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Análise Semanal do Mercado de Trigo – 18/12/2015

TrigoAs cotações do trigo em Chicago fecharam a quinta-feira (17) estáveis, com o bushel registrando US$ 4,84 para o primeiro mês cotado, ou seja, o mesmo valor de uma semana antes.

O clima positivo junto às lavouras dos EUA, os estoques abundantes nos EUA e no mundo, seguram as cotações em Chicago. 

Por sua vez, as vendas líquidas estadunidenses de trigo, para o ano 2015/16, iniciado em 1º de junho, somaram 225.100 toneladas na semana encerrada em 3 de dezembro. Tal volume foi 45% abaixo da média das quatro semanas anteriores, ficando menor do que as expectativas do mercado. Ao mesmo tempo, as inspeções de exportação atingiram a 434.767 toneladas na semana encerrada em 10/12, acumulando 10,96 milhões de toneladas no atual ano comercial, contra 12,82 milhões em igual período do ano anterior.

Nos países do Mercosul, a tonelada de trigo para a exportação girou entre US$ 180,00 e US$ 210,00 no FOB.

No Brasil, a média gaúcha no balcão estacionou em R$ 33,50/saco, enquanto os lotes fecharam a semana em R$ 700,00/tonelada ou R$ 42,00/saco. No Paraná os lotes se mantiveram entre R$ 730,00 e R$ 780,00/tonelada, ou seja, entre R$ 43,80 e R$ 46,80/saco. 

Enquanto a colheita brasileira foi encerrada com fortes perdas físicas e de qualidade, na Argentina a mesma chegou a 41% da área. No Brasil, os produtores que possuem trigo de qualidade superior estão segurando o produto, visando preços mais altos. Paralelamente, os moinhos continuam com compras fracas, pois as vendas de farinha não deslancham. Todavia, espera-se para o início de janeiro uma retomada na demanda interna do cereal, fato que deve elevar os preços do saco de trigo. O problema é que, diante da proximidade da colheita de verão, os produtores tendem a vender a preços mais baixos para abrirem espaço em seus armazéns, fato que pode beneficiar a indústria.

Pelo sim ou pelo não, o fato é que o Brasil precisará importar cerca de 7 milhões de toneladas de trigo neste novo ano, sendo que mais de um milhão de toneladas virá de países da América do Norte, pois o Mercosul não deverá ter produto suficiente. Em novembro, por exemplo, o Brasil importou 490.000 toneladas, sendo 54,5% da Argentina, 23,6% do Paraguai, 19,1% do Uruguai e 2,9% dos EUA. O Ceará foi o Estado que mais comprou, com 19,2% do total, seguido do Paraná com 17,2%, da Bahia e Pernambuco com 10,5% cada um e Sergipe com 8,1%. Os demais Estados somados ficaram com 34,4% do total importado. No mesmo mês o país exportou 16.000 toneladas de produto de qualidade inferior (para ração), destinadas à Coreia do Sul. No ano passado, nesta mesma época, o país havia exportado 41.700 toneladas.

A forte desvalorização do Real, que voltou a ultrapassar os R$ 3,90 por dólar durante esta semana, puxada pela perda do grau de investimento junto a agência Fitch e mais o aumento do juro nos EUA, torna a importação mais cara. Pelas paridades de importação, o trigo argentino chega ao país ao redor de R$ 1.012,00/tonelada CIF São Paulo, enquanto o estadunidense soft chega a R$ 1.162,00/tonelada e o hard a R$ 1.203,00/tonelada. Já o trigo uruguaio chega a R$ 933,00/tonelada e o paraguaio a R$ 986,00. (cf. Safras & Mercado) 

Nesse contexto, a tendência do produto brasileiro de qualidade é de aumento em seus preços para o início de 2016, especialmente a contar de março próximo. Entretanto, a retirada da tarifa de exportação na Argentina tende a deixar o vizinho país mais agressivo e com maior volume para vendas externas.

Enfim, em termos de exportação, o trigo de baixa qualidade, no sul do país, tem sido negociado entre R$ 485,00 e R$ 490,00/tonelada FOB, ou seja, entre R$ 29,10 e R$ 29,40/saco, contra R$ 510,00/tonelada (R$ 30,60/saco) uma semana antes, mesmo com o Real mais desvalorizado. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Trigo18122015

Análise Semanal do Mercado da Soja – 11/12/2015

SojaAs cotações da soja cederam nesta semana, com o bushel alcançando US$ 8,78 no fechamento desta quinta-feira (10), após US$ 9,06 no dia 04/12.

Os motivos principais foram: retorno do clima positivo na América do Sul em geral, favorecendo o plantio da nova safra; forte baixa nos preços do petróleo no mercado mundial; exportações estadunidenses com certa dificuldade em função do fortalecimento do dólar no cenário internacional; relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 09/12, confirmando safra recorde nos EUA com boa recuperação dos estoques finais nesse país.

Quanto a esse último ponto, o relatório em nada modificou, para os EUA, os números divulgados em novembro. A safra estadunidense continua estimada em 108,3 milhões de toneladas e os estoques finais em 2015/16 em 12,6 milhões de toneladas. O patamar de preços médios ao produtor local permaneceu entre US$ 8,15 e US$ 9,65/bushel. A safra mundial de soja foi levemente reduzida, para 320,1 milhões de toneladas, porém, os estoques finais mundiais praticamente ficaram inalterados (82,6 milhões de toneladas). A futura produção do Brasil e da Argentina foram mantidas em 100 milhões e 57 milhões de toneladas respectivamente, embora haja especulações de que a safra brasileira possa ser um pouco menor, enquanto a argentina venha a ser maior. As importações chinesas foram mantidas em 80,5 milhões de toneladas para 2015/16.

Já as exportações líquidas estadunidenses acusaram um recuo na semana encerrada em 26/11, com o volume registrando 878.300 toneladas para o ano 2015/16, iniciado em 1º de setembro. Tal volume ficou 29% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Mesmo assim, as vendas ficaram dentro do esperado pelo mercado, sendo que a China comprou 521.500 toneladas do total vendido.

Na Argentina, o Ministério da Agricultura local informou que a semeadura da nova safra, até o dia 03/12, chegou a 58% da área. No mesmo período do ano passado o percentual era de 63% semeado.

Pelo lado da demanda, a China totalizou compras de 72,57 milhões de toneladas no acumulado do corrente ano 2015, registrando um crescimento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado.

No mercado brasileiro o plantio da soja avança, agora favorecido por chuvas melhor distribuídas no conjunto da região produtora nacional. O Rio Grande do Sul, que registra o maior atraso, acusou semeadura entre 80% a 85% da área esperada, dependendo da região do Estado. De forma geral, o processo caminha para o encerramento em termos de Brasil.

Os preços acabaram sentindo um pouco o recuo de Chicago, porém, o câmbio serviu de contrapartida na medida em que o Real voltou a oscilar entre R$ 3,80 e 3,85 por dólar em boa parte da semana. Assim, o balcão gaúcho fechou a segunda semana de dezembro com a média de R$ 72,74/saco, enquanto os lotes recuaram para valores entre R$ 78,50 e R$ 79,00/saco. Nas demais praças os lotes ficaram entre R$ 64,50/saco nas regiões de Sorriso e Sapezal (MT) e R$ 76,00/saco no centro e norte do Paraná.

Em termos de mercado futuro, os valores pouco evoluíram em relação a semana anterior. O saco no interior gaúcho, no FOB, ficou em R$ 73,50 para maio, enquanto em Rio Grande o CIF registrou R$ 79,00 para o mesmo mês. Em Paranaguá, os lotes ficaram em R$ 75,00/saco para março/abril, enquanto em Rondonópolis (MT), para a mesma época, o saco ficou em R$ 67,30. Nas demais praças os valores futuros registraram os seguintes valores: R$ 65,00/saco para Dourados (MS); R$ 64,00 para Rio Verde (GO); R$ 61,50 para Brasília (DF); R$ 65,00 para Uberlândia (MG); R$ 68,00 para Barreiras (BA); R$ 66,50 para Balsas (MA); R$ 67,50 para Uruçuí (PI) e R$ 65,50/saco para Pedro Afonso (TO), todos para o período entre fevereiro e maio do próximo ano, sendo que os quatro últimos locais indicam preços CIF. (cf. Safras & Mercado)

Mesmo os melhores momentos de preço já tendo passado, salvo novas e fortes desvalorizações do Real, os valores atuais ainda são muito expressivos e merecem atenção dos produtores.

Já na BM&F o contrato janeiro/16 fechou em US$ 19,33/saco e o março/16 em US$ 19,39/saco.

Enfim, a produção brasileira de farelo de soja foi mantida, pelo USDA, em 30,96 milhões de toneladas e os estoques finais do produto em 4,3 milhões de toneladas para o ano 2015/16. As exportações do produto continuaram projetadas em 15,6 milhões de toneladas. Em termos de óleo de soja, a produção nacional de 7,68 milhões de toneladas, com um consumo interno de 6,37 milhões e exportações de 1,39 milhão de toneladas no mesmo ano.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Milho – 11/12/2015

MilhoA cotação do milho em Chicago subiu um pouco no fechamento desta quinta-feira (10), ao se estabelecer em US$ 3,77/bushel, após US$ 3,68 no dia 07/12.

O relatório do USDA igualmente não trouxe surpresas. A produção dos EUA foi mantida em 346,2 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais foram aumentados para 45,3 milhões de toneladas. Com isso, o preço médio ao produtor local não se alterou, registrando valores entre US$ 3,35 e US$ 3,95/bushel para o ano 2015/16. Em termos mundiais, a produção geral foi reduzida em um milhão de toneladas, estando agora estimada em 973,9 milhões de toneladas, porém, os estoques finais mundiais foram mantidos em 211,9 milhões de toneladas. A produção brasileira e argentina estão projetadas em 81,5 milhões e 25,6 milhões de toneladas respectivamente. O Brasil deverá exportar 25 milhões de toneladas.

No geral, o mercado continua preocupado com a pouca demanda pelo milho dos EUA em termos internacionais. As vendas líquidas estadunidenses, na semana encerrada em 26/11, ficaram em 499.400 toneladas para o ano comercial 2015/16, iniciado em 1º de setembro. O volume foi 50% abaixo da média das quatro semanas anteriores.

A agressividade exportadora do Brasil e da Argentina não tem deixado o produto estadunidense avançar muito no mercado mundial. Talvez esse quadro mude um pouco na próxima temporada já que o Brasil está ficando sem estoques no interior e há problemas climáticos em algumas regiões produtoras do milho de verão. Resta ver como reagirá o produtor argentino diante da possibilidade de mudanças nas regras de exportação e no câmbio no vizinho país a partir da posse no novo presidente da República neste dia 10/12.

Além disso, o recuo nos preços do petróleo para níveis abaixo de US$ 40,00/barril nesta semana desestimula o consumo de milho para a fabricação de etanol nos EUA, sobrando mais produto para exportação e/ou consumo interno, fato que pressiona as cotações para baixo.

Dito isso, a tonelada FOB de milho na exportação ficou em US$ 175,00 e US$ 105,00 respectivamente na Argentina e no Paraguai.

Já no Brasil o preço do cereal se manteve estável, com viés de alta. O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 30,07/saco na média, rompendo o teto dos R$ 30,00 pela primeira vez depois de alguns anos. Já os lotes fecharam a semana em R$ 35,00/saco em grande parte das regiões produtoras do Rio Grande do Sul. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 19,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 34,50/saco nas regiões catarinenses de Videira, Concórdia e Campos Novos.

Os produtores brasileiros, e particularmente os paulistas, continuam segurando o produto da safrinha visando preços ainda mais elevados diante da escassez de produto no interior do país devido ao grande aumento nas exportações nacionais neste segundo semestre.

Em projeção, apenas tomando por base as nomeações de navios, o país já tem 32 milhões de toneladas em exportações no atual ano comercial fevereiro/15-janeiro/16. Há possibilidade de o país chegar a volumes ao redor de 34 milhões de toneladas neste ano.

Assim, o mercado interno continua vendo a oferta do cereal sendo enxugada, fato que eleva os preços. Estes, por sua vez, continuam muito dependentes do comportamento cambial, onde o valor da moeda brasileira tem oscilado, neste final de dezembro, entre R$ 3,70 e R$ 3,90 por dólar.

Nesse contexto, o porto de Santos trabalhou com indicações de R$ 37,00 a R$ 37,50/saco na exportação, enquanto o porto de Paranaguá ficou em R$ 36,00/saco. O referencial Campinas (SP) registrou R$ 37,00 a R$ 37,50/saco no CIF.

O quadro de dificuldades na oferta do cereal para o primeiro semestre brasileiro e, particularmente, para o trimestre entre janeiro e março, vai se consolidando. Especialmente se o clima não colaborar adequadamente para a produção que se espera na safra de verão. Muita atenção, portanto, com o quadro de aperto na oferta nacional para os próximos meses, pois isso poderá refletir em preços ainda mais elevados, especialmente em Estados que importam o cereal, caso do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Enfim, na importação o CIF indústria brasileira registrou os seguintes valores no final desta semana: R$ 50,31/saco para o produto dos EUA e R$ 49,63/saco para o produto argentino, ambos para dezembro. Já o produto argentino para janeiro ficou em R$ 51,88/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 35,70/saco para dezembro; R$ 35,99 para janeiro; R$ 35,77 para fevereiro; R$ 35,89 para março; R$ 36,22 para abril; e R$ 36,37/saco para maio.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Trigo – 11/12/2015

TrigoA cotação do trigo em Chicago se recuperou um pouco durante esta semana, fechando o dia 10/12 em US$ 4,84/bushel, considerando o primeiro mês cotado, após US$ 4,64 uma semana antes.

O relatório do USDA, divulgado em 09/12, pouco trouxe de novidades igualmente para o trigo. A produção dos EUA foi mantida em 55,8 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais daquele país, para 2015/16, se mantiveram em 24,8 milhões de toneladas. Com isso, o patamar de preços ao produtor local continuou entre US$ 4,80 e US$ 5,20/bushel para o corrente ano comercial. Em termos mundiais a produção geral ficou estimada em 734,9 milhões de toneladas, com ganho de dois milhões de toneladas, enquanto os estoques finais subiram para 229,9 milhões de toneladas. A produção brasileira e argentina estão agora fixadas em 6 milhões e 10,5 milhões de toneladas. O Brasil deverá importar, em 2015/16, segundo o USDA, um total de 6,3 milhões de toneladas. Todavia, diante da forte quebra da safra brasileira, recém colhida, o volume de importação nacional poderá ser maior. A Argentina, por sua vez, tenderá a exportar 6 milhões de toneladas.

Afora isso, o mercado trabalhou em torno da informação de que as vendas líquidas dos EUA em trigo, para o ano 2015/16, ficaram em 392.200 toneladas na semana encerrada em 26/11. O ganho foi de 17% sobre a média das quatro semanas anteriores, fato que deu um pouco de alento aos preços em Chicago. Para o ano 2016/17 foi anunciado um volume de 40.700 toneladas.

O contraponto a isso foi a firmeza do dólar em boa parte da semana, a qual tira competitividade dos produtos exportados pelos EUA.

No Mercosul, a tonelada para exportação se manteve entre US$ 180,00 e US$ 210,00. Por sua vez, a colheita na Argentina bateu em 31% da área semeada neste início de semana.

Já no mercado brasileiro o preço médio, no balcão gaúcho, fechou a semana em R$ 33,24/saco, enquanto os lotes continuaram em R$ 700,00/tonelada ou R$ 42,00/saco para o produto de qualidade superior. No Paraná, os lotes se mantiveram entre R$ 730,00 e R$ 780,00/tonelada, ou seja, entre R$ 43,80 e R$ 46,80/saco. (cf. Safras & Mercado)

Os números finais da safra brasileira ficaram em apenas 5,18 milhões de toneladas, contra 7,2 milhões na expectativa do início do plantio. Tais números se aproximam muito do que havíamos avançado há mais tempo. O Rio Grande do Sul teria colhido somente 1,3 milhão de toneladas, sendo que apenas 500.000 toneladas seriam de qualidade superior. O restante está longe de atender a demanda interna em termos de qualidade. No Paraná, a colheita teria ficado em 3,2 milhões de toneladas, contra 4 milhões inicialmente previstos. Do total colhido, 700.000 toneladas seriam de trigo inferior, destinado para ração animal ou exportação a baixos preços. Se excluirmos o volume produzido com qualidade inferior, a real produção brasileira de trigo de qualidade ficou em tão somente 3,68 milhões de toneladas. Ou seja, as importações nacionais de trigo deverão ser muito superiores ao projetado até o momento, podendo superar as 7 milhões de toneladas.

Decididamente o conjunto de intempéries durante o plantio, o desenvolvimento da planta e a colheita (falta de chuvas, geadas tardias, excesso de chuvas e granizo) liquidaram com a safra nacional em geral e gaúcha em particular mais uma vez.

Diante deste contexto, os negócios diminuem neste final de ano por falta de produto de qualidade, além da proximidade das festas. Os moinhos continuam comprando somente o necessário. Afora isso, a tendência de aumento nos derivados de trigo ao consumidor brasileiro se torna mais evidente diante dos altos custos de importação, devido ao câmbio, que o país continuará enfrentando. Hoje, mesmo com o recuo das cotações em Chicago, o trigo dos EUA está chegando ao Brasil acima de R$ 1.000,00/tonelada, ou seja, acima de R$ 60,00/saco. Isso permite esperar preços melhores para o produto nacional de qualidade superior nos próximos meses, especialmente no Paraná, onde a oferta é maior.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Soja – 20/11/2015

SojaAs cotações da soja voltaram a recuar nesta semana, atingindo as mínimas desde 2008/09, com o fechamento desta quinta-feira (19) ficando em US$ 8,60/bushel, após US$ 8,57 na véspera. Para maio/16 o fechamento ficou em US$ 8,75.

Não há notícias altistas no mercado da soja nesse momento, salvo a ocorrência, em alguns momentos, de uma demanda mais aquecida pela oleaginosa dos EUA. A safra deste país tende a ser recorde e está em fase final de colheita, enquanto o plantio na América do Sul avança normalmente, com tendência também de recorde na produção.

Entretanto, mesmo com uma exportação de 1,3 milhão de toneladas por parte dos EUA na semana anterior, volume acima do esperado pelo mercado, as cotações recuaram. Isso dá uma clara ideia da forte pressão baixista procedente da enorme oferta mundial que se desenha para 2016. O que pode reverter tal quadro seria uma frustração climática na América do Sul e/ou um movimento importante do lado do setor financeiro mundial.

As inspeções de exportação estadunidenses chegaram a 2,16 milhões de toneladas na semana encerrada em 12/11, contra 2,03 milhões na semana anterior. No acumulado do ano comercial 2015/16 o volume inspecionado chega a 16,2 milhões de toneladas, contra 16,6 milhões em igual momento do ano anterior.

Por sua vez, a Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) informou que o esmagamento de soja nos EUA chegou a 4,32 milhões de toneladas em outubro, superando os 3,45 milhões de setembro e ficando dentro do que o mercado esperava. 

No Brasil, o câmbio voltou a trabalhar ao redor de R$ 3,80 durante a semana, fato que não permitiu melhorias nos preços. Pelo contrário, com o recuo em Chicago houve pequenas novas baixas nos preços médios internos. O balcão gaúcho fechou a semana um pouco melhor, em R$ 74,72/saco, enquanto os lotes se mantiveram entre R$ 80,50 e R$ 81,00/saco. Nas demais praças os lotes ficaram entre R$ 64,00/saco em Sapezal e Sorriso (MT) e R$ 77,50/saco em Pato Branco (PR).

Quanto aos preços futuros, igualmente o mercado estagnou, com o interior gaúcho FOB, para maio, indicando R$ 73,00/saco. Nos portos de Paranaguá e Rio Grande os valores CIF para março a maio ficaram, respectivamente, em R$ 73,00 e R$ 78,00/saco. No Mato Grosso (Rondonópolis), Goiás (Rio Verde) e Mato Grosso do Sul (Dourados), para fevereiro a abril, os preços indicados foram, respectivamente, R$ 63,00 e R$ 60,00/saco. Em Brasília, o CIF ficou em R$ 65,00/saco para abril, enquanto em Uberlândia (MG) o valor foi de R$ 66,50. Na Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins, para maio, os preços foram de R$ 66,50; R$ 66,00; R$ 67,00 e R$ 65,00/saco respectivamente. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, na BM&F os contratos futuros de soja fecharam a semana em US$ 18,91/saco para janeiro, enquanto março registrou US$ 18,98/saco.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Milho – 20/11/2015

MilhoAs cotações do milho em Chicago igualmente recuaram, fechando o dia 19/11 em US$ 3,64/bushel, após US$ 3,61 na véspera. 

Na prática, o recuo foi pequeno em relação a semana anterior. Isso porque o sentimento do mercado é de que as cotações estariam flertando com o patamar mínimo esperado, diante da atual colheita dos EUA. Na verdade, o que vem impedindo um melhor preço do milho em Chicago é a pouca exportação do cereal pelos EUA, devido a forte concorrência sul-americana, em especial brasileira nesse final de ano.

Assim, dois fatores poderão reverter um pouco o quadro baixista do cereal nas próximas semanas em Chicago: uma improvável diminuição das vendas externas brasileiras de milho, fato que desviaria o mercado para o produto estadunidense; um clima mais seco no Brasil, fato que tem se confirmado em algumas regiões, onde as chuvas não têm sido suficientes para a semeadura e desenvolvimento da safra de verão do cereal. Nesse último caso, se destacam o leste do Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Bahia Piauí e Pará. (cf. Safras & Mercado)

No que tange às exportações estadunidenses, na semana anterior as mesmas atingiram a 618.600 toneladas, sem surpresas. Todavia, os preços no Golfo do México (local de embarque dos EUA) já estariam alinhados aos preços da América do Sul, fato que poderá permitir um aumento nas exportações do milho estadunidense e, com isso, uma recuperação parcial das cotações em Chicago.

Nesse sentido, nesta semana os EUA teriam vendido 1,44 milhão de toneladas do cereal para o México. Já as inspeções para exportação do cereal, na semana encerrada em 12/11, ficaram em 373.618 toneladas, acumulando no ano comercial 2015/16 um total de 5,91 milhões de toneladas, contra 7,8 milhões em igual período do ano anterior. Paralelamente, o retorno de algumas chuvas nas regiões produtoras brasileiras mais necessitadas igualmente segurou as cotações. Em contraponto, as vendas argentinas pararam neste momento, pois há expectativas internas de desvalorização do peso passado o segundo turno das suas eleições presidenciais, previsto para esse final de novembro, especialmente se o candidato da oposição (Macri) vir a se tornar presidente, por ser mais liberal.

Quanto à colheita nos EUA, até o dia 15/11 a mesma chegava a 96% da área, contra 94% na média histórica.

Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB para exportação se manteve em US$ 168,00 e US$ 105,00 respectivamente.

No Brasil, os preços continuam subindo, tendo a média gaúcha no balcão fechado a semana em R$ 29,12/saco. Os lotes gaúchos permaneceram em R$ 35,50/saco no Norte e Planalto do Rio Grande do Sul. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 19,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 34,50 na região de Campos Novos (SC).

No geral, os preços na região Sul do país já teriam se descolado do porto, trabalhando em torno da futura colheita de verão. Os preços futuros na BM&F ainda estão ignorando o alto volume de embarques e o possível aperto de oferta no primeiro trimestre de 2016. (cf. Safras & Mercado)

Em termos de projeção, o quadro continua sendo altista para o milho, pelo menos até a colheita da safra de verão. Mesmo assim, a expectativa de uma safra menor e o recuo dos estoques regionais devido a forte exportação do momento poderão pesar sobre o mercado inclusive após a colheita futura de verão.

Efetivamente, os embarques oficiais de milho acumulam, em novembro, um total de 2,23 milhóes de toneladas, enquanto as nomeações indicam 7,3 milhões para o mês. O problema é que o país não tem logística suficiente para embarcar toda essa quantidade em um só mês. Especialmente se o clima chuvoso atrapalhar. Assim, parte do volume ficará para dezembro, o qual já possui 1,5 milhão de toneladas em nomeações de navios.

Pelo sim ou pelo não o fato é que a semana termina com os lotes se fixando ao redor de R$ 35,00/saco na venda à prazo no CIF região de Campinas (SP), não havendo pressão de venda. O mercado brasileiro continua, de fato, muito dependente do comportamento cambial no país. Com um câmbio abaixo de R$ 3,80 por dólar, como o ocorrido nesta semana, os preços no porto perdem sustentação. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 50,64/saco para o produto dos EUA e R$ 48,47/saco para o produto da Argentina, ambos para novembro. Já o produto argentino para dezembro ficou em R$ 50,97/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 34,05/saco para novembro; R$ 33,97 para dezembro; R$ 34,37 para janeiro; R$ 34,63 para fevereiro; R$ 34,42 para março; e R$ 35,14/saco para abril.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado do Trigo – 20/11/2015

TrigoAs cotações do trigo em Chicago voltaram a recuar nesta semana, com o fechamento no dia 19/11 ficando em US$ 4,90/bushel, após US$ 4,83 na véspera e US$ 4,98 uma semana antes.

A firmeza do dólar no mercado mundial está igualmente tirando a competitividade do trigo na exportação estadunidense. Nesse sentido, as vendas líquidas, na semana encerrada em 05/11, ficaram em somente 226.670 toneladas, com o volume registrando 38% a menos do que a média das quatro semanas anteriores. Para o ano 2016/17 o volume vendido ficou em apenas 10.000 toneladas. Já as inspeções de exportação de trigo estadunidense fecharam a semana do 12/11 em 279.013 toneladas, contra 288.312 toneladas na semana anterior.

Pesou igualmente sobre o mercado o fato de que 52% das lavouras estadunidenses de trigo de inverno apresentarem condições entre boas a excelentes, contra 38% regulares e 10% entre ruins a muito ruins. Esses percentuais foram um pouco melhores do que os registrados na semana anterior. O plantio da safra, até o dia 15/11, atingiu a 94% da área, contra a média histórica de 98% para esta época do ano.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação fechou a semana valendo entre US$ 180,00 e US$ 210,00.

No mercado brasileiro, os preços pouco evoluíram, com a média gaúcha no balcão fechando a semana em R$ 32,85/saco. Nos lotes, o valor permaneceu em R$ 700,00/tonelada ou R$ 42,00/saco. No Paraná os lotes giraram entre R$ 730,00/tonelada (R$ 43,80/saco) e R$ 780,00/tonelada (R$ 46,80/saco).

A colheita gaúcha teria chegado a 80% da área, porém, com produtividade cada vez menor, sem falar na qualidade ruim do produto. Os enormes problemas climáticos deste ano estão acelerando a colheita gaúcha. Já no Paraná a área colhida chega a 96% do total esperado.

No atual contexto, o mercado ainda estima uma produção final entre 5 e 6 milhões de toneladas no Brasil, porém com grande parte comprometida em termos de qualidade. Isso deverá levar o país a importar mais de 6 milhões de toneladas nesse ano comercial, sendo que o Mercosul dificilmente terá produto para todo este volume. Assim, o Brasil deverá trazer trigo da América do Norte mais uma vez. Por enquanto, o cereal paraguaio tem sido preferido, pois tem entrado no oeste paranaense com preços até menores do que os praticados no Brasil, apesar da desvalorização do Real.

Aliás, nesse último caso, vale destacar que as intervenções do Banco Central brasileiro seguram o câmbio nacional ao redor de R$ 3,75 nesse momento. Em relação ao auge de R$ 4,19 obtido na terceira semana de setembro passado, o Real já se valorizou em 10,5%.

Os moinhos nacionais continuam comprando “da mão para a boca”, sem realizarem grandes estoques com o produto nacional. Além disso, está muito difícil encontrar produto nacional de qualidade superior, especialmente no Rio Grande do Sul, o que tem impedido uma melhoria mais substancial nos preços. Mesmo assim, a tendência nacional continua sendo de preços um pouco mais firmes para os próximos meses junto ao trigo de qualidade superior.

Fonte: CEEMA

O Petróleo é nosso?

O famoso slogan “O Petróleo é nosso”, amplamente defendido por governos e líderes populistas desde a era Vargas (fundação da Petrobrás), não me parece muito sensato nos dias atuais.

Hoje vivemos uma nova era do “PeTróleo é nosso” e a estatal “PeTrobrás” tem prestado um desserviço à população brasileira. Na verdade este desserviço vem de muito tempo, passando por diferentes governos e prevalecendo com força e vigor ainda maior na atualidade.

Pois bem, neste feriado de finados resolvi tomar um pouco do meu tempo livre e apresentar aqui algumas informações (dados), que talvez possam permitir ao leitor tirar algumas conclusões acerca da real necessidade de a Petrobrás manter ou não o monopólio do petróleo, e mesmo de continuar sendo uma empresa estatal.

Em primeiro lugar faço uma pergunta ao nosso leitor: Em 2014 qual era a posição ocupada pelo Brasil no ranking dos preços da Gasolina segundo o Banco Mundial?

A resposta é que ocupávamos a 77ª posição, ou seja, nada menos que 76 nações ao redor do planeta tinham uma gasolina mais barata que a nossa. E entre estes países com gasolina mais barata estão alguns com economias parecidas com a nossa (em desenvolvimento), tais como: Índia, China, Rússia, México, etc. E aqui cabe um detalhe, por lá a Gasolina é de qualidade bem superior e raramente tem misturas que reduzem o rendimento (caso do etanol), o que torna a nossa ainda mais cara devido ao menor rendimento (Km rodado por litro).

O Banco Mundial realiza a cada dois ou três anos uma ampla pesquisa sobre os preços dos combustíveis ao redor do mundo, o que nos permite acesso a dados confiáveis sobre o assunto.

No gráfico abaixo apresentamos o comportamento dos preços (em dólar dos EUA) da Gasolina em três países selecionados: Brasil, EUA e Rússia. Também está apresentado no mesmo gráfico os preços do petróleo (por lito). O período abrange os últimos 23 anos após a abertura econômica, 1992 a 2015.

Petróleo 1

Se observarmos o gráfico acima, podemos notar que os preços da Gasolina no Brasil (barras azuis) são sempre bem mais elevados do que nos EUA (barras vermelhas) e também em relação à Rússia (barras verdes). Podemos também inferir que esses preços mais caros no Brasil independem do preço do Petróleo, ou seja, são sempre mais elevados que nos demais países selecionados.

Já no gráfico abaixo apresentamos a relação existente entre os preços da gasolina no Brasil e os países selecionados.

Petróleo 2

No gráfico acima podemos observar que, os preços no Brasil são em média 1,78 vezes os praticados nos EUA, e respectivamente 1,70 vezes os praticados na Rússia. Isso deixa claro que o povo brasileiro vem sendo “assaltado” pela empresa do “Petróleo é nosso”.

O gráfico abaixo nos traz outra análise também interessante, qual seja, a relação existente entre o preço do Petróleo e o da gasolina nos países selecionados.

Petróleo 3

O gráfico deixa clara a ineficiência da gestão na exploração, refino e comércio do petróleo no Brasil. Isso fica evidente ao observarmos que nos EUA o litro da gasolina custa em média 1,71 vezes o preço do petróleo, enquanto na Rússia custa 1,79 vezes. Mas em nossa terra Tupiniquim este número alcança a absurda média de 3,04 vezes, e em casos extremos alcançando 9,73 vezes.

A reflexão e indagação que deixo aos nossos leitores são as seguintes: Precisamos manter o monopólio do Petróleo nas mãos da Petrobrás, e mais, precisamos de uma estatal de petróleo?

Afinal, os combustíveis são um componente importante dentro do processo produtivo de qualquer economia, e os preços que nos são impostos pela Petrobrás certamente reduzem substancialmente nossa competitividade frente à outras economias, onde os combustíveis possuem preços bem mais acessíveis.

Por: Marsio Antônio Ribeiro

Análise Semanal da Soja – 30/10/2015

SojaAs cotações da soja em Chicago cederam durante esta semana, confirmando que o movimento altista da semana anterior, mesmo que tímido, não encontrou sustentação diante dos fatores fundamentais baixistas. Assim, o bushel para o primeiro mês cotado (novembro) ficou em US$ 8,78, contra US$ 8,98 uma semana antes, enquanto para maio fechou em US$ 8,89 nesta quinta-feira (29).

As exportações dos EUA continuaram positivas e sustentando as cotações. Tanto é que as vendas líquidas estadunidenses em soja, na semana anterior, ficaram em 2,03 milhões de toneladas para 2015/16. Já as inspeções de exportação somaram 2,67 milhões de toneladas, contra 2,37 milhões na semana anterior. Todavia, o ótimo avanço na colheita dos EUA (87% colhido até o dia 25/10, contra 80% na média histórica para esta data), e o retorno das chuvas nas regiões produtoras brasileiras do Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, pesaram mais sobre o mercado.

Nem mesmo a redução dos juros na China, visando estimular a economia local, ajudou a elevar o preço da soja. Mesmo porque tal medida tem pouco impacto sobre as importações diretas chinesas de soja.

Além disso, o mercado, diante da ótima produtividade registrada nos EUA, já começa a reverter sua expectativa e aposta em uma safra maior de soja do que o até o momento anunciado. Isso já seria demonstrado no relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 10 de novembro. Isso poderá colocar a atual safra estadunidense como a maior da história do país.

Enfim, a China, após pesadas compras, diminuiu seu ritmo e, nos últimos dias, não houve notificações de vendas dos exportadores privados dos EUA para o país oriental. (cf. Safras & Mercado)

No Brasil, o plantio se desenvolve, um tanto lentamente, porém, o retorno das chuvas no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste deverá acelerar o processo a partir deste final de outubro. Com a disparada cambial (R$ 3,92 novamente em alguns momentos desta semana), os produtores brasileiros aceleraram, corretamente, as vendas antecipadas da nova safra. Até meados de outubro cerca de 42% da safra já estava negociada no país, contra 28% na média histórica, sendo 50% no Mato Grosso (contra 18% em igual momento do ano anterior); 35% no Paraná e 30% no Rio Grande do Sul.

Os preços se mantiveram firmes, porém, com o recuo em Chicago e a estabilização cambial entre R$ 3,85 e R$ 3,97 por dólar, os valores em reais igualmente começam a se estabilizar. O balcão gaúcho fechou na média de R$ 75,97/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 82,50 e R$ 83,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 69,50/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 79,00/saco no norte e centro do Paraná.

Na medida em que a colheita dos EUA vai se confirmando excelente e o clima na América do Sul se torna positivo para o plantio, a tendência global é de preços um pouco mais baixos em Chicago. Assim, o mercado interno brasileiro continua totalmente dependente do câmbio, o qual parece ter se estabilizado nos atuais patamares até surgirem novos elementos políticos e econômicos no país. Não se descarta valores um pouco mais baixos (R$ 3,50) em caso de encaminhamentos positivos para a crise política vivida pelo governo central, assim como se houver, finalmente, avanços no ajuste fiscal. Como contraponto disso, temos o anúncio de mais um déficit primário para este ano, maior do que o do ano passado, fato que deve comprometer o grau de investimento de forma definitiva nos próximos meses, exercendo pressão de desvalorização sobre o Real. Além disso, mesmo que parcialmente precificada pelo mercado, há ainda a tendência de elevação nos juros básicos dos EUA para os próximos meses.

Em tal contexto, os preços futuros continuam atrativos, sendo que o interior gaúcho, para maio, ofereceu no FOB R$ 78,00/saco nesta semana. Nos portos de Rio Grande e Paranaguá os valores CIF ficaram em R$ 83,50/saco (maio) e R$ 80,00/saco (março/abril). Em Rondonópolis (MT) tivemos R$ 69,00/saco para março/abril enquanto em Dourados (MS) o valor chegou a R$ 67,00. Em Rio Verde (GO) o saco ficou cotado a R$ 69,00 para fevereiro/março, enquanto Brasília registrou R$ 68,00 para abril (valores CIF). Em Uberlândia (MG), também no CIF, o saco de soja esteve em R$ 71,00 para abril, enquanto na região do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia os valores, para maio próximo, ficaram respectivamente em R$ 71,50; R$ 70,50; R$ 72,50; e R$ 72,00/saco.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Milho – 30/10/2015

MilhoA cotação do milho praticamente se manteve estável nesta última semana de outubro. O fechamento do dia 29/10 ficou em US$ 3,80/bushel para o primeiro mês cotado, após ter alcançado US$ 3,84 no dia 26 e US$ 3,78 uma semana antes.

O avanço normal da colheita nos EUA, acompanhado de baixas exportações, não permite que o bushel de milho suba, mesmo com uma colheita um pouco menor neste ano naquele país. No primeiro caso, até o dia 25/10, os produtores estadunidenses haviam colhido 75% da área, contra 68% na média histórica para esse momento. No segundo caso, a América do Sul, e especialmente o Brasil, tem exportado muito milho, inclusive para os EUA, graças a forte desvalorização cambial local. Assim, as vendas líquidas estadunidenses de milho, no ano 2015/16, iniciado em 1º de setembro, somaram apenas 248.000 toneladas na semana encerrada em 15/10, ficando 26% abaixo da média obtida nas quatro semanas anteriores. O principal comprador foi o Japão com 103.500 toneladas.

Essa conjunção de fatores aumenta a disponibilidade interna de milho nos EUA, inibindo os preços. Além disso, com o petróleo a preços ao redor de US$ 40,00 o barril, a produção de etanol pouco se viabiliza, o que leva a um menor uso do milho naquele país.

Nesse contexto, vale destacar que o dólar estaria sobrevalorizado no cenário mundial, travando as vendas externas estadunidenses. Um aumento do juro básico nos EUA tende a atrair mais dólares para o país, provocando uma desvalorização da moeda local, porém, poderá provocar igualmente uma saída de dólares de países como o Brasil, forçando ainda mais a perda de valor da moeda local. Assim, no curto e médio prazo não parece haver razões para altas no mercado internacional do milho. Após, tudo irá depender do comportamento da safra de verão sul-americana e da demanda internacional.

Na Argentina e no Paraguai o preço da tonelada FOB de milho se estabilizou em US$ 165,00 e US$ 107,50 respectivamente.

No Brasil, o câmbio continua sendo o elemento central da movimentação do mercado deste cereal. A grande indefinição quanto ao caminho que o Real irá tomar deixa os compradores e vendedores receosos em aumentar seus negócios na área do milho. Mesmo assim, os preços se mantêm firmes, com a média gaúcha no balcão terminando o mês de outubro em R$ 27,81/saco, enquanto os lotes chegam a R$ 35,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes variam entre R$ 19,00/saco em parte do Nortão do Mato Grosso e R$ 33,50/saco nas regiões catarinenses de Videira, Concórdia e Campos Novos.

No porto de Santos o produto chegou a R$ 37,50/saco, enquanto em Paranaguá ficou em R$ 35,00/saco, para entrega em novembro e pagamento em dezembro. (cf. Safras & Mercado). Nesse contexto, a comercialização do milho privilegia o mercado externo, embora Rio Grande do Sul e Santa Catarina estejam importando o cereal como tradicionalmente o fazem.

Nesse sentido, nos primeiros 16 dias úteis de outubro o Brasil já havia exportado 4,03 milhões de toneladas do cereal, a um preço médio de US$ 165,80/tonelada. Ao câmbio deste final de outubro isso representa R$ 39,00/saco. Obviamente, quanto mais o país exportar mais se manterá o quadro de alta nos preços internos do cereal, especialmente porque se projeta uma safra de verão menor neste ano devido à redução de área semeada e problemas climáticos em algumas regiões. Para novembro, haveria 5,4 milhões de toneladas de produto esperando para embarque.

Quanto ao plantio da nova safra, até o dia 22/10 o Rio Grande do Sul registrava uma área de 64% semeada, contra 56% na média para esta época.

Enfim, a importação no CIF indústrias nacionais, registrou R$ 53,96/saco para o produto dos EUA e R$ 48,83/saco para o produto argentino, ambos para outubro. Para o mês de novembro o produto argentino ficou em R$ 51,63/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 35,97/saco para outubro; R$ 36,09 para novembro; R$ 36,02 para dezembro; R$ 36,45 para janeiro; R$ 36,78 para fevereiro; R$ 37,06/saco para março. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA