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Análise Semanal do Mercado de Milho – 26/02/2016

MilhoAs cotações do milho em Chicago igualmente recuaram um pouco, fechando a quinta-feira (25) em US$ 3,55/bushel, contra US$ 3,65 uma semana antes.

As vendas líquidas de milho por parte dos EUA foram positivas na semana encerrada em 11/02, com um volume de 1,05 milhão de toneladas, sendo 20% acima da média das quatro semanas anteriores. Para 2016/17 o volume vendido foi de 247.200 toneladas. Mesmo assim, o mercado pouco reagiu ao fato.

Pesou para isso o fato de que analistas privados estejam antecipando aumento na futura área semeada de milho e soja nos EUA, em detrimento do trigo. Para o milho a indicação é de 36,3 milhões de hectares e para a soja 33,7 milhões. Nos dois casos, se confirmados, áreas que provocariam novas baixas em Chicago. O relatório de intenção de plantio, no próximo dia 31/03, é o que dará o tom quanto ao plantio naquele país, embora os números do Fórum Outlook Anual, previstos para este final de semana, possam mexer com o mercado no curto prazo.

Em contraponto a essa notícia baixista, a tendência de produção na Argentina é de 25 milhões de toneladas, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, para uma área semeada 9% menor do que o ano anterior (3,3 milhões de hectares). A produção no ano passado foi de 28 milhões de toneladas.

Quanto aos atuais preços do milho, na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB para exportação ficou em US$ 165,00 e US$ 140,00 respectivamente.

Aqui no Brasil o mercado continua firme, com negócios bastante travados já que o foco principal, no momento, é o escoamento da soja. O frete já está subindo, complicando ainda mais o quadro. O referencial Campinas permaneceu cotado entre R$ 45,00 e 45,50/saco, no disponível, enquanto a média no balcão gaúcho fechou a semana em R$ 36,28/saco. Nos lotes, a semana fechou entre R$ 41,50 e R$ 42,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 28,00/saco em Campo Novo do Parecis e Sapezal (MT), e R$ 42,50/saco em Concórdia e Videira (SC). Na região mineira de Itahandu o saco chegou a R$ 44,00.

Atualmente, muitos compradores paulistas se deparam com estoques enxutos. A indicação de oferta na Sorocabana seguiu entre R$ 40,00 e R$ 41,00/saco. (cf. Safras & Mercado)
Ao mesmo tempo, os embarques de milho em fevereiro, até o dia 20, teriam chegado a 4,42 milhões de toneladas segundo a SECEX, o que continua pressionando para cima os preços internos brasileiros.

Os leilões oficiais de milho neste dia 24/02 negociaram apenas 25,5% da oferta, ou seja, 38.198 toneladas. Um novo leilão está marcado para o dia 02/03.

Em síntese, o mercado brasileiro não está esperando queda importante de preços do milho antes da safrinha, que será colhida apenas em agosto/setembro. Nesse sentido, vale destacar que no Sudoeste de Goiás houve alguns indicativos de negócios com milho safrinha entre R$ 24,00 e R$ 25,00 por saco.

A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 51,20/saco para o produto dos EUA e R$ 50,15/saco para o produto da Argentina, ambos para fevereiro. Já o produto argentino, para março, ficou em R$ 52,31/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, registrou os seguintes valores: R$ 42,69/saco para fevereiro; R$ 42,13 para março; R$ 40,33 para abril; R$ 40,82 para maio; R$ 37,08 para julho; R$ 36,17 para agosto; R$ 36,06 para setembro; e R$ 37,08/saco para outubro. (cf. Safras & Mercado).

Gráfico do MILHO na CBOT – Vencimento Maio/2016https://www.tradingview.com/x/FBHUIuiI/

Gráfico do MILHO na BM&F – Vencimento Maio/2016https://www.tradingview.com/x/EQYUpLw0/

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Trigo – 26/02/2016

TrigoAs cotações do trigo em Chicago continuaram despencando nesta semana, fechando o dia 25/02 em US$ 4,45/bushel, após US$ 4,42 na véspera. Trata-se de valores que não eram vistos há anos.


Um dos motivos deste constante recuo se encontra na enorme oferta mundial de trigo. O anúncio, durante a semana, de que as exportações de trigo macio aumentarão em 2016/17, por parte da União Europeia, somente confirmaram tal quadro. Segundo o analista privado Strategie Grains, o bloco deverá exportar 30,6 milhões de toneladas neste novo ano comercial, alta de 2,3 milhões de toneladas sobre o realizado no ano anterior.


Por sua vez, o desempenho das exportações de trigo por parte dos EUA continua fraco. As vendas líquidas, na semana encerrada em 11/02, fecharam em 253.600 toneladas para 2015/16, ficando apenas 6% acima da média das quatro semanas anteriores. Já as inspeções de exportação, na semana do 18/02, ficaram em 245.464 toneladas. O USDA estima que as vendas estadunidenses de trigo ao exterior poderão ficar 44% menores neste ano.


Soma-se a isso, ainda, o fato de a Argentina estar acelerando suas exportações após a desvalorização do peso, iniciada em meados de dezembro passado. A mesma teria provocado uma elevação de 85% no preço da tonelada do cereal em moeda nacional, enquanto em dólar o produto recuou 23%. Com isso, o produto argentino se torna mais competitivo. Por enquanto, o Brasil comprou 50% do total das vendas argentinas, contra 85% no ano anterior. Isso deverá obrigar nosso país a buscar trigo em outras regiões do mundo.


Nesse sentido, as compras externas de trigo pelo Brasil estão mais fracas neste ano, muito também devido ao câmbio. Entre agosto/15 e janeiro/16 o volume adquirido ficou em 2,53 milhões de toneladas, contra 2,64 milhões em igual período do ano anterior. O Brasil, no mínimo, deverá importar 6,3 milhões de toneladas no atual ano comercial.
No Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai), a tonelada FOB para exportação ficou entre US$ 170,00 e US$ 203,00 no final da corrente semana.


No Brasil, as médias permanecem estáveis, porém, o produto de qualidade superior continua se elevando. Em Minas Gerais, por exemplo, a compra chega a registrar R$ 820,00/tonelada (R$ 49,20/saco) e no Paraná R$ 800,00/tonelada (R$ 48,00/saco). Mas os vendedores continuam retraídos, contrariando as expectativas. Isso se deve ao fato de que o milho subiu ainda mais de preço, levando os produtores a optarem pela venda, primeiro, deste cereal e depois do trigo. Em relação ao ano anterior, no Paraná, o trigo subiu 36% e o milho 64%. (cf. Safras & Mercado).


Aqui no Rio Grande do Sul a média no balcão fechou a semana em R$ 33,58/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 680,00 e R$ 700,00/tonelada ou R$ 40,80 e R$ 42,00/saco. No Paraná, a média girou ao redor de R$ 765,00/tonelada ou R$ 45,90/saco. Em função da paridade de importação, elevada devido a desvalorização do Real, os produtores pedem preços ainda mais elevados. Em algumas localidades do sul do país o preço pedido chega a R$ 900,00/tonelada, ou seja, R$ 54,00/saco. Tudo isso porque a oferta de trigo de qualidade superior é muito escassa no Brasil devido a forte frustração da safra do ano passado.


Enfim, continua o sentimento de que a área da futura safra de trigo tenderá a diminuir bastante no Brasil. No Paraná, como já frisamos no boletim passado, a tendência será aumentar o plantio do milho safrinha em detrimento do trigo, caso o clima permita. Isso indica preços mais elevados para o trigo nacional no final de 2016 e primeiro semestre de 2017.

Gráfico do TRIGO na CBOT – Vencimento Maio/2016https://www.tradingview.com/x/75YvuYUS/

Fonte: CEEMA.

Análise Semanal do Mercado de Soja – 12/02/2016

SojaNeste período em que estivemos de recesso, em função dos feriados de final de ano e das férias de verão, pouca coisa mudou no cenário internacional da soja. As cotações em Chicago, que haviam fechado o dia 29/12 (boletim anterior) em US$ 8,70/bushel, para o primeiro mês cotado, se mantiveram nesta linha nos cerca de 50 dias posteriores a esse. Tanto é verdade que a média de dezembro ficou em US$ 8,80/bushel, enquanto janeiro fechou com a média de US$ 8,79 (primeiro mês cotado). Já o fechamento deste dia 11/02 ficou ainda mais baixo, registrando US$ 8,73/bushel, após US$ 8,62 na véspera. Vale ainda salientar a péssima performance do farelo de soja, que recuou para níveis de US$ 261,00/tonelada curta no dia 10/02, enquanto o óleo se manteve bem mais firme, a 31,59 centavos de dólar por libra-peso no dia 11/02.

A principal novidade nesse período foi a redução da estimativa de safra passada nos EUA, com a mesma ficando agora, segundo o relatório do USDA de oferta e demanda (09/02/2016), em 106,95 milhões de toneladas. Mesmo assim, um recorde histórico já que o número definitivo da safra do ano anterior acabou ficando em 106,88 milhões de toneladas. Entretanto, os estoques finais de soja nos EUA foram elevados para 12,23 milhões de toneladas nesse relatório de fevereiro, contra 5,19 milhões registrados na safra anterior. Em termos mundiais, a safra total ficará em 320,5 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais seriam de 80,4 milhões de toneladas, após 77,1 milhões um ano antes.

A safra argentina foi aumentada, com estimativa agora em 58,5 milhões de toneladas, enquanto a brasileira foi mantida em 100 milhões de toneladas. Nesse contexto, a produção final da América do Sul caminha para um novo recorde, caso o clima ajude até o final, com um volume que deverá superar os 170 milhões de toneladas.

Nesse contexto, não há expectativa de mudanças no cenário das cotações em Chicago para as próximas semanas. Sobretudo porque a crise econômica internacional, que causa freada nas economias mundiais, inclusive emergentes como a China, voltou a recrudescer neste início de ano. Nesse sentido, o relatório do USDA manteve o patamar médio de preços, para 2015/16, entre US$ 8,05 a US$ 9,55/bushel, após média de US$ 10,10 em 2014/15 e US$ 13,00/bushel em 2013/14.

Outro fator baixista para Chicago continua sendo a má performance das exportações de soja por parte dos EUA. A última semana de janeiro passado registrou o pior resultado do atual ano comercial 2015/16, iniciado em 1º de setembro, enquanto para 2016/17 o volume ficou em apenas 65.700 toneladas

Pelo lado da demanda, a boa notícia vem da China, principal importador mundial de soja. Mesmo com a crise econômica vivida pelo país no momento, a projeção para o consumo da oleaginosa, até 2020, é de crescimento em 24%, com o volume atingindo a 115 milhões de toneladas anuais segundo a BMI Research. O aumento na produção de gado bovino seria o principal motivo de tal salto. Todavia, é bom destacar que entre 2011 e 2015 o crescimento no consumo de soja naquele país asiático foi de 46%. Ou seja, em termos de crescimento percentual, o consumo se reduziria pela metade nestes próximos cinco anos compreendidos entre 2016 e 2020. A gripe aviária e a crise econômica estariam na origem de uma redução no consumo de rações. Aliás, nos EUA, segundo maior consumidor mundial de soja, entre 2016 e 2020 igualmente deverão registrar um crescimento menor no consumo da oleaginosa. O mesmo será de apenas 7%, muito abaixo do registrado entre 2011 e 2015. (cf. Safras & Mercado)

No mercado brasileiro, a melhor novidade para os produtores foi a volta do câmbio ao redor de R$ 4,00 por dólar, fato que oferece maior valorização à soja, produto de exportação basicamente. Nesta segunda semana de fevereiro, entretanto, o câmbio oscilou entre R$ 3,90 e R$ 3,95. 

Mesmo assim os preços da oleaginosa pouco evoluíram. O ano de 2015 terminou com a média gaúcha no balcão valendo R$ 74,33/saco. Nesta segunda semana de fevereiro de 2016 a média ficou em R$ 73,48. Já na média semanal, os valores dos lotes no Rio Grande do Sul, que no final do ano superavam um pouco os R$ 80,00/saco, terminam esta segunda semana de fevereiro ao redor de R$ 78,00/saco. Pelo sim ou pelo não, o fato é que tais preços continuam excelentes e o câmbio mais uma vez está sustentando os preços da soja no Brasil. Para se ter uma ideia, caso o câmbio tivesse permanecido ao redor de R$ 2,25 (valor encontrado em julho de 2014), a soja estaria hoje, pelas cotações atuais em Chicago, ao redor de R$ 38,00/saco. Se o câmbio tivesse permanecido nos valores registrados há um ano (R$ 2,70), o saco de soja no balcão gaúcho valeria ao redor de R$ 45,00. É bom lembrar igualmente que os produtores brasileiros, em grande parte, fizeram a atual lavoura a um custo entre R$ 3,50 e R$ 4,00 por dólar. Nesse sentido, um Real abaixo de R$ 4,00 tende a tirar rentabilidade dos mesmos. Esse fato exige que a produtividade final das lavouras, um tanto comprometida em algumas regiões, como o Mato Grosso, precisa ser muito boa caso o câmbio mude de trajetória.

Prevendo isso, um grande número de produtores realizou vendas antecipadas, aproveitando os excelentes preços indicados a partir de setembro passado no mercado futuro. Assim, segundo Safras & Mercado, até o início deste mês de fevereiro, 51% da safra de soja projetada já estaria vendida no país, contra 38% na safra anterior. No Rio Grande do Sul esse percentual, na corrente safra, atinge a 38%.  

Em termos de preços futuros, o interior gaúcho terminou a segunda semana de fevereiro com R$ 73,50/saco FOB; o Centro-Oeste, para o período de março e abril, com valores entre R$ 63,00 e R$ 68,00/saco CIF; na região do Matopiba, para maio, os valores giram entre R$ 70,00 e R$ 71,00/saco CIF; em Uberlândia (MG), para março/abril temos valores ao redor de R$ 66,00/saco CIF. (Cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Gráfico da Soja na CBOTSoja

Análise Semanal do Mercado de Milho – 12/02/2016

MilhoNo mercado internacional do milho igualmente o cenário foi de estabilidade. As cotações do bushel em Chicago que, para o primeiro mês cotado, fecharam o dia 29/12 em US$ 3,62, pouco se movimentaram nas semanas seguintes, fechando este dia 11/02 em US$ 3,60. Na primeira quinzena de janeiro o bushel chegou a recuar para níveis próximos a US$ 3,50. A média de dezembro ficou em US$ 3,69 e a de janeiro em US$ 3,63/bushel.

O recente relatório do USDA (09/02) apenas confirmou a safra dos EUA, colhida no final de 2015, em 345,5 milhões de toneladas, porém, elevou os estoques finais naquele país para 46,7 milhões em 2015/16. Em termos mundiais, a safra total será de 970,1 milhões de toneladas, com estoques finais em 208,8 milhões, contra estoques finais de 206,2 milhões na safra anterior.

Ao contrário da soja, o milho estadunidense tem encontrado, nesse momento, boas condições de exportação, atingindo a 1,13 milhão de toneladas na semana encerrada em 28/01. Esse volume ficou 56% acima da média das quatro semanas anteriores.

Na Argentina, a tonelada FOB de milho para exportação fechou a semana em US$ 168,00, enquanto no Paraguai a mesma já alcança a US$ 130,00 na média.

Aqui no Brasil, os preços continuaram subindo, especialmente após o anúncio de que o país possa ter exportado cerca de 38 milhões de toneladas no ano comercial 2015/16, encerrado no último dia 31 de janeiro. Somente no mês de janeiro/16 o volume exportado atingiu a 4,5 milhões de toneladas.

Nesse contexto, a média do balcão gaúcho alcançou, na segunda semana deste mês de fevereiro o valor de R$ 34,44/saco, porém, havendo regiões que pagavam até R$ 40,00/saco (no final de dezembro passado a média gaúcha era de R$ 30,08/saco). Por enquanto, mesmo com uma safra de verão muito boa no país, especialmente no Rio Grande do Sul, onde mais de 30% já foi colhido, a tendência de curto prazo ainda é de preços em alta. Tanto é verdade que em São Paulo as regiões produtoras registram valor de R$ 40,00/saco no disponível, enquanto a referência Campinas trabalha entre R$ 44,50 e R$ 45,00/saco CIF. Em termos de exportação, a tendência agora é de forte diminuição nas vendas devido a logística se concentrar no escoamento da nova safra de soja que começa a ser colhida no país.

A alta dos preços, detectada desde o início do segundo semestre do ano passado, preocupa o governo, pois o custo das rações subiu muito, penalizando os criadores em geral e pressionando a inflação final ao consumidor, junto ao setor das carnes. Assim, o governo colocou 500.000 toneladas de seus estoques em diversos leilões. O primeiro já ocorreu, porém, pouco mexeu com os preços do cereal. O segundo leilão está previsto para o próximo dia 16/02. Espera-se uma demanda excelente.

Enfim, a segunda semana de fevereiro terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 51,07/saco para o produto dos EUA, e R$ 50,28/saco para o produto argentino. Na exportação, o transferido via Paranaguá, registrou os seguintes valores: R$ 41,94/saco para fevereiro; R$ 40,86 para março; R$ 38,23 para abril; R$ 38,55 para maio; R$ 36,90 para julho; R$ 35,06 para agosto; e R$ 35,31/saco para setembro.

Fonte: CEEMA

Gráfico do Milho na CBOTMilho

Gráfico do Milho na BM&FBM&F

Análise Semanal do Mercado de Trigo – 12/02/2016

TrigoAs cotações do trigo em Chicago recuaram desde o final de dezembro passado. Após baterem em R$ 4,75/bushel no dia 29/12 (ver Boletim anterior), o cereal chegou a ser cotado a US$ 4,57 nesta segunda semana de fevereiro/16, fechando o dia 11/02 em US$ 4,58/bushel. A média de dezembro ficou em US$ 4,74 e a de janeiro em US$ 4,73/bushel.

O relatório de oferta e demanda do USDA, neste dia 09/02, além de confirmar a safra estadunidense em 55,8 milhões de toneladas, elevou os estoques finais naquele país para 2015/16, com os mesmos chegando agora a 26,3 milhões de toneladas. Em termos mundiais a produção ficou em 735,8 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais igualmente foram elevados, passando agora para 238,9 milhões de toneladas.

Outro fator que pesa para a fraqueza das cotações se encontra nas vendas líquidas estadunidenses. O cereal, na semana encerrada em 28/01, atingiu exportação de 66.200 toneladas apenas, ficando 74% abaixo da média das últimas quatro semanas.

Assim, em condições normais, o quadro em Chicago não deve se alterar muito nas próximas semanas.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação variou, nestes primeiros 10 dias de fevereiro, entre US$ 160,00 e US$ 200,00.

Já no mercado brasileiro, os preços estagnaram. A média gaúcha no balcão, que havia terminado o ano passado em R$ 33,28/saco, bateu em R$ 33,70 na segunda semana de fevereiro/16. Nos lotes, a semana registrou R$ 660,00/tonelada (R$ 39,60/saco) no Rio Grande do Sul, e R$ 760,00/tonelada (R$ 45,60/saco) no Paraná.

Nesse momento, com a revalorização do Real (R$ 3,90 a R$ 3,95 por dólar), após ter ultrapassado novamente os R$ 4,00 em janeiro, o preço do produto importado fica mais competitivo. Assim, o trigo do Paraná está apenas 2% mais baixo do que o preço do produto uruguaio posto em São Paulo. Já o trigo argentino está 12% mais caro e o trigo macio e duro dos EUA respectivamente 25,3% e 25% mais elevados. (cf. Safras & Mercado)

Com a falta de produto de qualidade disponível no mercado nacional, devido a forte frustração na última colheita, e diante de moinhos estocados, haverá dificuldade para altas no preço do trigo nacional caso o câmbio se mantenha nestes níveis. Nem mesmo a fraca performance dos preços em Chicago tem ajudado neste momento. Já no médio e longo prazo a tendência é de alta, principalmente porque pode haver forte redução de área semeada na safra de 2016. 

Isso porque, diante dos elevados custos de produção, e de constantes frustrações climáticas e/ou de mercado, os produtores gaúchos se veem desestimulados ao plantio. No Paraná, os excelentes preços do milho tendem a elevar a área com a safrinha deste cereal, em detrimento do plantio de trigo. Enfim, a Argentina, com a recente retira do imposto de exportação sobre o trigo, deverá aumentar consideravelmente sua área semeada com o cereal, devendo oferecer bem mais produto na exportação na próxima temporada, caso o clima permita. (cf. Safras & Mercado)

Fonte: CEEMA

Gráfico do Trigo na CBOTTrigo

Análise Semanal do Mercado de Soja – 04/01/2016

SojaNestes últimos 12 dias as cotações da soja em Chicago pouco evoluíram. O fechamento do dia 29/12 ficou em US$ 8,70/bushel, contra US$ 8,77 no dia 17/12. Lembramos que nos primeiros dias de janeiro do corrente ano o bushel de soja em Chicago esteve em US$ 10,52 para o primeiro mês cotado. Ou seja, o bushel perdeu 16,6% de seu valor no período.

Na prática, os motivos baixistas continuam sendo mais significativos sobre o mercado. Nesse sentido, as exportações líquidas estadunidenses de soja, no ano 2015/16, que vinham sustentando algum movimento altista, registraram volume de 887.800 toneladas na semana encerrada em 10/12. O mesmo foi 31% abaixo da média das quatro semanas anteriores. A China comprou 483.600 toneladas desse total.

Por outro lado, enquanto o Brasil enfrenta alguns problemas climáticos sobre suas lavouras, as chuvas retornaram em amplas regiões do Centro-Oeste aliviando o déficit hídrico que ali existia. A Conab projeta uma safra nacional ao redor de 102 milhões de toneladas, ou seja, um recorde histórico. Na Argentina, o plantio se aproxima do final, com 82% da área semeada até o Natal. A área deverá aumentar em 4,6%, chegando a 20,7 milhões de hectares e, se o clima permitir, a produção local poderá se aproximar das 61,4 milhões de toneladas colhidas no ano passado, contrariando as atuais projeções do USDA que indicam 57 milhões de toneladas.

Paralelamente, o fator positivo veio das compras chinesas, que somaram 7,39 milhões de toneladas em novembro, ou seja, 22,7% acima do registrado em novembro de 2014. Em outubro as compras haviam sido de 5,53 milhões de toneladas. No acumulado do ano a China chega a 72,6 milhões de toneladas de soja importadas, com um avanço de 15,4% sobre o mesmo período do ano anterior. O Brasil vendeu 2,14 milhões de toneladas aos chineses em novembro, somando 39,06 milhões no acumulado do ano, ou seja, um aumento de 22,7% sobre o ano anterior. O maior exportador para a China foi os EUA com 4,25 milhões de toneladas em novembro, acumulando 21,77 milhões no ano, o que representa um recuo de 2,15% sobre igual período do ano anterior. Já a Argentina exportou 735.446 toneladas de soja para a China em novembro, acumulando 8,57 milhões de toneladas no ano, ou seja, alta de 47,3% sobre o ano anterior. (cf. Safras & Mercado)

É bom lembrar que as últimas medidas econômicas do novo governo argentino (redução da taxa de exportação de 35% para 30% e forte desvalorização do peso, ultrapassando os 50% desde o dia 10/12) devem deixar a soja do vizinho país mais competitiva, levando os argentinos a serem mais agressivos no mercado mundial a partir de 2016.

No Brasil, com a safra semeada e o clima um pouco melhor nas regiões carentes de chuva, o mercado acabou se acomodando neste final de ano. A preocupação maior tem sido o excesso de chuvas no sul do país devido o El Niño, fato que está provocando replantio e perdas em lavouras semeadas.

Nesse sentido, o ano está fechando com o balcão gaúcho valendo R$ 74,33/saco, na média, contra R$ 59,74/saco na mesma época do ano anterior. Isso representa um ganho nominal de 24,4% no período. Os lotes fecham o ano entre R$ 79,00 e R$ 80,00/saco, contra R$ 67,00 a R$ 67,50/saco um ano antes. Um ganho entre 17,9% a 18,5% no período. Nas demais praças nacionais os lotes fecham 2015 em R$ 63,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 76,00/saco no norte e centro do Paraná. Um ano antes estas mesmas regiões cotavam a soja respectivamente em R$ 56,50 e R$ 63,00/saco. Ou seja, o ganho nominal foi respectivo foi de 11,5% e 20,6%. É importante dizer que os aumentos da soja em reais se devem exclusivamente à forte desvalorização do Real em 2015, já que Chicago recuou como vimos acima. Assim, o câmbio no Brasil, após chegar próximo de R$ 4,20 por dólar no final de setembro passado, fecha o ano em R$ 3,87, contra R$ 2,69 no primeiro dia útil do ano. Ou seja, a desvalorização do Real no período foi de 43,9%. Dito de outra forma, se não houvesse a desvalorização do Real, com base em Chicago hoje, o saco de soja no sul do Brasil estaria valendo apenas R$ 46,80 no balcão, ou seja, R$ 27,53 a menos do que vale neste final de ano.

No geral, a questão do preço no Brasil está concentrada no câmbio. Se o Banco Central brasileiro conseguir segurar a moeda nos atuais níveis, a tendência é de preços menores na colheita caso a safra venha cheia. Na melhor das hipóteses preços nos atuais níveis. No entanto, se os fatores políticos e econômicos continuarem se deteriorando no país no início de 2016 a desvalorização poderá levar o Real a ultrapassar novamente a casa dos R$ 4,00, favorecendo a formação de preço ao produtor brasileiro da oleaginosa. O mercado indica um valor de R$ 4,20 para o final de 2016.

Enfim, em termos de preços futuros, o ano termina com os seguintes valores: R$ 75,00/saco no interior gaúcho para maio; R$ 81,00 CIF Rio Grande para maio igualmente; R$ 79,00 CIF em Paranaguá para março/abril; R$ 64,00 em Rondonópolis (MT) para março/abril; R$ 63,00 em Dourados (MS) e Rio Verde (GO) para fevereiro/março; R$ 64,00 em Brasília (DF) e Uberlândia (MG), para abril; R$ 70,00 em Barreiras (BA); R$ 69,00 em Balsas (MA); R$ 65,00 em Uruçuí (PI) e R$ 66,00/saco em Pedro Afonso (TO), todos para maio. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Milho – 04/01/2016

MilhoA cotação do milho em Chicago, para o primeiro mês, fechou o dia 29/12 em US$ 3,62/bushel, após US$ 3,74 no dia 17/12. Nos primeiros dias de janeiro passado o bushel chegou a bater em US$ 4,06. Ou seja, a variação no valor do cereal foi relativamente pequena no ano, sendo que o bushel perdeu 10,8% na comparação ponta a ponta. 

Nos EUA as exportações semanais não alcançam o volume desejado, tendo ficado em 579.400 toneladas na semana anterior e 718.000 na semana passada. O mercado precisa de mais volume para esboçar uma reação consistente dos preços em Chicago.

Esta poderá vir da expectativa de que possa haver uma redução de área semeada com milho nos EUA em 2016. Algumas consultorias privadas avançam área de 35,98 milhões de hectares, contra 36,46 milhões neste ano de 2015. Se isso se confirmar, teremos um recuo de 1,32%. Mas, por enquanto ainda é cedo para definições.

Outro fator que enfraquece o preço internacional do milho está nas novas condições de competitividade da Argentina, com a desvalorização do peso e a retirada total do imposto de exportação que incidia sobre o cereal. Além disso, o Brasil continua agressivo nas vendas externas, devendo bater um recorde histórico.

A tonelada FOB na exportação Argentina termina o ano em recuo, valendo US$ 157,00, enquanto no Paraguai a mesma se estabelece em US$ 118,50.

No mercado brasileiro, os preços locais fecham o ano com o balcão gaúcho cotado a R$ 30,08/saco, contra R$ 24,36 no final de 2014. Ou seja, o saco de milho registra um ganho nominal de 23,5% no ano. Já os lotes no mercado gaúcho fecharam 2015 em R$ 36,00/saco, contra R$ 27,00 um ano antes. Um ganho nominal de 33,3% no período. Nas demais praças nacionais, o Nortão do Mato Grosso registrou R$ 20,00/saco neste final de ano, contra R$ 16,50 no final de 2014. O produto ganhou 21,2% no período. Já em Santa Catarina, os lotes fecharam 2015 em R$ 36,00/saco na região de Concórdia, contra R$ 27,00 um ano antes, repetindo o ganho registrado no mercado gaúcho.

O ano de 2015 fecha com forte influência da desvalorização do câmbio sobre os preços internos do milho, na medida em que a mesma favorece uma excepcional exportação, especialmente no segundo semestre. Faltando uma semana para terminar dezembro os embarques nacionais de milho acumulavam 5,05 milhões de toneladas, segundo a Secex, havendo nomeações de navios para 4,4 milhões de toneladas em janeiro, último mês do atual ano comercial. Com isso, é praticamente certo que o país exportará entre 34 e 35 milhões de toneladas do cereal em 2015/16. 

Tal situação enxuga os estoques no interior do Brasil, deixando a situação tensa pelo lado da demanda, já que o volume da safra de verão tende a ser menor, mesmo com clima positivo no sul do país. Assim, os preços praticados continuam subindo, sendo que em Santos, em alguns momentos destes últimos dias de final de ano o saco do produto foi cotado a R$ 40,00 para janeiro. Em Paranaguá o mesmo oscilou entre R$ 36,50 e R$ 37,50. Na região de Campinas (SP) os valores ficaram entre R$ 38,00 e R$ 38,50/saco.

A situação de aperto na oferta de milho, com conseqüente pressão sobre os preços internos do cereal, deverá durar todo o primeiro semestre de 2016, e particularmente nos primeiros três meses do novo ano. Nesse sentido, Santos já cota o milho safrinha/16 em R$ 39,00/saco no momento.

O ano termina com o mercado focando o clima na América do Sul, em função do excesso de chuvas no sul e falta das mesmas em partes do Centro-Oeste e Nordeste brasileiro.

Enfim, a importação, no CIF indústrias brasileiras, fecha 2015 com o produto dos EUA valendo R$ 50,53/saco, enquanto o argentino ficou em R$ 47,42, para dezembro. Já o produto da Argentina, para janeiro, ficou em R$ 50,00/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 36,19/saco para dezembro; R$ 36,64 para janeiro; R$ 36,63 para fevereiro; R$ 36,09 para março; R$ 37,18 para abril; R$ 36,14 para maio; R$ 36,17 para agosto e R$ 36,64/saco para setembro. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Trigo – 04/01/2016

TrigoAs cotações do trigo em Chicago terminam 2015 em baixa, com o fechamento do dia 29/12 ficando em US$ 4,75/bushel, após US$ 4,66 na véspera e US$ 4,84 no dia 17/12. Lembramos que nos primeiros dias de janeiro do corrente ano o bushel de trigo na Bolsa chegou a valer US$ 5,91. Isso significa que o mesmo perdeu 19,6% na comparação ponta a ponta durante 2015.

O ano termina com as vendas líquidas estadunidenses em baixa, atingindo apenas 320.200 toneladas na semana encerrada em 10/12, ficando 22% abaixo do registrado na média das quatro semanas anteriores. Já as inspeções de exportação de trigo somaram 475.375 toneladas na semana encerrada em 17/12 e 305.472 toneladas na semana encerrada em 24/12. Tomando por base esta última semana, o acumulado no ano comercial 2015/16 chega a 11,76 milhões de toneladas, contra 13,51 milhões em igual período do ano anterior.

Nos últimos meses a firmeza do dólar vem tirando competitividade dos produtos estadunidenses na exportação, inclusive o trigo. Por sua vez, a Rússia, seguindo os passos da Argentina, também gera especulações de que retirará sua taxa de exportação sobre o trigo, o que tornaria o produto local mais competitivo no cenário internacional.

No Mercosul, a tonelada para exportação fecha 2015 valendo entre US$ 170,00 a US$ 200,00.

No Brasil, o preço médio no balcão gaúcho fechou a corrente semana em R$ 33,28/saco. Um ano atrás o produto valia, nestas mesmas condições, R$ 25,04/saco. Ou seja, houve uma valorização de 32,9% no período. Já os lotes gaúchos fecham o ano valendo R$ 700,00/tonelada ou R$ 42,00/saco (no final de 2014 valiam R$ 480,00 ou R$ 28,80/saco). Isso significa dizer que houve uma valorização de 45,8% no preço dos lotes de trigo gaúcho nesse período. Já no Paraná, os lotes fecham 2015 entre R$ 730,00 e R$ 780,00/tonelada (R$ 43,80 e R$ 46,80/saco), contra R$ 550,00 a R$ 580,00/tonelada (R$ 33,00 e R$ 34,80/saco) no final de 2014. Um ganho entre 32,7% e 34,5%.

Neste final de ano o Deral paranaense confirmou que a colheita do Paraná atingiu a 3,33 milhões de toneladas, com rendimento médio de 2.506 quilos/hectare, sendo que 62% da safra recém colhida já havia sido comercializada. Do total colhido, 24% ficou abaixo do PH 78 e 10% foi triguilho. Assim, apenas 2,2 milhões de toneladas foram de PH 78 e acima. Considerando que o Rio Grande do Sul obteve apenas 700.000 toneladas de trigo superior, a produção nacional de produto de qualidade não teria chegado a 3 milhões de toneladas nesta última safra. Isso irá exigir maior importação durante 2016. (cf. Safras & Mercado)

Por sua vez, como muito deste trigo de baixa qualidade pode não ser exportado, apesar dos esforços e do câmbio favorável, o produto tende a ser destinado à ração, segurando os preços do milho no início do próximo ano.

Por enquanto, o mercado do trigo nacional se mantém calmo, com a indústria ainda retraída em função de estoques importantes já que a moagem está menor pela dificuldade em vender a farinha, diante da crise econômica nacional. Isso permite especular para se obter preços menores por parte dos compradores, em um cenário que indica alta para o produto nos próximos meses, já que a produção foi diminuta e a importação, em função do câmbio, se mantém muito cara, mesmo com maior disponibilidade da Argentina. A regulação do mercado se dará pela quantidade ofertada de trigo de qualidade superior, devendo o país importar mais de um milhão de toneladas de fora do Mercosul em função da forte quebra de produção na última colheita. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado da Soja – 18/12/2015

SojaAs cotações da soja voltaram a recuar em Chicago até o dia 16/12, quando o primeiro mês cotado ficou em US$ 8,62/bushel. Já na quinta-feira (17), ajustes técnicos, apoiados por exportações pontuais destinadas à China, e também pela alta dos juros nos EUA, trouxeram o bushel para US$ 8,77, igualando praticamente o fechamento registrado há uma semana.

 

Na prática as notícias de mercado e econômicas foram ruins para o mercado. As exportações líquidas dos EUA, para o ano 2015/16, iniciado em 1º de setembro, mesmo atingindo a 1,45 milhão de toneladas (13% acima da média das quatro semanas anteriores) não foram suficientes para reverter o quadro baixista, salvo pontualmente na quinta-feira (17).

A produção da América do Sul está sendo revista para cima, apesar de alguns problemas climáticos pontuais. A Conab, no Brasil, projeta agora uma safra brasileira em 102,5 milhões de toneladas de soja. Por sua vez, o novo presidente argentino, cumprindo a promessa de campanha, retirou os impostos de exportação incidentes sobre a maior parte dos produtos primários. A soja viu tal imposto ser reduzido de 35% para 30%. Isso levou o mercado a conjecturar que a Argentina será mais agressiva no mercado exportador da oleaginosa, freando as vendas estadunidenses. Afora isso, o novo plantio argentino, que se desenvolve nesse momento, poderá ver sua área aumentar diante destas novas medidas. A produção do vizinho país poderá muito bem alcançar 60 milhões de toneladas se o clima permitir. Daqui em diante o foco do mercado será o comportamento do clima na América do Sul e o conseqüente desenvolvimento da nova safra de soja local.

Para complicar o quadro, o esmagamento de soja por parte dos EUA foi menor em novembro, ficando em 4,25 milhões de toneladas, contra 4,43 milhões esperados pelo mercado.

Todavia, o aumento na taxa de juros básica dos EUA, que passa para 0,25% a 0,50% ao ano, após a reunião do FED ocorrida no dia 16/12, tende a deixar os produtos estadunidenses mais competitivos na exportação. É a primeira alta de juros naquele país desde 2006. Esse movimento deve atrair mais dólares para aquele país, desvalorizando a moeda em relação ao resto do mundo, favorecendo as exportações dos EUA.

Enquanto isso, as inspeções de exportação estadunidenses de soja chegaram a 1,34 milhão de toneladas na semana encerrada em 10/12, acumulando no atual ano comercial um total de 23,2 milhões de toneladas, contra 25,6 milhões em igual período do ano anterior.

No Brasil, a situação de preços baixos no exterior acabou sendo compensada pela nova desvalorização do Real, que chegou a atingir R$ 3,92 por dólar após o país perder o grau de investimento junto a uma segunda grande agência de risco (a Fitch), além da pressão oriunda do aumento dos juros nos EUA. Soma-se a isso a continuidade da crise política nacional, que impede qualquer avanço nos ajustes econômicos necessários, e o quadro está formado para uma nova disparada do dólar. Não se descarta a possibilidade de a moeda nacional voltar a romper o teto dos R$ 4,00, embora muito destes fatos já estejam precificados pelo mercado financeiro. Isso ajuda na formação do preço da soja e equilibraria os futuros preços da oleaginosa com os custos de produção da atual safra, que cresceram cerca de 25% no mínimo.

A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 73,70/saco, enquanto os lotes voltaram para a casa dos R$ 80,00 a R$ 81,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 64,00/saco em Sapezal e Sorriso (MT) e R$ 77,00/saco no norte e centro do Paraná.

O plantio da soja no país está praticamente encerrado, com o Rio Grande do Sul alcançando 93% da área, contra 95% na média histórica para esta época do ano. 

Em termos de preços futuros houve leve aumento, com o interior gaúcho registrando R$ 75,00/saco FOB, para maio. Já em Rio Grande o valor CIF ficou em R$ 80,50/saco também para maio. Nas demais praças nacionais os preços registraram os seguintes valores: Paranaguá (PR), R$ 76,50 para março/abril; Rondonópolis (MT), R$ 68,00; Dourados (MS), R$ 63,00; Rio Verde (GO), R$ 65,00; Brasília (DF), R$ 65,00; e Uberlândia (MG), R$ 65,00/saco, todos para o período de fevereiro a abril. Já para maio Barreiras (BA) ficou com R$ 69,00/saco, Balsas (MA) com R$ 66,00, Uruçuí (PI), com R$ 67,00, Pedro Afonso (TO), com R$ 65,00/saco. (cf. Safras & Mercado)

Na BM&F o contrato janeiro fechou a semana em US$ 19,01/saco, enquanto março ficou em US$ 19,03 e maio em US$ 19,16/saco.

Fonte: CEEMA

Gráfico de preços da Soja – CBOT – Vencimento Março/2016

Soja18122015

Gráfico de preços da Soja – BM&FBovespa – Vencimento Maio/2016

SJCK2016 - 18122015

Análise Semanal do Mercado de Milho – 18/12/2015

MilhoAs cotações do milho em Chicago recuaram igualmente, fechando a quinta-feira (17) em US$ 3,74/bushel para o primeiro mês cotado, após US$ 3,69 na véspera.

O que auxiliou um pouco o mercado estadunidense foi que as exportações semanais atingiram 1,1 milhão de toneladas na semana anterior, fato que levou à especulação a cogitar a possibilidade de que o mercado esteja iniciando um processo de compras a partir dos baixos preços do cereal em Chicago. Outra questão importante é que o mercado ainda não teria precificado as quebras de safra no Centro-Norte brasileiro devido a falta de chuvas nas lavouras de milho. Aliás, ainda não está quantificada esta quebra embora ela seja, para muitos, evidente.

Em contraponto a isso, a queda do preço do petróleo para US$ 35,50/barril em alguns momentos da semana esfriou ainda mais a possibilidade de um aumento no uso do milho estadunidense para a fabricação de etanol.

A alta dos juros nos EUA, mesmo que suave, é um indicativo de que o processo se iniciou e tende a atrair mais dólares para aquele país, levando a uma desvalorização da moeda no mercado internacional. Isso deixaria os produtos estadunidenses mais competitivos na exportação.

Como contraponto existe a real possibilidade de uma desvalorização importante do peso argentino, fato que deixaria o milho do vizinho país muito competitivo no mercado mundial. Além disso, o governo local zerou a tarifa de exportação de diversos produtos, dentre eles o milho, tornando a Argentina mais agressiva no mercado mundial do cereal, pois os produtores poderão ganhar mais com a venda do produto.

Entretanto, existem dúvidas quanto a existência de grandes estoques do produto na Argentina nesse momento. Todavia, o efeito de tal medida será no próximo ano e seguintes, quando a semeadura do cereal tende a aumentar.

Ainda na Argentina, mesmo com as novas medidas de comercialização tomadas pelo governo Macri, a tonelada de milho recuou para US$ 168,00. Ao mesmo tempo, a tonelada do produto no Paraguai disparou para US$ 117,50 diante de algumas dificuldades climáticas que se fazem presentes naquele país, além de maior preferência de plantio para com a soja.

Já no Brasil, os preços do cereal se mantiveram estáveis, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 30,08/saco. Já os lotes ficaram em R$ 36,00/saco em praças do Planalto Médio. Nas demais praças nacionais, os lotes registraram R$ 19,00/saco no Nortão do Mato Grosso, até R$ 35,00/saco nas regiões catarinenses de Videira, Concórdia e Campos Novos.

A partir de agora o mercado começa a paralisar suas atividades em função das festas de final de ano, retomando-as na primeira semana de janeiro. Mesmo assim, há movimento importante pelo lado exportador já que o ano comercial 2015/16 se encerra em 31/01/2016 e deverá bater um recorde histórico na venda de milho. Além disso, a oferta no interior do país está cada vez mais escassa, elevando os preços locais e colocando em destaque a futura colheita de verão. Qualquer problema climático na mesma puxa os preços do cereal ainda mais para cima.

Nesse último caso, haveria perdas certas no Centro-Norte brasileiro devido à falta de chuvas. Isso deixa o quadro de oferta para o primeiro trimestre do próximo ano ainda mais preocupante. A partir de abril, o plantio da safrinha nacional ditará os rumos do mercado, porém, o aperto na oferta continuará importante no restante do primeiro semestre.

Nesse sentido, as exportações brasileiras ganham ainda mais importância neste final de ano comercial. Segundo a Secex, nas primeiras duas semanas de dezembro o Brasil teria exportado 3,1 milhões de toneladas de milho. No total do atual ano comercial o país deverá mesmo chegar próximo a 34 milhões de toneladas.

Assim, o mercado interno continua registrando altas nos preços do milho, com a região de Campinas (SP) trabalhando a R$ 36,00/saco à prazo, havendo negócios concretos a R$ 37,50/saco. Por sua vez, os preços nos mercados do Paraná e de Minas Gerais já superam os praticados em São Paulo. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, a importação, no CIF indústrias brasileiras, fechou a semana com R$ 52,52/saco para o produto dos EUA e R$ 50,21/saco para o produto da Argentina, ambos para dezembro. Já o produto argentino para janeiro registrou R$ 52,81/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 38,94/saco para dezembro; R$ 39,02 para janeiro; R$ 38,65 para fevereiro; R$ 38,02 para março; R$ 37,93 para abril; e R$ 38,23/saco para maio. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Gráfico de preços do milho – CBOT – Vencimento Março/2016

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Gráfico de preços do milho – BM&FBovespa – Vencimento Março/2016

CCMH16-18122015