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Análise Semanal do Mercado de Trigo – 12/02/2016

TrigoAs cotações do trigo em Chicago recuaram desde o final de dezembro passado. Após baterem em R$ 4,75/bushel no dia 29/12 (ver Boletim anterior), o cereal chegou a ser cotado a US$ 4,57 nesta segunda semana de fevereiro/16, fechando o dia 11/02 em US$ 4,58/bushel. A média de dezembro ficou em US$ 4,74 e a de janeiro em US$ 4,73/bushel.

O relatório de oferta e demanda do USDA, neste dia 09/02, além de confirmar a safra estadunidense em 55,8 milhões de toneladas, elevou os estoques finais naquele país para 2015/16, com os mesmos chegando agora a 26,3 milhões de toneladas. Em termos mundiais a produção ficou em 735,8 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais igualmente foram elevados, passando agora para 238,9 milhões de toneladas.

Outro fator que pesa para a fraqueza das cotações se encontra nas vendas líquidas estadunidenses. O cereal, na semana encerrada em 28/01, atingiu exportação de 66.200 toneladas apenas, ficando 74% abaixo da média das últimas quatro semanas.

Assim, em condições normais, o quadro em Chicago não deve se alterar muito nas próximas semanas.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação variou, nestes primeiros 10 dias de fevereiro, entre US$ 160,00 e US$ 200,00.

Já no mercado brasileiro, os preços estagnaram. A média gaúcha no balcão, que havia terminado o ano passado em R$ 33,28/saco, bateu em R$ 33,70 na segunda semana de fevereiro/16. Nos lotes, a semana registrou R$ 660,00/tonelada (R$ 39,60/saco) no Rio Grande do Sul, e R$ 760,00/tonelada (R$ 45,60/saco) no Paraná.

Nesse momento, com a revalorização do Real (R$ 3,90 a R$ 3,95 por dólar), após ter ultrapassado novamente os R$ 4,00 em janeiro, o preço do produto importado fica mais competitivo. Assim, o trigo do Paraná está apenas 2% mais baixo do que o preço do produto uruguaio posto em São Paulo. Já o trigo argentino está 12% mais caro e o trigo macio e duro dos EUA respectivamente 25,3% e 25% mais elevados. (cf. Safras & Mercado)

Com a falta de produto de qualidade disponível no mercado nacional, devido a forte frustração na última colheita, e diante de moinhos estocados, haverá dificuldade para altas no preço do trigo nacional caso o câmbio se mantenha nestes níveis. Nem mesmo a fraca performance dos preços em Chicago tem ajudado neste momento. Já no médio e longo prazo a tendência é de alta, principalmente porque pode haver forte redução de área semeada na safra de 2016. 

Isso porque, diante dos elevados custos de produção, e de constantes frustrações climáticas e/ou de mercado, os produtores gaúchos se veem desestimulados ao plantio. No Paraná, os excelentes preços do milho tendem a elevar a área com a safrinha deste cereal, em detrimento do plantio de trigo. Enfim, a Argentina, com a recente retira do imposto de exportação sobre o trigo, deverá aumentar consideravelmente sua área semeada com o cereal, devendo oferecer bem mais produto na exportação na próxima temporada, caso o clima permita. (cf. Safras & Mercado)

Fonte: CEEMA

Gráfico do Trigo na CBOTTrigo

Análise Semanal do Mercado de Soja – 04/01/2016

SojaNestes últimos 12 dias as cotações da soja em Chicago pouco evoluíram. O fechamento do dia 29/12 ficou em US$ 8,70/bushel, contra US$ 8,77 no dia 17/12. Lembramos que nos primeiros dias de janeiro do corrente ano o bushel de soja em Chicago esteve em US$ 10,52 para o primeiro mês cotado. Ou seja, o bushel perdeu 16,6% de seu valor no período.

Na prática, os motivos baixistas continuam sendo mais significativos sobre o mercado. Nesse sentido, as exportações líquidas estadunidenses de soja, no ano 2015/16, que vinham sustentando algum movimento altista, registraram volume de 887.800 toneladas na semana encerrada em 10/12. O mesmo foi 31% abaixo da média das quatro semanas anteriores. A China comprou 483.600 toneladas desse total.

Por outro lado, enquanto o Brasil enfrenta alguns problemas climáticos sobre suas lavouras, as chuvas retornaram em amplas regiões do Centro-Oeste aliviando o déficit hídrico que ali existia. A Conab projeta uma safra nacional ao redor de 102 milhões de toneladas, ou seja, um recorde histórico. Na Argentina, o plantio se aproxima do final, com 82% da área semeada até o Natal. A área deverá aumentar em 4,6%, chegando a 20,7 milhões de hectares e, se o clima permitir, a produção local poderá se aproximar das 61,4 milhões de toneladas colhidas no ano passado, contrariando as atuais projeções do USDA que indicam 57 milhões de toneladas.

Paralelamente, o fator positivo veio das compras chinesas, que somaram 7,39 milhões de toneladas em novembro, ou seja, 22,7% acima do registrado em novembro de 2014. Em outubro as compras haviam sido de 5,53 milhões de toneladas. No acumulado do ano a China chega a 72,6 milhões de toneladas de soja importadas, com um avanço de 15,4% sobre o mesmo período do ano anterior. O Brasil vendeu 2,14 milhões de toneladas aos chineses em novembro, somando 39,06 milhões no acumulado do ano, ou seja, um aumento de 22,7% sobre o ano anterior. O maior exportador para a China foi os EUA com 4,25 milhões de toneladas em novembro, acumulando 21,77 milhões no ano, o que representa um recuo de 2,15% sobre igual período do ano anterior. Já a Argentina exportou 735.446 toneladas de soja para a China em novembro, acumulando 8,57 milhões de toneladas no ano, ou seja, alta de 47,3% sobre o ano anterior. (cf. Safras & Mercado)

É bom lembrar que as últimas medidas econômicas do novo governo argentino (redução da taxa de exportação de 35% para 30% e forte desvalorização do peso, ultrapassando os 50% desde o dia 10/12) devem deixar a soja do vizinho país mais competitiva, levando os argentinos a serem mais agressivos no mercado mundial a partir de 2016.

No Brasil, com a safra semeada e o clima um pouco melhor nas regiões carentes de chuva, o mercado acabou se acomodando neste final de ano. A preocupação maior tem sido o excesso de chuvas no sul do país devido o El Niño, fato que está provocando replantio e perdas em lavouras semeadas.

Nesse sentido, o ano está fechando com o balcão gaúcho valendo R$ 74,33/saco, na média, contra R$ 59,74/saco na mesma época do ano anterior. Isso representa um ganho nominal de 24,4% no período. Os lotes fecham o ano entre R$ 79,00 e R$ 80,00/saco, contra R$ 67,00 a R$ 67,50/saco um ano antes. Um ganho entre 17,9% a 18,5% no período. Nas demais praças nacionais os lotes fecham 2015 em R$ 63,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 76,00/saco no norte e centro do Paraná. Um ano antes estas mesmas regiões cotavam a soja respectivamente em R$ 56,50 e R$ 63,00/saco. Ou seja, o ganho nominal foi respectivo foi de 11,5% e 20,6%. É importante dizer que os aumentos da soja em reais se devem exclusivamente à forte desvalorização do Real em 2015, já que Chicago recuou como vimos acima. Assim, o câmbio no Brasil, após chegar próximo de R$ 4,20 por dólar no final de setembro passado, fecha o ano em R$ 3,87, contra R$ 2,69 no primeiro dia útil do ano. Ou seja, a desvalorização do Real no período foi de 43,9%. Dito de outra forma, se não houvesse a desvalorização do Real, com base em Chicago hoje, o saco de soja no sul do Brasil estaria valendo apenas R$ 46,80 no balcão, ou seja, R$ 27,53 a menos do que vale neste final de ano.

No geral, a questão do preço no Brasil está concentrada no câmbio. Se o Banco Central brasileiro conseguir segurar a moeda nos atuais níveis, a tendência é de preços menores na colheita caso a safra venha cheia. Na melhor das hipóteses preços nos atuais níveis. No entanto, se os fatores políticos e econômicos continuarem se deteriorando no país no início de 2016 a desvalorização poderá levar o Real a ultrapassar novamente a casa dos R$ 4,00, favorecendo a formação de preço ao produtor brasileiro da oleaginosa. O mercado indica um valor de R$ 4,20 para o final de 2016.

Enfim, em termos de preços futuros, o ano termina com os seguintes valores: R$ 75,00/saco no interior gaúcho para maio; R$ 81,00 CIF Rio Grande para maio igualmente; R$ 79,00 CIF em Paranaguá para março/abril; R$ 64,00 em Rondonópolis (MT) para março/abril; R$ 63,00 em Dourados (MS) e Rio Verde (GO) para fevereiro/março; R$ 64,00 em Brasília (DF) e Uberlândia (MG), para abril; R$ 70,00 em Barreiras (BA); R$ 69,00 em Balsas (MA); R$ 65,00 em Uruçuí (PI) e R$ 66,00/saco em Pedro Afonso (TO), todos para maio. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Milho – 04/01/2016

MilhoA cotação do milho em Chicago, para o primeiro mês, fechou o dia 29/12 em US$ 3,62/bushel, após US$ 3,74 no dia 17/12. Nos primeiros dias de janeiro passado o bushel chegou a bater em US$ 4,06. Ou seja, a variação no valor do cereal foi relativamente pequena no ano, sendo que o bushel perdeu 10,8% na comparação ponta a ponta. 

Nos EUA as exportações semanais não alcançam o volume desejado, tendo ficado em 579.400 toneladas na semana anterior e 718.000 na semana passada. O mercado precisa de mais volume para esboçar uma reação consistente dos preços em Chicago.

Esta poderá vir da expectativa de que possa haver uma redução de área semeada com milho nos EUA em 2016. Algumas consultorias privadas avançam área de 35,98 milhões de hectares, contra 36,46 milhões neste ano de 2015. Se isso se confirmar, teremos um recuo de 1,32%. Mas, por enquanto ainda é cedo para definições.

Outro fator que enfraquece o preço internacional do milho está nas novas condições de competitividade da Argentina, com a desvalorização do peso e a retirada total do imposto de exportação que incidia sobre o cereal. Além disso, o Brasil continua agressivo nas vendas externas, devendo bater um recorde histórico.

A tonelada FOB na exportação Argentina termina o ano em recuo, valendo US$ 157,00, enquanto no Paraguai a mesma se estabelece em US$ 118,50.

No mercado brasileiro, os preços locais fecham o ano com o balcão gaúcho cotado a R$ 30,08/saco, contra R$ 24,36 no final de 2014. Ou seja, o saco de milho registra um ganho nominal de 23,5% no ano. Já os lotes no mercado gaúcho fecharam 2015 em R$ 36,00/saco, contra R$ 27,00 um ano antes. Um ganho nominal de 33,3% no período. Nas demais praças nacionais, o Nortão do Mato Grosso registrou R$ 20,00/saco neste final de ano, contra R$ 16,50 no final de 2014. O produto ganhou 21,2% no período. Já em Santa Catarina, os lotes fecharam 2015 em R$ 36,00/saco na região de Concórdia, contra R$ 27,00 um ano antes, repetindo o ganho registrado no mercado gaúcho.

O ano de 2015 fecha com forte influência da desvalorização do câmbio sobre os preços internos do milho, na medida em que a mesma favorece uma excepcional exportação, especialmente no segundo semestre. Faltando uma semana para terminar dezembro os embarques nacionais de milho acumulavam 5,05 milhões de toneladas, segundo a Secex, havendo nomeações de navios para 4,4 milhões de toneladas em janeiro, último mês do atual ano comercial. Com isso, é praticamente certo que o país exportará entre 34 e 35 milhões de toneladas do cereal em 2015/16. 

Tal situação enxuga os estoques no interior do Brasil, deixando a situação tensa pelo lado da demanda, já que o volume da safra de verão tende a ser menor, mesmo com clima positivo no sul do país. Assim, os preços praticados continuam subindo, sendo que em Santos, em alguns momentos destes últimos dias de final de ano o saco do produto foi cotado a R$ 40,00 para janeiro. Em Paranaguá o mesmo oscilou entre R$ 36,50 e R$ 37,50. Na região de Campinas (SP) os valores ficaram entre R$ 38,00 e R$ 38,50/saco.

A situação de aperto na oferta de milho, com conseqüente pressão sobre os preços internos do cereal, deverá durar todo o primeiro semestre de 2016, e particularmente nos primeiros três meses do novo ano. Nesse sentido, Santos já cota o milho safrinha/16 em R$ 39,00/saco no momento.

O ano termina com o mercado focando o clima na América do Sul, em função do excesso de chuvas no sul e falta das mesmas em partes do Centro-Oeste e Nordeste brasileiro.

Enfim, a importação, no CIF indústrias brasileiras, fecha 2015 com o produto dos EUA valendo R$ 50,53/saco, enquanto o argentino ficou em R$ 47,42, para dezembro. Já o produto da Argentina, para janeiro, ficou em R$ 50,00/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 36,19/saco para dezembro; R$ 36,64 para janeiro; R$ 36,63 para fevereiro; R$ 36,09 para março; R$ 37,18 para abril; R$ 36,14 para maio; R$ 36,17 para agosto e R$ 36,64/saco para setembro. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Trigo – 04/01/2016

TrigoAs cotações do trigo em Chicago terminam 2015 em baixa, com o fechamento do dia 29/12 ficando em US$ 4,75/bushel, após US$ 4,66 na véspera e US$ 4,84 no dia 17/12. Lembramos que nos primeiros dias de janeiro do corrente ano o bushel de trigo na Bolsa chegou a valer US$ 5,91. Isso significa que o mesmo perdeu 19,6% na comparação ponta a ponta durante 2015.

O ano termina com as vendas líquidas estadunidenses em baixa, atingindo apenas 320.200 toneladas na semana encerrada em 10/12, ficando 22% abaixo do registrado na média das quatro semanas anteriores. Já as inspeções de exportação de trigo somaram 475.375 toneladas na semana encerrada em 17/12 e 305.472 toneladas na semana encerrada em 24/12. Tomando por base esta última semana, o acumulado no ano comercial 2015/16 chega a 11,76 milhões de toneladas, contra 13,51 milhões em igual período do ano anterior.

Nos últimos meses a firmeza do dólar vem tirando competitividade dos produtos estadunidenses na exportação, inclusive o trigo. Por sua vez, a Rússia, seguindo os passos da Argentina, também gera especulações de que retirará sua taxa de exportação sobre o trigo, o que tornaria o produto local mais competitivo no cenário internacional.

No Mercosul, a tonelada para exportação fecha 2015 valendo entre US$ 170,00 a US$ 200,00.

No Brasil, o preço médio no balcão gaúcho fechou a corrente semana em R$ 33,28/saco. Um ano atrás o produto valia, nestas mesmas condições, R$ 25,04/saco. Ou seja, houve uma valorização de 32,9% no período. Já os lotes gaúchos fecham o ano valendo R$ 700,00/tonelada ou R$ 42,00/saco (no final de 2014 valiam R$ 480,00 ou R$ 28,80/saco). Isso significa dizer que houve uma valorização de 45,8% no preço dos lotes de trigo gaúcho nesse período. Já no Paraná, os lotes fecham 2015 entre R$ 730,00 e R$ 780,00/tonelada (R$ 43,80 e R$ 46,80/saco), contra R$ 550,00 a R$ 580,00/tonelada (R$ 33,00 e R$ 34,80/saco) no final de 2014. Um ganho entre 32,7% e 34,5%.

Neste final de ano o Deral paranaense confirmou que a colheita do Paraná atingiu a 3,33 milhões de toneladas, com rendimento médio de 2.506 quilos/hectare, sendo que 62% da safra recém colhida já havia sido comercializada. Do total colhido, 24% ficou abaixo do PH 78 e 10% foi triguilho. Assim, apenas 2,2 milhões de toneladas foram de PH 78 e acima. Considerando que o Rio Grande do Sul obteve apenas 700.000 toneladas de trigo superior, a produção nacional de produto de qualidade não teria chegado a 3 milhões de toneladas nesta última safra. Isso irá exigir maior importação durante 2016. (cf. Safras & Mercado)

Por sua vez, como muito deste trigo de baixa qualidade pode não ser exportado, apesar dos esforços e do câmbio favorável, o produto tende a ser destinado à ração, segurando os preços do milho no início do próximo ano.

Por enquanto, o mercado do trigo nacional se mantém calmo, com a indústria ainda retraída em função de estoques importantes já que a moagem está menor pela dificuldade em vender a farinha, diante da crise econômica nacional. Isso permite especular para se obter preços menores por parte dos compradores, em um cenário que indica alta para o produto nos próximos meses, já que a produção foi diminuta e a importação, em função do câmbio, se mantém muito cara, mesmo com maior disponibilidade da Argentina. A regulação do mercado se dará pela quantidade ofertada de trigo de qualidade superior, devendo o país importar mais de um milhão de toneladas de fora do Mercosul em função da forte quebra de produção na última colheita. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado da Soja – 18/12/2015

SojaAs cotações da soja voltaram a recuar em Chicago até o dia 16/12, quando o primeiro mês cotado ficou em US$ 8,62/bushel. Já na quinta-feira (17), ajustes técnicos, apoiados por exportações pontuais destinadas à China, e também pela alta dos juros nos EUA, trouxeram o bushel para US$ 8,77, igualando praticamente o fechamento registrado há uma semana.

 

Na prática as notícias de mercado e econômicas foram ruins para o mercado. As exportações líquidas dos EUA, para o ano 2015/16, iniciado em 1º de setembro, mesmo atingindo a 1,45 milhão de toneladas (13% acima da média das quatro semanas anteriores) não foram suficientes para reverter o quadro baixista, salvo pontualmente na quinta-feira (17).

A produção da América do Sul está sendo revista para cima, apesar de alguns problemas climáticos pontuais. A Conab, no Brasil, projeta agora uma safra brasileira em 102,5 milhões de toneladas de soja. Por sua vez, o novo presidente argentino, cumprindo a promessa de campanha, retirou os impostos de exportação incidentes sobre a maior parte dos produtos primários. A soja viu tal imposto ser reduzido de 35% para 30%. Isso levou o mercado a conjecturar que a Argentina será mais agressiva no mercado exportador da oleaginosa, freando as vendas estadunidenses. Afora isso, o novo plantio argentino, que se desenvolve nesse momento, poderá ver sua área aumentar diante destas novas medidas. A produção do vizinho país poderá muito bem alcançar 60 milhões de toneladas se o clima permitir. Daqui em diante o foco do mercado será o comportamento do clima na América do Sul e o conseqüente desenvolvimento da nova safra de soja local.

Para complicar o quadro, o esmagamento de soja por parte dos EUA foi menor em novembro, ficando em 4,25 milhões de toneladas, contra 4,43 milhões esperados pelo mercado.

Todavia, o aumento na taxa de juros básica dos EUA, que passa para 0,25% a 0,50% ao ano, após a reunião do FED ocorrida no dia 16/12, tende a deixar os produtos estadunidenses mais competitivos na exportação. É a primeira alta de juros naquele país desde 2006. Esse movimento deve atrair mais dólares para aquele país, desvalorizando a moeda em relação ao resto do mundo, favorecendo as exportações dos EUA.

Enquanto isso, as inspeções de exportação estadunidenses de soja chegaram a 1,34 milhão de toneladas na semana encerrada em 10/12, acumulando no atual ano comercial um total de 23,2 milhões de toneladas, contra 25,6 milhões em igual período do ano anterior.

No Brasil, a situação de preços baixos no exterior acabou sendo compensada pela nova desvalorização do Real, que chegou a atingir R$ 3,92 por dólar após o país perder o grau de investimento junto a uma segunda grande agência de risco (a Fitch), além da pressão oriunda do aumento dos juros nos EUA. Soma-se a isso a continuidade da crise política nacional, que impede qualquer avanço nos ajustes econômicos necessários, e o quadro está formado para uma nova disparada do dólar. Não se descarta a possibilidade de a moeda nacional voltar a romper o teto dos R$ 4,00, embora muito destes fatos já estejam precificados pelo mercado financeiro. Isso ajuda na formação do preço da soja e equilibraria os futuros preços da oleaginosa com os custos de produção da atual safra, que cresceram cerca de 25% no mínimo.

A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 73,70/saco, enquanto os lotes voltaram para a casa dos R$ 80,00 a R$ 81,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 64,00/saco em Sapezal e Sorriso (MT) e R$ 77,00/saco no norte e centro do Paraná.

O plantio da soja no país está praticamente encerrado, com o Rio Grande do Sul alcançando 93% da área, contra 95% na média histórica para esta época do ano. 

Em termos de preços futuros houve leve aumento, com o interior gaúcho registrando R$ 75,00/saco FOB, para maio. Já em Rio Grande o valor CIF ficou em R$ 80,50/saco também para maio. Nas demais praças nacionais os preços registraram os seguintes valores: Paranaguá (PR), R$ 76,50 para março/abril; Rondonópolis (MT), R$ 68,00; Dourados (MS), R$ 63,00; Rio Verde (GO), R$ 65,00; Brasília (DF), R$ 65,00; e Uberlândia (MG), R$ 65,00/saco, todos para o período de fevereiro a abril. Já para maio Barreiras (BA) ficou com R$ 69,00/saco, Balsas (MA) com R$ 66,00, Uruçuí (PI), com R$ 67,00, Pedro Afonso (TO), com R$ 65,00/saco. (cf. Safras & Mercado)

Na BM&F o contrato janeiro fechou a semana em US$ 19,01/saco, enquanto março ficou em US$ 19,03 e maio em US$ 19,16/saco.

Fonte: CEEMA

Gráfico de preços da Soja – CBOT – Vencimento Março/2016

Soja18122015

Gráfico de preços da Soja – BM&FBovespa – Vencimento Maio/2016

SJCK2016 - 18122015

Análise Semanal do Mercado de Milho – 18/12/2015

MilhoAs cotações do milho em Chicago recuaram igualmente, fechando a quinta-feira (17) em US$ 3,74/bushel para o primeiro mês cotado, após US$ 3,69 na véspera.

O que auxiliou um pouco o mercado estadunidense foi que as exportações semanais atingiram 1,1 milhão de toneladas na semana anterior, fato que levou à especulação a cogitar a possibilidade de que o mercado esteja iniciando um processo de compras a partir dos baixos preços do cereal em Chicago. Outra questão importante é que o mercado ainda não teria precificado as quebras de safra no Centro-Norte brasileiro devido a falta de chuvas nas lavouras de milho. Aliás, ainda não está quantificada esta quebra embora ela seja, para muitos, evidente.

Em contraponto a isso, a queda do preço do petróleo para US$ 35,50/barril em alguns momentos da semana esfriou ainda mais a possibilidade de um aumento no uso do milho estadunidense para a fabricação de etanol.

A alta dos juros nos EUA, mesmo que suave, é um indicativo de que o processo se iniciou e tende a atrair mais dólares para aquele país, levando a uma desvalorização da moeda no mercado internacional. Isso deixaria os produtos estadunidenses mais competitivos na exportação.

Como contraponto existe a real possibilidade de uma desvalorização importante do peso argentino, fato que deixaria o milho do vizinho país muito competitivo no mercado mundial. Além disso, o governo local zerou a tarifa de exportação de diversos produtos, dentre eles o milho, tornando a Argentina mais agressiva no mercado mundial do cereal, pois os produtores poderão ganhar mais com a venda do produto.

Entretanto, existem dúvidas quanto a existência de grandes estoques do produto na Argentina nesse momento. Todavia, o efeito de tal medida será no próximo ano e seguintes, quando a semeadura do cereal tende a aumentar.

Ainda na Argentina, mesmo com as novas medidas de comercialização tomadas pelo governo Macri, a tonelada de milho recuou para US$ 168,00. Ao mesmo tempo, a tonelada do produto no Paraguai disparou para US$ 117,50 diante de algumas dificuldades climáticas que se fazem presentes naquele país, além de maior preferência de plantio para com a soja.

Já no Brasil, os preços do cereal se mantiveram estáveis, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 30,08/saco. Já os lotes ficaram em R$ 36,00/saco em praças do Planalto Médio. Nas demais praças nacionais, os lotes registraram R$ 19,00/saco no Nortão do Mato Grosso, até R$ 35,00/saco nas regiões catarinenses de Videira, Concórdia e Campos Novos.

A partir de agora o mercado começa a paralisar suas atividades em função das festas de final de ano, retomando-as na primeira semana de janeiro. Mesmo assim, há movimento importante pelo lado exportador já que o ano comercial 2015/16 se encerra em 31/01/2016 e deverá bater um recorde histórico na venda de milho. Além disso, a oferta no interior do país está cada vez mais escassa, elevando os preços locais e colocando em destaque a futura colheita de verão. Qualquer problema climático na mesma puxa os preços do cereal ainda mais para cima.

Nesse último caso, haveria perdas certas no Centro-Norte brasileiro devido à falta de chuvas. Isso deixa o quadro de oferta para o primeiro trimestre do próximo ano ainda mais preocupante. A partir de abril, o plantio da safrinha nacional ditará os rumos do mercado, porém, o aperto na oferta continuará importante no restante do primeiro semestre.

Nesse sentido, as exportações brasileiras ganham ainda mais importância neste final de ano comercial. Segundo a Secex, nas primeiras duas semanas de dezembro o Brasil teria exportado 3,1 milhões de toneladas de milho. No total do atual ano comercial o país deverá mesmo chegar próximo a 34 milhões de toneladas.

Assim, o mercado interno continua registrando altas nos preços do milho, com a região de Campinas (SP) trabalhando a R$ 36,00/saco à prazo, havendo negócios concretos a R$ 37,50/saco. Por sua vez, os preços nos mercados do Paraná e de Minas Gerais já superam os praticados em São Paulo. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, a importação, no CIF indústrias brasileiras, fechou a semana com R$ 52,52/saco para o produto dos EUA e R$ 50,21/saco para o produto da Argentina, ambos para dezembro. Já o produto argentino para janeiro registrou R$ 52,81/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 38,94/saco para dezembro; R$ 39,02 para janeiro; R$ 38,65 para fevereiro; R$ 38,02 para março; R$ 37,93 para abril; e R$ 38,23/saco para maio. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Gráfico de preços do milho – CBOT – Vencimento Março/2016

Milho18122015.png

Gráfico de preços do milho – BM&FBovespa – Vencimento Março/2016

CCMH16-18122015

Análise Semanal do Mercado de Trigo – 18/12/2015

TrigoAs cotações do trigo em Chicago fecharam a quinta-feira (17) estáveis, com o bushel registrando US$ 4,84 para o primeiro mês cotado, ou seja, o mesmo valor de uma semana antes.

O clima positivo junto às lavouras dos EUA, os estoques abundantes nos EUA e no mundo, seguram as cotações em Chicago. 

Por sua vez, as vendas líquidas estadunidenses de trigo, para o ano 2015/16, iniciado em 1º de junho, somaram 225.100 toneladas na semana encerrada em 3 de dezembro. Tal volume foi 45% abaixo da média das quatro semanas anteriores, ficando menor do que as expectativas do mercado. Ao mesmo tempo, as inspeções de exportação atingiram a 434.767 toneladas na semana encerrada em 10/12, acumulando 10,96 milhões de toneladas no atual ano comercial, contra 12,82 milhões em igual período do ano anterior.

Nos países do Mercosul, a tonelada de trigo para a exportação girou entre US$ 180,00 e US$ 210,00 no FOB.

No Brasil, a média gaúcha no balcão estacionou em R$ 33,50/saco, enquanto os lotes fecharam a semana em R$ 700,00/tonelada ou R$ 42,00/saco. No Paraná os lotes se mantiveram entre R$ 730,00 e R$ 780,00/tonelada, ou seja, entre R$ 43,80 e R$ 46,80/saco. 

Enquanto a colheita brasileira foi encerrada com fortes perdas físicas e de qualidade, na Argentina a mesma chegou a 41% da área. No Brasil, os produtores que possuem trigo de qualidade superior estão segurando o produto, visando preços mais altos. Paralelamente, os moinhos continuam com compras fracas, pois as vendas de farinha não deslancham. Todavia, espera-se para o início de janeiro uma retomada na demanda interna do cereal, fato que deve elevar os preços do saco de trigo. O problema é que, diante da proximidade da colheita de verão, os produtores tendem a vender a preços mais baixos para abrirem espaço em seus armazéns, fato que pode beneficiar a indústria.

Pelo sim ou pelo não, o fato é que o Brasil precisará importar cerca de 7 milhões de toneladas de trigo neste novo ano, sendo que mais de um milhão de toneladas virá de países da América do Norte, pois o Mercosul não deverá ter produto suficiente. Em novembro, por exemplo, o Brasil importou 490.000 toneladas, sendo 54,5% da Argentina, 23,6% do Paraguai, 19,1% do Uruguai e 2,9% dos EUA. O Ceará foi o Estado que mais comprou, com 19,2% do total, seguido do Paraná com 17,2%, da Bahia e Pernambuco com 10,5% cada um e Sergipe com 8,1%. Os demais Estados somados ficaram com 34,4% do total importado. No mesmo mês o país exportou 16.000 toneladas de produto de qualidade inferior (para ração), destinadas à Coreia do Sul. No ano passado, nesta mesma época, o país havia exportado 41.700 toneladas.

A forte desvalorização do Real, que voltou a ultrapassar os R$ 3,90 por dólar durante esta semana, puxada pela perda do grau de investimento junto a agência Fitch e mais o aumento do juro nos EUA, torna a importação mais cara. Pelas paridades de importação, o trigo argentino chega ao país ao redor de R$ 1.012,00/tonelada CIF São Paulo, enquanto o estadunidense soft chega a R$ 1.162,00/tonelada e o hard a R$ 1.203,00/tonelada. Já o trigo uruguaio chega a R$ 933,00/tonelada e o paraguaio a R$ 986,00. (cf. Safras & Mercado) 

Nesse contexto, a tendência do produto brasileiro de qualidade é de aumento em seus preços para o início de 2016, especialmente a contar de março próximo. Entretanto, a retirada da tarifa de exportação na Argentina tende a deixar o vizinho país mais agressivo e com maior volume para vendas externas.

Enfim, em termos de exportação, o trigo de baixa qualidade, no sul do país, tem sido negociado entre R$ 485,00 e R$ 490,00/tonelada FOB, ou seja, entre R$ 29,10 e R$ 29,40/saco, contra R$ 510,00/tonelada (R$ 30,60/saco) uma semana antes, mesmo com o Real mais desvalorizado. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Trigo18122015

Análise Semanal do Mercado da Soja – 11/12/2015

SojaAs cotações da soja cederam nesta semana, com o bushel alcançando US$ 8,78 no fechamento desta quinta-feira (10), após US$ 9,06 no dia 04/12.

Os motivos principais foram: retorno do clima positivo na América do Sul em geral, favorecendo o plantio da nova safra; forte baixa nos preços do petróleo no mercado mundial; exportações estadunidenses com certa dificuldade em função do fortalecimento do dólar no cenário internacional; relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 09/12, confirmando safra recorde nos EUA com boa recuperação dos estoques finais nesse país.

Quanto a esse último ponto, o relatório em nada modificou, para os EUA, os números divulgados em novembro. A safra estadunidense continua estimada em 108,3 milhões de toneladas e os estoques finais em 2015/16 em 12,6 milhões de toneladas. O patamar de preços médios ao produtor local permaneceu entre US$ 8,15 e US$ 9,65/bushel. A safra mundial de soja foi levemente reduzida, para 320,1 milhões de toneladas, porém, os estoques finais mundiais praticamente ficaram inalterados (82,6 milhões de toneladas). A futura produção do Brasil e da Argentina foram mantidas em 100 milhões e 57 milhões de toneladas respectivamente, embora haja especulações de que a safra brasileira possa ser um pouco menor, enquanto a argentina venha a ser maior. As importações chinesas foram mantidas em 80,5 milhões de toneladas para 2015/16.

Já as exportações líquidas estadunidenses acusaram um recuo na semana encerrada em 26/11, com o volume registrando 878.300 toneladas para o ano 2015/16, iniciado em 1º de setembro. Tal volume ficou 29% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Mesmo assim, as vendas ficaram dentro do esperado pelo mercado, sendo que a China comprou 521.500 toneladas do total vendido.

Na Argentina, o Ministério da Agricultura local informou que a semeadura da nova safra, até o dia 03/12, chegou a 58% da área. No mesmo período do ano passado o percentual era de 63% semeado.

Pelo lado da demanda, a China totalizou compras de 72,57 milhões de toneladas no acumulado do corrente ano 2015, registrando um crescimento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado.

No mercado brasileiro o plantio da soja avança, agora favorecido por chuvas melhor distribuídas no conjunto da região produtora nacional. O Rio Grande do Sul, que registra o maior atraso, acusou semeadura entre 80% a 85% da área esperada, dependendo da região do Estado. De forma geral, o processo caminha para o encerramento em termos de Brasil.

Os preços acabaram sentindo um pouco o recuo de Chicago, porém, o câmbio serviu de contrapartida na medida em que o Real voltou a oscilar entre R$ 3,80 e 3,85 por dólar em boa parte da semana. Assim, o balcão gaúcho fechou a segunda semana de dezembro com a média de R$ 72,74/saco, enquanto os lotes recuaram para valores entre R$ 78,50 e R$ 79,00/saco. Nas demais praças os lotes ficaram entre R$ 64,50/saco nas regiões de Sorriso e Sapezal (MT) e R$ 76,00/saco no centro e norte do Paraná.

Em termos de mercado futuro, os valores pouco evoluíram em relação a semana anterior. O saco no interior gaúcho, no FOB, ficou em R$ 73,50 para maio, enquanto em Rio Grande o CIF registrou R$ 79,00 para o mesmo mês. Em Paranaguá, os lotes ficaram em R$ 75,00/saco para março/abril, enquanto em Rondonópolis (MT), para a mesma época, o saco ficou em R$ 67,30. Nas demais praças os valores futuros registraram os seguintes valores: R$ 65,00/saco para Dourados (MS); R$ 64,00 para Rio Verde (GO); R$ 61,50 para Brasília (DF); R$ 65,00 para Uberlândia (MG); R$ 68,00 para Barreiras (BA); R$ 66,50 para Balsas (MA); R$ 67,50 para Uruçuí (PI) e R$ 65,50/saco para Pedro Afonso (TO), todos para o período entre fevereiro e maio do próximo ano, sendo que os quatro últimos locais indicam preços CIF. (cf. Safras & Mercado)

Mesmo os melhores momentos de preço já tendo passado, salvo novas e fortes desvalorizações do Real, os valores atuais ainda são muito expressivos e merecem atenção dos produtores.

Já na BM&F o contrato janeiro/16 fechou em US$ 19,33/saco e o março/16 em US$ 19,39/saco.

Enfim, a produção brasileira de farelo de soja foi mantida, pelo USDA, em 30,96 milhões de toneladas e os estoques finais do produto em 4,3 milhões de toneladas para o ano 2015/16. As exportações do produto continuaram projetadas em 15,6 milhões de toneladas. Em termos de óleo de soja, a produção nacional de 7,68 milhões de toneladas, com um consumo interno de 6,37 milhões e exportações de 1,39 milhão de toneladas no mesmo ano.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Milho – 11/12/2015

MilhoA cotação do milho em Chicago subiu um pouco no fechamento desta quinta-feira (10), ao se estabelecer em US$ 3,77/bushel, após US$ 3,68 no dia 07/12.

O relatório do USDA igualmente não trouxe surpresas. A produção dos EUA foi mantida em 346,2 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais foram aumentados para 45,3 milhões de toneladas. Com isso, o preço médio ao produtor local não se alterou, registrando valores entre US$ 3,35 e US$ 3,95/bushel para o ano 2015/16. Em termos mundiais, a produção geral foi reduzida em um milhão de toneladas, estando agora estimada em 973,9 milhões de toneladas, porém, os estoques finais mundiais foram mantidos em 211,9 milhões de toneladas. A produção brasileira e argentina estão projetadas em 81,5 milhões e 25,6 milhões de toneladas respectivamente. O Brasil deverá exportar 25 milhões de toneladas.

No geral, o mercado continua preocupado com a pouca demanda pelo milho dos EUA em termos internacionais. As vendas líquidas estadunidenses, na semana encerrada em 26/11, ficaram em 499.400 toneladas para o ano comercial 2015/16, iniciado em 1º de setembro. O volume foi 50% abaixo da média das quatro semanas anteriores.

A agressividade exportadora do Brasil e da Argentina não tem deixado o produto estadunidense avançar muito no mercado mundial. Talvez esse quadro mude um pouco na próxima temporada já que o Brasil está ficando sem estoques no interior e há problemas climáticos em algumas regiões produtoras do milho de verão. Resta ver como reagirá o produtor argentino diante da possibilidade de mudanças nas regras de exportação e no câmbio no vizinho país a partir da posse no novo presidente da República neste dia 10/12.

Além disso, o recuo nos preços do petróleo para níveis abaixo de US$ 40,00/barril nesta semana desestimula o consumo de milho para a fabricação de etanol nos EUA, sobrando mais produto para exportação e/ou consumo interno, fato que pressiona as cotações para baixo.

Dito isso, a tonelada FOB de milho na exportação ficou em US$ 175,00 e US$ 105,00 respectivamente na Argentina e no Paraguai.

Já no Brasil o preço do cereal se manteve estável, com viés de alta. O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 30,07/saco na média, rompendo o teto dos R$ 30,00 pela primeira vez depois de alguns anos. Já os lotes fecharam a semana em R$ 35,00/saco em grande parte das regiões produtoras do Rio Grande do Sul. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 19,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 34,50/saco nas regiões catarinenses de Videira, Concórdia e Campos Novos.

Os produtores brasileiros, e particularmente os paulistas, continuam segurando o produto da safrinha visando preços ainda mais elevados diante da escassez de produto no interior do país devido ao grande aumento nas exportações nacionais neste segundo semestre.

Em projeção, apenas tomando por base as nomeações de navios, o país já tem 32 milhões de toneladas em exportações no atual ano comercial fevereiro/15-janeiro/16. Há possibilidade de o país chegar a volumes ao redor de 34 milhões de toneladas neste ano.

Assim, o mercado interno continua vendo a oferta do cereal sendo enxugada, fato que eleva os preços. Estes, por sua vez, continuam muito dependentes do comportamento cambial, onde o valor da moeda brasileira tem oscilado, neste final de dezembro, entre R$ 3,70 e R$ 3,90 por dólar.

Nesse contexto, o porto de Santos trabalhou com indicações de R$ 37,00 a R$ 37,50/saco na exportação, enquanto o porto de Paranaguá ficou em R$ 36,00/saco. O referencial Campinas (SP) registrou R$ 37,00 a R$ 37,50/saco no CIF.

O quadro de dificuldades na oferta do cereal para o primeiro semestre brasileiro e, particularmente, para o trimestre entre janeiro e março, vai se consolidando. Especialmente se o clima não colaborar adequadamente para a produção que se espera na safra de verão. Muita atenção, portanto, com o quadro de aperto na oferta nacional para os próximos meses, pois isso poderá refletir em preços ainda mais elevados, especialmente em Estados que importam o cereal, caso do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Enfim, na importação o CIF indústria brasileira registrou os seguintes valores no final desta semana: R$ 50,31/saco para o produto dos EUA e R$ 49,63/saco para o produto argentino, ambos para dezembro. Já o produto argentino para janeiro ficou em R$ 51,88/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 35,70/saco para dezembro; R$ 35,99 para janeiro; R$ 35,77 para fevereiro; R$ 35,89 para março; R$ 36,22 para abril; e R$ 36,37/saco para maio.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Trigo – 11/12/2015

TrigoA cotação do trigo em Chicago se recuperou um pouco durante esta semana, fechando o dia 10/12 em US$ 4,84/bushel, considerando o primeiro mês cotado, após US$ 4,64 uma semana antes.

O relatório do USDA, divulgado em 09/12, pouco trouxe de novidades igualmente para o trigo. A produção dos EUA foi mantida em 55,8 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais daquele país, para 2015/16, se mantiveram em 24,8 milhões de toneladas. Com isso, o patamar de preços ao produtor local continuou entre US$ 4,80 e US$ 5,20/bushel para o corrente ano comercial. Em termos mundiais a produção geral ficou estimada em 734,9 milhões de toneladas, com ganho de dois milhões de toneladas, enquanto os estoques finais subiram para 229,9 milhões de toneladas. A produção brasileira e argentina estão agora fixadas em 6 milhões e 10,5 milhões de toneladas. O Brasil deverá importar, em 2015/16, segundo o USDA, um total de 6,3 milhões de toneladas. Todavia, diante da forte quebra da safra brasileira, recém colhida, o volume de importação nacional poderá ser maior. A Argentina, por sua vez, tenderá a exportar 6 milhões de toneladas.

Afora isso, o mercado trabalhou em torno da informação de que as vendas líquidas dos EUA em trigo, para o ano 2015/16, ficaram em 392.200 toneladas na semana encerrada em 26/11. O ganho foi de 17% sobre a média das quatro semanas anteriores, fato que deu um pouco de alento aos preços em Chicago. Para o ano 2016/17 foi anunciado um volume de 40.700 toneladas.

O contraponto a isso foi a firmeza do dólar em boa parte da semana, a qual tira competitividade dos produtos exportados pelos EUA.

No Mercosul, a tonelada para exportação se manteve entre US$ 180,00 e US$ 210,00. Por sua vez, a colheita na Argentina bateu em 31% da área semeada neste início de semana.

Já no mercado brasileiro o preço médio, no balcão gaúcho, fechou a semana em R$ 33,24/saco, enquanto os lotes continuaram em R$ 700,00/tonelada ou R$ 42,00/saco para o produto de qualidade superior. No Paraná, os lotes se mantiveram entre R$ 730,00 e R$ 780,00/tonelada, ou seja, entre R$ 43,80 e R$ 46,80/saco. (cf. Safras & Mercado)

Os números finais da safra brasileira ficaram em apenas 5,18 milhões de toneladas, contra 7,2 milhões na expectativa do início do plantio. Tais números se aproximam muito do que havíamos avançado há mais tempo. O Rio Grande do Sul teria colhido somente 1,3 milhão de toneladas, sendo que apenas 500.000 toneladas seriam de qualidade superior. O restante está longe de atender a demanda interna em termos de qualidade. No Paraná, a colheita teria ficado em 3,2 milhões de toneladas, contra 4 milhões inicialmente previstos. Do total colhido, 700.000 toneladas seriam de trigo inferior, destinado para ração animal ou exportação a baixos preços. Se excluirmos o volume produzido com qualidade inferior, a real produção brasileira de trigo de qualidade ficou em tão somente 3,68 milhões de toneladas. Ou seja, as importações nacionais de trigo deverão ser muito superiores ao projetado até o momento, podendo superar as 7 milhões de toneladas.

Decididamente o conjunto de intempéries durante o plantio, o desenvolvimento da planta e a colheita (falta de chuvas, geadas tardias, excesso de chuvas e granizo) liquidaram com a safra nacional em geral e gaúcha em particular mais uma vez.

Diante deste contexto, os negócios diminuem neste final de ano por falta de produto de qualidade, além da proximidade das festas. Os moinhos continuam comprando somente o necessário. Afora isso, a tendência de aumento nos derivados de trigo ao consumidor brasileiro se torna mais evidente diante dos altos custos de importação, devido ao câmbio, que o país continuará enfrentando. Hoje, mesmo com o recuo das cotações em Chicago, o trigo dos EUA está chegando ao Brasil acima de R$ 1.000,00/tonelada, ou seja, acima de R$ 60,00/saco. Isso permite esperar preços melhores para o produto nacional de qualidade superior nos próximos meses, especialmente no Paraná, onde a oferta é maior.

Fonte: CEEMA