcão gaúcho, para abril/maio próximos ficar em torno de R$ 61,70/saco. Ou seja, abaixo do indicado atualmente na prática e um pouco acima do que o disponível vem pagando hoje pelo produto da última safra. Já no Paraná, o porto de Paranaguá indica na compra, preço de R$ 72,50/saco para março/abril. No Mato Grosso, para janeiro, Rondonópolis registra R$ 60,00, enquanto em Dourados (MS) a indicação de preço ficou em R$ 59,00/saco para fevereiro/16. Em Goiás, a região de Rio Verde apontou R$ 61,50/saco para fevereiro igualmente, enquanto Brasília e arredores registra aponta R$ 62,00/saco para abril. Enfim, na Bahia (Barreiras), Maranhão (Balsas), Piauí (Uruçuí) e Tocantins (Pedro Afonso) os preços, para maio/16, giraram ao redor de R$ 63,00; R$ 63,00; R$ 64,00 e R$ 61,50/saco respectivamente. (cf. Safras & Mercado)

Fonte: CEEMA