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Análise Semanal do Mercado de Milho – 09/10/2015
A cotação do milho em Chicago subiu um pouco durante a semana, na expectativa do relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para este dia 09/10. O fechamento desta quinta-feira (08) ficou em US$ 3,91/bushel para o primeiro mês cotado.
No fundo, mesmo com a expectativa de um novo recuo na produção final dos EUA, embora sem razões aparentes em termos climáticos, as cotações se estabilizaram nos atuais níveis em função de uma colheita que avança bem naquele país. Até o dia 04/10 a colheita atingia a 27% da área total esperada, contra a média histórica de 32% para esta época do ano.
Por sua vez, analistas privados projetam uma colheita estadunidense, para 2015/16, em torno de 342 milhões de toneladas, contra 345,2 milhões indicados em setembro. A produtividade média recuaria para 10.447 quilos/hectare, enquanto a área a ser colhida ficaria em 32,7 milhões de hectares.
Os embarques semanais, todavia, mostraram que o milho dos EUA continua enfrentando dificuldades de escoamento externo. Apenas 748.000 toneladas foram exportadas há duas semanas. Ao mesmo tempo, a qualidade das lavouras a serem ainda colhidas nos EUA se mantém em 68% entre boas a excelentes, 22% regulares e 10% entre ruins a muito ruins, sem alterações em relação a semana anterior.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB para exportação ficou em US$ 165,00 e US$ 106,00 respectivamente.
Aqui no Brasil mais uma vez o movimento cambial foi o principal responsável pelas oscilações de preço. Como o Real se valorizou para R$ 3,79 no final do dia 08/10, os preços internos cederam um pouco. Isso mesmo com a confirmação de exportações importantes em setembro.
Nesse último caso, o governo informou que as vendas externas de milho ficaram em 3,45 milhões de toneladas, fato que coloca o volume do atual ano comercial (fevereiro a setembro) em 9,13 milhões de toneladas. Já os números indicado pelos portos nacionais é bem superior, ficando em 4,82 milhões de toneladas em setembro e 13,8 milhões no acumulado do atual ano comercial. Essa discrepância nos volumes exportados traz problemas ao mercado, pois muda o enfoque quanto ao real volume de estoques que o Brasil possui. O mercado espera que o governo corrija seus números em algum momento no futuro próximo. Para outubro continua a nomeação de navios indicando um volume a ser exportado de 5,1 milhões de toneladas. (cf. Safras & Mercado)
Devido a valorização do Real, os preços no porto de Paranaguá recuaram para R$ 34,50/saco e em Santos para R$ 36,00/saco. Se esse movimento continuar na próxima semana, o recuo nos preços internos do milho se cristalizará igualmente.
Dito isso, a média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 26,50/saco, enquanto os lotes permaneceram entre R$ 32,00 e R$ 32,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 19,50/saco em Sorriso (MT) e R$ 33,50/saco em Videira (SC).
A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 53,79/saco para o produto dos EUA e R$ 48,18/saco para o produto argentino, ambos para outubro. Já para novembro o produto da Argentina chegou a R$ 50,46/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 34,53/saco para outubro; R$ 34,51 para novembro; R$ 34,47 para dezembro; R$ 35,58 para janeiro; R$ 35,46 para fevereiro; R$ 34,70/saco para março. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado de Trigo – 09/10/2015
A cotação do trigo em Chicago, após disparar para US$ 5,26/bushel durante a semana, fechou a quinta-feira (08) em US$ 5,11 (primeiro mês cotado).
O recuo se deve a uma tendência de fraca demanda internacional pelo produto dos EUA, além de ajustes técnicos após a forte alta da semana. Além disso, o plantio da nova safra estadunidense do trigo de inverno avança normalmente.
Nesse contexto, as vendas líquidas de trigo por parte dos EUA, para o ano 2015/16, iniciado em 1º de junho, somaram 77.100 toneladas na semana encerrada em 24/09. Esse número foi 75% menor do que a média das quatro semanas anteriores. A Indonésia foi o principal comprador com 73.200 toneladas.
Por sua vez, o mercado espera que os estoques finais de trigo no mundo, no relatório do dia 09/10, venham a ser reduzidos para 224,7 milhões de toneladas, ou seja, menos 2 milhões de toneladas em relação a setembro. Para os estoques finais dos EUA o mercado projeta um volume de 22,3 milhões de toneladas, ou seja, 9% acima do registrado no ano anterior 2014/15.
No Mercosul a tonelada FOB de trigo para exportação permaneceu com valores entre US$ 180,00 e US$ 230,00, dependendo do país (Argentina, Uruguai e Paraguai).
Por outro lado, no Brasil os preços do trigo continuaram estáveis, com o preço médio no balcão gaúcho fechando a semana em R$ 32,42/saco. Nos lotes, os valores subiram um pouco mais, fechando a semana em R$ 660,00/tonelada, ou seja, R$ 39,60/saco. Já no Paraná os lotes ficaram entre R$ 720,00 a R$ 750,00/tonelada, ou seja, entre R$ 43,20 e R$ 45,00/saco.
Dito isso, o mercado está com melhor liquidez desde setembro, na medida em que a colheita do Paraná avança e a do Rio Grande do Sul se inicia. No Paraná, a mesma chegava a 70% da área no início de outubro, enquanto o Estado gaúcho registrava 10%. As indústrias voltam aos poucos ao mercado, dando preferência ao produto nacional de qualidade superior, o qual será mais raro neste ano devido as intempéries. Ao mesmo tempo, a forte desvalorização do Real até o dia 24/09 estimulou maior volume de compras. Mesmo com a moeda nacional um pouco mais forte nesta semana, as importações ainda estão bastante caras.
No geral, estima-se que 10% da safra do Paraná tenha sido totalmente perdida, enquanto no Rio Grande do Sul, até esse momento, o mercado avança o percentual de 30%. Nesse último caso há controvérsias, pois a Emater julga que as perdas estariam ao redor de 20%. Todavia, novas e fortes chuvas, com vento e granizo, se abateram sobre as lavouras do sul do país desde o dia 07/10, devendo provocar mais perdas. Por outro lado, uma coisa é a perda em volume a outra é a perda em qualidade. Essa última terá um percentual bem maior neste ano. Assim, em volume, a colheita final brasileira deverá ficar entre 5,5 e 6 milhões de toneladas. Disso, um volume importante, especialmente no Rio Grande do Sul, será de qualidade inferior.
Nesse contexto, e em o Real não se valorizando muito, a tendência é de que o preço do trigo de qualidade superior continue a melhorar nas próximas semanas, mesmo sob pressão da colheita. Esse quadro pode se acelerar ou não conforme o resultado final da colheita nacional, tanto em volume quanto em qualidade.
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado de Soja – 02/10/2015
As cotações da soja estiveram em terreno mais positivo durante os últimos dias de setembro, porém, terminaram a semana (1º de outubro) novamente em baixa. O fechamento do dia ficou em US$ 8,77/bushel para o primeiro mês cotado, contra US$ 8,68 uma semana antes. Para maio/16 o fechamento desta quinta-feira ficou em US$ 8,88. A média de setembro voltou a recuar, confirmando o quadro baixista em Chicago. A mesma registrou US$ 8,81/bushel para o primeiro mês cotado, contra US$ 9,44 em agosto e US$ 10,13/bushel em julho. Portanto, em termos médios, nos últimos dois meses o bushel perdeu US$ 1,32, ou seja, 13%.
O mercado está sob influência da colheita nos EUA. E nesse contexto a tendência de médio prazo continua baixista. Tanto é verdade que até o dia 27/09 a colheita alcançava 21% da área total, estando bem avançada. A qualidade das lavouras a serem ainda colhidas ficou em 62% entre boas a excelentes, com recuo de um ponto percentual, porém, sem motivar preocupações maiores nesta fase da safra.
Por sua vez, tem surpreendido o mercado a excelente produtividade até aqui obtida, acima do esperado, confirmando que não houve quebras durante o desenvolvimento da planta, como a especulação tentou demonstrar entre junho e agosto. Nesse sentido, o mercado já cogita de que o USDA, em seu próximo relatório de oferta e demanda, previsto para o dia 09/10, aumente a estimativa da safra final nos EUA, podendo a mesma bater o recorde histórico. Sobretudo porque o relatório de estoques trimestrais, divulgado neste dia 30/09, acabou reduzindo o número final da safra 2014 de 108,1 para 107 milhões de toneladas. A área semeada na oportunidade foi reduzida para 33,7 milhões de hectares, a área colhida ficou em 33,4 milhões e a produtividade final baixou para 3.194 quilos/hectare.
Dito isso, no curto prazo houve altas na semana. O elemento central para isso foi a boa demanda em torno da soja estadunidense. As vendas líquidas na semana anterior ficaram em 1,32 milhão de toneladas, dentro do esperado pelo mercado. Outro fator que deu força momentânea ao mercado foi o acordo assinado entre EUA e China para, nos próximos anos, o país asiático importar 13,8 milhões de toneladas de soja. Esse fato tende a ser um complicador para o escoamento futuro das safras brasileira e argentina.
Ajudou, igualmente, as cotações o fato de os estoques trimestrais terem sido um pouco reduzidos, porém, isso já havia sido precificado pelo mercado. Além disso, em comparação ao ano anterior, os mesmos aumentaram. Assim, para a posição 1º de setembro o mercado esperava um volume de 5,6 milhões de toneladas, contra 2,5 milhões em igual momento do ano passado. O relatório indicou 5,2 milhões de toneladas! Ou seja, o mesmo está 108% acima do registrado em 1º de setembro de 2014.
No Brasil, a novidade está na relativa estabilização do Real, após semanas de fortes variações e, particularmente, de contínua depreciação da moeda nacional. Com intervenções do Banco Central, a moeda nacional parece estar se estabilizando, por enquanto, entre R$ 3,95 e R$ 4,00 por dólar. Todavia, ainda há muitos fatores de incerteza que tendem a provocar oscilações até o final do ano.
Essa realidade não impediu que os preços nacionais permanecessem firmes e até mesmo com alguma elevação, já que Chicago ajudou durante a semana. Assim, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 74,44/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 81,50 e R$ 82,00/saco no fechamento semanal, indicando redução em relação à média da semana (veja tabela no início deste boletim). Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 69,50/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 80,00/saco no norte do Paraná.
Em termos de preços futuros o quadro se mantém o mesmo dos últimos meses, ou seja, os preços estão excelentes se considerarmos uma futura estabilização cambial em níveis um pouco mais baixos do que os atuais. Desta maneira, o interior gaúcho, para maio, esteve pagando R$ 79,50/saco FOB. Nos portos de Rio Grande e Paranaguá o saco CIF ficou respectivamente em R$ 84,50 (para maio) e R$ 82,00 (para março/abril). No Mato Grosso, a região de Rondonópolis apontou R$ 70,00/saco para fevereiro/março, enquanto Dourados (MS) ficou em R$ 68,00. Em Rio Verde (GO) o valor subiu para R$ 72,00, enquanto na região de Brasília, para abril, registrou R$ 71,50/saco CIF. Em Uberlândia (MG) o valor CIF ficou em R$ 72,00/saco. Enfim, na Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins, para maio/16, os valores respectivos foram de R$ 74,00; R$ 71,00; R$ 72,00 e R$ 70,00/saco. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado de Milho – 02/10/2015
As cotações do milho em Chicago pouco oscilaram na semana, fechando o dia 1º de outubro em US$ 3,88/bushel, contra US$ 3,81 na semana anterior. A média de setembro ficou em US$ 3,74/bushel, contra US$ 3,67 no mês de agosto e US$ 4,06 em julho. Ou seja, em termos médios, as cotações de setembro melhoraram levemente sobre agosto.
Esse comportamento das cotações reflete a menor safra nos EUA, em relação ao ano anterior, devido à redução de área semeada e a problemas climáticos pontuais. O próximo relatório do USDA, previsto para o dia 09/10, deverá consolidar as estimativas de colheita, na medida em que a mesma está avançando.
Por enquanto, o clima está normal e a colheita não sofre interrupções. Como o produtor estadunidense naturalmente está dando maior atenção à soja, o corte do milho está um pouco atrasado, atingindo a 18% da área até o dia 27/09, contra a média histórica de 23%.
Isso e mais o fato de que as exportações de milho por parte dos EUA estarem fracas, sofrendo forte concorrência do Brasil devido a enorme depreciação do Real nos últimos tempos, a tendência dos preços internacionais do milho ainda é de valores um pouco mais baixos aos praticados neste final de setembro.
Efetivamente, em termos de exportações, as vendas líquidas dos EUA para o ano 2015/16, iniciado em 1º de setembro, caíram para 426.300 toneladas na semana encerrada em 17/09. O volume ficou 20% abaixo do registrado na semana anterior, sendo o México o maior comprador, com 159.600 toneladas. (cf. Safras & Mercado)
O mercado internacional concentra suas atenções, agora, cada vez mais no volume exportado e no clima da América do Sul, de onde virá a próxima safra do cereal.
O relatório de estoques trimestrais, na posição 1º de setembro, não trouxe novidades, indicando um volume de 34,8 milhões de toneladas. Todavia, como os estoques do trigo ficaram abaixo do esperado (56,9 milhões de toneladas), isso acabou fortalecendo os preços do milho.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB registrou movimentos diferentes. Enquanto no primeiro país a mesma se manteve estável em US$ 163,00, no segundo houve aumento do valor para US$ 106,00.
Aqui no Brasil o câmbio continua sendo o elemento central para o mercado do milho. As intervenções do Banco Central para segurar o recuo da moeda nacional provocaram fortes oscilações na mesma, levando os compradores e os produtores a saírem do mercado. Com isso, tanto na BM&F quanto no mercado físico os negócios estiveram bastante travados.
A média gaúcha no balcão subiu para R$ 26,35/saco, enquanto os lotes variaram entre R$ 32,00 e R$ 32,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 19,50/saco na região de Sorriso (MT) e R$ 33,50/saco nas regiões catarinenses de Videira e Campos Novos.
No porto de Santos, depois de o saco CIF ter atingido a R$ 41,00 em alguns momentos da semana, seu valor recuou para R$ 34,00 a R$ 36,00 após as intervenções do Banco Central. Isso, todavia, não provocou nenhum movimento expressivo no mercado físico.
É importante salientar que a forte depreciação do Real está aumentando as exportações brasileiras de milho. Segundo os registros portuários, setembro teria conseguido alcançar 3,77 milhões de toneladas vendidas ao exterior. Entretanto, o número oficial virá do governo (Secex), o qual não tem batido com os volumes indicados pelo setor exportador. Para outubro existiriam nomeações de navios na altura de 5,1 milhões de toneladas.
O fato é que o milho brasileiro estaria hoje US$ 20,00/tonelada mais barato do que o produto dos EUA. (cf. Safras & Mercado)
Para as próximas semanas o mercado não deverá mudar muito de comportamento, ficando na dependência das oscilações cambiais. A questão a ser antecipada está na reação dos preços (para baixo) quando o Real voltar a patamares “normais”, reduzindo-se a volatilidade cambial no país, em caso de safra normal no verão do Centro-Sul brasileiro. Nesse último caso, vale salientar que o plantio da safra de verão está transcorrendo bem, sem percalços climáticos, salvo perdas provocadas pela geada tardia no Rio Grande do Sul e incidência de granizo em algumas áreas da Região Sul do país.
Enfim, as importações, no CIF indústrias nacionais, terminaram o mês de setembro valendo R$ 55,94/saco para o produto dos EUA e R$ 49,71/saco para o produto argentino, ambos para outubro. Já para novembro o produto argentino ficou em R$ 52,09/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 35,81/saco para outubro; R$ 35,97 para novembro; R$ 35,87 para dezembro; R$ 36,18 para janeiro; R$ 36,44 para fevereiro; R$ 35,80 para março. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado de Trigo – 02/10/2015
As cotações do trigo em Chicago voltaram a subir, rompendo definitivamente o teto dos US$ 5,00/bushel (mais uma vez), ao fecharem o dia 1º de outubro em US$ 5,18/bushel. Uma semana antes o fechamento havia sido de US$ 4,97. A média de setembro ficou em US$ 4,86/bushel, contra US$ 4,99 em agosto e US$ 5,47 em julho.
Essa elevação nas cotações vem na esteira de estoques trimestrais, na posição 1º de setembro, abaixo do esperado pelo mercado. A expectativa era de 58,8 milhões de toneladas, e o número oficial veio em 56,9 milhões. Mesmo assim, o volume ficou acima das 51,9 milhões de toneladas do ano anterior. Por sua vez, o avanço mais lento do plantio da nova safra nos EUA também tem causado alguma preocupação no mercado.
Nesse último caso, até o dia 27/09 o plantio atingia a 31% nas lavouras de inverno, contra 35% na média histórica.
Outro fator que deu firmeza às cotações em Chicago foram as preocupações com a seca em importantes países produtores, casos da Ucrânia e Austrália, muito embora o Conselho Internacional de Grãos tenha aumentado a safra global de trigo para 727 milhões de toneladas, ou seja, 7 milhões acima do estabelecido no mês de agosto.
Já as vendas líquidas estadunidenses de trigo, para o ano comercial 2015/16, iniciado em 1º de junho, chegaram a 282.800 toneladas na semana encerrada em 17/09. Esse volume ficou 23% menor do que a média das quatro semanas anteriores.
Nos países exportadores do Mercosul, o preço médio voltou a recuar neste final de setembro, com a tonelada FOB exportação ficando entre US$ 180,00 e US$ 230,00. Especificamente no Uruguai, o plantio está em fase final e a área recuou mais de 40% em função da baixa procura pelo produto local, após perda de qualidade do mesmo nas últimas safras. (cf. Safras & Mercado)
No mercado brasileiro, os preços se mantêm em elevação média. O saco do produto, na média gaúcha, fechou a semana em R$ 32,04. Já os lotes ficaram em R$ 650,00/tonelada ou R$ 39,00/saco. No Paraná, o trigo varia entre R$ 700,00 e R$ 730,00/tonelada, ou seja, entre R$ 42,00 e R$ 43,80/saco. A tendência é de o produto de qualidade superior continuar a subir de preço.
Isso, apesar do aumento da oferta interna, já que no final da semana anterior a colheita no Paraná chegou a 62% da área estimada no Estado, e 90% na região oeste. Ao mesmo tempo, os grandes moinhos continuam muito abastecidos, esperando a entrada mais expressiva desta safra nova. Todavia, maiores chuvas nas regiões produtoras do Paraná nestes últimos dias de setembro atingem os outros 40% das lavouras a serem colhidas, podendo provocar perdas na qualidade do produto, a qual irá se somar ao que o oeste paranaense já perdeu, sem falar no caso específico do Rio Grande do Sul, que ainda não iniciou a colheita. Neste último caso, já se estima que as perdas totais possam chegar a 20%, embora muitas empresas privadas e produtores afirmem que as mesmas são ainda maiores. As próximas semanas, na medida em que a colheita se iniciar, definirão esse quadro.
Entretanto, o principal fator da recuperação dos preços do trigo, mesmo que lenta, vem do câmbio e da forte elevação nos custos de importação do produto. Isso está fazendo com que os moinhos dêem mais atenção ao produto nacional. Até o final de setembro cerca de 17% da safra nacional de trigo já havia sido comercializada antecipadamente (cf. Deral/Safras & Mercado)
Portanto, diante deste conjunto de fatores, não é de se estranhar que os preços do cereal de qualidade superior estejam subindo em plena colheita. Esse processo deverá continuar tanto quanto o Real se mantenha anormalmente depreciado.
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado de Soja – 25/09/2015
As cotações da soja nesta terceira semana de setembro, quando a colheita da oleaginosa já se desenvolve nos EUA, voltaram a recuar na Bolsa de Chicago, porém, neste dia 24 se recuperaram, fechando muito próximo do registrado na semana anterior. O bushel fechou, então, a quinta-feira (24) em US$ 8,86, após US$ 8,61 no dia 22 e US$ 8,84 uma semana antes.
O clima continua favorável nos EUA e a colheita chegou a 7% da área esperada no dia 21/09, estando exatamente dentro da média histórica. Os rendimentos até aqui obtidos estão acima do previsto, indicando que o volume final colhido poderá ser superior ao até aqui estimado, contrariando as especulações de quebra parcial de safra que havia semanas atrás.
Por outro lado, as condições das lavouras estadunidenses voltaram a melhorar havendo até a data indicada 63% de boas a excelentes, 26% regulares e 11% entre ruins a muito ruins, corrigindo o anunciado na semana anterior.
Ao mesmo tempo, a demanda pela soja dos EUA diminui diante de um dólar cada vez mais forte no cenário internacional. Junto a isso, o petróleo igualmente recuou novamente, o que traz o óleo de soja para valores somente vistos entre 2006/07. Soma-se a isso a crise na economia chinesa, a qual pode provocar uma redução nas compras de soja por parte daquele país, fato que não é visto há 10 anos.
Nesse sentido, em agosto a China importou 7,78 milhões de toneladas de grãos de soja, com um aumento de 29% sobre agosto de 2014. No acumulado dos oito primeiros meses do ano as compras chinesas chegaram a 52,4 milhões de toneladas, ou seja, 9,8% acima do importado no mesmo período do ano passado. Mas a preocupação dos EUA é de que suas vendas para a China diminuem. Total acima para agosto, o Brasil participou com 5,53 milhões de toneladas (+27,5% sobre agosto/14), acumulando nos oito primeiros meses do corrente ano vendas de 27,9 milhões de toneladas, isto é, 10,4% acima do registrado no mesmo período de 2014. Já os EUA, em agosto, venderam apenas 6.370 toneladas aos chineses, somando 17 milhões de toneladas no acumulado do ano. Isso representa um recuo de 1,9% sobre o mesmo período do ano passado. (cf. Safras & Mercado)
A possibilidade de um acordo comercial entre os EUA e a China, a ser definido nestes dias, poderia envolver até 9 milhões de toneladas de soja, fato que deu um pouco de ânimo ao lado especulador do mercado de grãos.
Por sua vez, as exportações líquidas de soja por parte dos EUA, na semana encerrada em 10/09, atingiram a 912.000 toneladas para o ano 2015/16, ficando dentro das expectativas do mercado. Já as inspeções de exportação de soja, na semana encerrada em 17/09, atingiram a 502.846 toneladas, acumulando no atual ano comercial 2015/16, iniciado em 1º de setembro, o total de 898.902 toneladas, contra 803.742 toneladas em igual momento do ano anterior.
Pesou ainda sobre o mercado da soja o anúncio feito pela Safras & Mercado de que a futura safra brasileira de soja poderá chegar a 100,5 milhões de toneladas em caso de clima normal. Isso representa 5,3% acima do resultado deste último ano, que foi de 95,5 milhões de toneladas. Espera-se um aumento de 3,8% na área nacional de soja, com a mesma chegando a 32,92 milhões de hectares. Por este levantamento, a produtividade média projetada fica em 3.069 quilos/hectare no Brasil.
Nesse contexto, o cenário fundamental no mercado da soja permanece baixista para as cotações.
Dito isso, aqui no Brasil, a nova disparada do dólar, levando a desvalorização do Real a bater em R$ 4,14 em meados desta semana, manteve os preços nacionais da soja em elevação. A média gaúcha no balcão bateu em R$ 73,53/saco na semana, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 82,00 e R$ 82,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 69,00/saco no Nortão do Mato Grosso, até R$ 81,00/saco no norte do Paraná. Alerta-se para o momento em que haverá o retorno desde câmbio, já que o Real está completamente fora de sua paridade em relação ao dólar. A mesma, hoje, considerando o ano de 1999 como referência (momento em que o Brasil passou ao câmbio flutuante) seria de um câmbio entre R$ 3,00 e R$ 3,10. Se avizinha, portanto, um ajuste nesse processo especulativo cambial brasileiro, desde que as condições políticas e econômicas internas o permitam. Isso derrubará os preços da soja em reais, já que Chicago não deverá se recuperar tão cedo. Na verdade, as cotações internacionais estão voltando ao que se considera normal para uma economia mundial que ainda se encontra enfraquecida pela crise de 2007/08.
Assim, os preços futuros praticados no momento permanecem excelentes, fato que está levando a vendas antecipadas cada vez maiores. Até o início deste mês de setembro, segundo a AgRural, 30% da futura safra brasileira já havia sido negociada pelos produtores, contra 10% na mesma época do ano passado e 27% na média histórica. Já as vendas da safra 2014/15 somaram 88% no início de setembro, estando dentro da média. Em relação a safra futura, o Centro-Oeste havia vendido 33%, o Sul 24%, o Sudeste 29%, e a região Norte/Nordeste 36%.
Nesse sentido, os preços futuros da soja ficaram assim na média desta semana: R$ 80,00/saco no FOB interior gaúcho para maio; R$ 83,50 e R$ 86,00/saco CIF respectivamente para os portos de Paranaguá (março/abril) e Rio Grande (maio); R$ 70,00/saco para Rondonópolis (MT) em fevereiro/abril; R$ 70,00 igualmente para Dourados (MS) para fevereiro; R$ 73,00/saco para Rio Verde (GO), entre fevereiro/março; R$ 72,00 para a região de Brasília (abril); R$ 74,00/saco para Uberlândia (MG), para abril; R$ 75,00/saco para Barreiras (BA), em maio; R$ 73,00/saco para Balsas (MA) igualmente para maio. Todos estes valores CIF. Já para Uruçuí (PI) e Pedro Afonso (TO), ambos para maio, o valor ficou em R$ 74,00/saco. (cf. Safras & Mercado)
Enfim, na BM&F o contrato novembro fechou a semana em US$ 19,04/saco; janeiro ficou em US$ 19,14/saco; março em US$ 19,24/saco; e maio em US$ 19,30/saco.
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado de Milho – 25/09/2015
As cotações do milho em Chicago pouco oscilaram durante a semana, com o fechamento desta quinta-feira (24) registrando US$ 3,81/bushel.
O clima favorável à colheita nos EUA, onde 10% da área já foi cortada, não permite melhores cotações. Nem mesmo a melhoria das exportações do cereal conseguiu alterar o quadro de estabilidade. Ou seja, assim como no caso da soja, os fundamentos do mercado mundial de milho continuam baixistas, sem perspectivas de grandes alterações nas próximas semanas.
Por sua vez, as vendas líquidas estadunidenses de milho, para 2015/16, na semana encerrada em 10/09, somaram 533.000 toneladas, com o México adquirindo 381.000 toneladas desse total. Na semana encerrada em 03/09 o volume exportado atingiu a 411.200 toneladas. (cf. Safras & Mercado)
Outro fator que ajudou a manter as cotações em relativa baixa foi a baixa dos preços do petróleo, a qual desestimula a produção de etanol a base de milho nos EUA, fato que deixa mais cereal em estoque.
Ao mesmo tempo, as condições das lavouras estadunidenses se mantiveram, até o dia 20/09, em 68% entre boas a excelentes.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB se manteve respectivamente em US$ 162,00 e US$ 100,00.
Aqui no Brasil, o câmbio totalmente descontrolado continua sendo a vedete do mercado. Após bater em R$ 4,14 em alguns momentos desta semana, o mesmo praticamente travou o mercado do milho. Os produtores, diante de uma escala de preços inesperada, seguram ao máximo seu produto, esperando novas altas. No atual contexto político e econômico do país, é difícil indicar em que momento iniciará a reversão cambial para níveis mais palatáveis. Pelo sim ou pelo não, o fato é que ela virá e provocará um forte recuo nos preços do cereal, já que em termos de oferta e demanda nacional não há outra justificativa para as altas que vêm ocorrendo.
Tanto é verdade que, mesmo com o atual câmbio, as exportações não deslancham, tendo o país exportado, nas três primeiras semanas de setembro, um total de 1,66 milhão de toneladas, quando o mercado chegou a projetar volumes entre 3 a 4 milhões de toneladas para o conjunto do mês.
O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 25,63/saco, enquanto os lotes subiram para valores entre R$ 31,50 e R$ 32,00/saco. Nas demais praças, os lotes chegaram a R$ 18,00/saco no Nortão do Mato Grosso e a R$ 32,00/saco nas regiões produtoras de Santa Catarina.
Nos portos, os preços em Santos fecharam a semana em R$ 37,00/saco no disponível, enquanto em Paranaguá ficaram ao redor de R$ 35,50/saco. O referencial Campinas (SP) igualmente foi a R$ 35,00/saco.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 55,67/saco para o produto dos EUA e R$ 51,03/saco para o produto argentino. Já para outubro, o produto argentino ficou em R$ 53,49/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 35,49/saco para setembro; R$ 35,68 para outubro; R$ 35,99 para novembro; R$ 35,78 para dezembro; R$ 36,32 para janeiro; R$ 36,65 para fevereiro; e R$ 36,97/saco para março.
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado de Trigo – 25/09/2015
As cotações do trigo em Chicago voltaram a romper o teto dos US$ 5,00/bushel no dia 23, porém, não se sustentaram. Assim, o fechamento da quinta-feira (24) foi de US$ 4,97/bushel, após US$ 5,07 na véspera.
A pressão um pouco mais altista se dá pela demanda do produto estadunidense, já que pelo lado da oferta o clima é favorável às lavouras. O plantio do trigo de inverno já foi iniciado nos EUA, havendo 19% da área semeada até o dia 20/09. A média histórica é de 20% para esta época do ano.
Por sua vez, as vendas líquidas de trigo por parte dos EUA, para o ano comercial 2015/16, iniciado em 1º de junho, ficaram em 377.500 toneladas na semana encerrada em 10/09. Esse volume é 7% acima da média das quatro semanas anteriores. O principal comprador foi as Filipinas com 89.000 toneladas. Já as inspeções de exportação de trigo, na semana encerrada em 17/09, atingiram a 604.918 toneladas, contra 509.155 toneladas na mesma época do ano anterior.
No Mercosul, o trigo para exportação permaneceu entre US$ 170,00 e US$ 230,00/tonelada FOB.
Aqui no Brasil, os preços se estabilizaram, com o balcão gaúcho fechando na média de R$ 31,13/saco, enquanto os lotes subiram para R$ 650,00/tonelada ou R$ 39,00/saco. No Paraná, os lotes oscilaram entre R$ 650,00 e R$ 720,00/tonelada, ou seja, entre R$ 39,00 e R$ 43,20/saco.
A colheita no Paraná avança, porém, boa parte do produto ofertado é de baixa qualidade, confirmando o estrago causado pelas intempéries durante o desenvolvimento da planta. Isso força uma baixa nos preços locais, particularmente no oeste e centro do Estado. Além disso, os moinhos se mantém abastecidos e com grandes dificuldades para escoar a farinha resultante da moagem devido a crise econômica no país, que reduz a demanda.
Dito isso, pela paridade de importação, o trigo de qualidade superior no Paraná poderia já estar em R$ 800,00/tonelada, ou R$ 48,00/saco, considerando que o produto importado, em função da enorme desvalorização do Real, chega ao Brasil 26% mais caro no caso do produto argentino e de 28% a 30% mais caro no caso do produto dos EUA.
Por outro lado, as intempéries mais recentes no sul do país estão levando o mercado, finalmente, a reconsiderar o volume final a ser colhido, especialmente do produto de qualidade superior. Nesse sentido, o total poderá mesmo ficar entre 5 e 6 milhões de toneladas, exigindo maiores importações por parte do Brasil em 2015/16. Em se mantendo o atual câmbio, isso tende a elevar os preços internos do trigo, fato que já começa a se fazer sentir.
Todavia, a rentabilidade do produtor nacional está comprometida com a baixa produtividade de parte de suas lavouras, devido ao clima ruim, fato que ainda se abate sobre o Rio Grande do Sul em particular. Resta agora definir o que sairá de produto com qualidade superior e o que será produto de baixa qualidade e mesmo triguilho.
Fonte: CEEMA
FonteFF
Análise Semanal do Mercado de Soja – 18/09/2015
As cotações em Chicago pouco se alteraram nesta semana. Apesar de o relatório do USDA, divulgado no dia 11/09, ter sido novamente baixista em relação às expectativas do mercado, parte dos analistas continuam considerando que a safra final nos EUA será menor do que o volume até o momento anunciado. Isso provocou ajustes técnicos em diferentes momentos da semana, mantendo as cotações estáveis.
Desta forma, o fechamento desta quinta-feira (17) ficou em US$ 8,84/bushel, idêntico ao de uma semana atrás (primeiro mês cotado). Para maio, o fechamento ficou em US$ 8,92.
O relatório do USDA acabou aumentando a produção estadunidense para 107,1 milhões de toneladas para este ano de 2015/16, colheita esta que está se iniciando. Praticamente manteve os estoques finais, com os mesmos ficando em 12,3 milhões de toneladas nos EUA. Com isso, não alterou o patamar de preços a serem pagos aos produtores estadunidenses neste novo ano comercial, com o mesmo se estabelecendo entre US$ 8,40 e US$ 9,90/bushel, indicando que os atuais preços em Chicago estão dentro do mesmo. Em termos mundiais, o relatório reduziu em meio milhão de toneladas a safra global de soja, definindo a mesma em 319,6 milhões de toneladas. Os estoques finais mundiais da oleaginosa, para 2015/16, foram reduzidos em quase dois milhões de toneladas, porém, se mantendo ainda muito elevados (85 milhões de toneladas, contra 78,7 milhões em 2014/15 e 62,7 milhões de toneladas em 2013/14). O consumo chinês permaneceu estimado em 79 milhões de toneladas (o governo chinês estima um volume de 78 milhões de toneladas), enquanto a produção do Brasil e da Argentina seria de 97 e 57 milhões de toneladas respectivamente.
Imediatamente ao anúncio do relatório o mercado despencou, porém, posteriormente voltou a se recuperar, se mantendo praticamente nos mesmos níveis da semana anterior. O que está sustentando as cotações é a expectativa de uma safra real menor do que o estimado pelo USDA. Nesse sentido, ajudou o raciocínio o fato de o USDA ter reduzido a qualidade das lavouras dos EUA em seu relatório de 08/09. Agora, 61% estão entre boas a excelentes, 27% regulares e 12% entre ruins a muito ruins. Igualmente, o esmagamento de soja em agosto, nos EUA, ficou acima do esperado pelo mercado, atingindo a 3,68 milhões de toneladas, contra 3,64 milhões esperados. Todavia, em julho, o esmagamento havia alcançado 3,95 milhões de toneladas.
Outro fator que auxiliou na manutenção das cotações foi o anúncio pelo USDA de que os produtores estadunidenses, que fazem parte do programa de subsídios do governo, terem deixado de semear 898.422 hectares com soja devido às intempéries (o número anterior era de 878.187 hectares). Isso aumenta o sentimento dos operadores na Bolsa de que a área realmente semeada com soja foi menor do que o indicado, podendo se refletir em um volume final de safra menor do que vem sendo anunciado.
Nesse contexto, a partir de agora será efetivamente a evolução da colheita que indicará quem tem razão e, por conseqüência, para que lado irá os preços.
No mercado brasileiro, o câmbio continuou sendo o elemento central dos preços. Durante a semana o mesmo chegou a R$ 3,90 por dólar em alguns momentos, retrocedendo, posteriormente, para R$ 3,83 a partir do anúncio de um novo pacote econômico por parte do governo federal. Todavia, como esse pacote ainda precisa passar pelo Congresso Nacional, nada está definido e muita volatilidade cambial continuaremos a vivenciar.
Nesse quadro, em plena entressafra, quem ainda tem soja para comercializar está segurando o produto, esperando preços ainda mais elevados.
Ora, os preços atuais são excelentes, na medida em que a média semanal gaúcha fechou em R$ 71,08/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 79,00 e R$ 79,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes registraram R$ 68,50/saco no Nortão do Mato Grosso, até R$ 76,50/saco no norte do Paraná. No ano passado nesta época, o balcão gaúcho estava em R$ 53,31/saco, enquanto os lotes giravam entre R$ 57,85 e R$ 58,85/saco. Isso significa que, em um ano, apesar do recuo em Chicago (o bushel, na época, valia US$ 9,82) a desvalorização do Real deu ganhos importantes à soja nacional. Ou seja, enquanto o bushel perdeu 9,7% no período, o saco de soja no balcão gaúcho ganhou 33,3%. Nas demais praças nacionais, o Nortão do Mato Grosso ganhou 26,8% em seus preços médios nos lotes (seu preço médio, um ano atrás, era de R$ 54,00/saco), enquanto o norte do Paraná, que registrava um preço médio de R$ 58,50/saco um ano antes, ganhou 30,8%. Assim sendo, mais uma vez se confirma que o câmbio tem salvado, neste ano de 2015, o preço da soja brasileira. O problema é que tamanha desvalorização cambial eleva proporcionalmente os custos de produção, os quais não recuam nos mesmos níveis, quando ocorrer o recuo dos preços do produto na medida em que o câmbio se acomodar em patamares mais racionais.
Na BM&F, a semana fechou com o contrato de novembro/15 em US$ 19,56/saco, enquanto janeiro/16 ficou em US$ 19,64; março em US$ 18,69; e maio em US$ 19,73/saco.
No atual contexto cambial, os preços futuros da soja continuam igualmente excelentes. O interior gaúcho, para maio, registra R$ 76,50/saco FOB. Paranaguá (porto), para o produto CIF o valor ficou em R$ 79,50/saco para março/abril; no Mato Grosso (Rondonópolis) o valor é de R$ 68,00/saco para fevereiro/abril; em Dourados (MS) o saco foi cotado a R$ 68,00 CIF para fevereiro, o mesmo sendo para Rio Verde (GO). Na região de Brasília, para abril, o produto esteve em R$ 69,00/saco CIF; enquanto em Uberlândia (MG) o valor alcançou R$ 70,00/saco nas mesmas condições. Enfim, na Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins, para maio/16, o saco de soja CIF ficou respectivamente em R$ 71,00, R$ 71,00, R$ 72,00 e R$ 70,00. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado de Milho – 18/09/2015
As cotações do milho se elevaram um pouco na semana, fechando a quinta-feira em US$ 3,79/bushel em Chicago, após US$ 3,86 na véspera. Uma semana antes o bushel havia sido cotado em US$ 3,61. Tal comportamento se deu em função do relatório do USDA, anunciado no dia 11/09, o qual foi altista para o cereal.
O referido relatório indicou uma safra de 345,1 milhões de toneladas nos EUA, a qual já está em processo de colheita. Esse número é 2,5 milhões de toneladas inferiores ao volume indicado em agosto. Já os estoques finais nos EUA foram reduzidos para 40,4 milhões de toneladas, contra 43,5 milhões em agosto. Com isso, o patamar de preços médios aos produtores dos EUA, para 2015/16, foi elevado para US$ 3,45-US$ 4,05/bushel. Em termos mundiais, o relatório reduziu a safra global para 978,1 milhões de toneladas (7,5 milhões a menos do que o anunciado em agosto), enquanto os estoques finais mundiais recuam para 189,7 milhões de toneladas, contra 195,1 milhões em agosto. A produção brasileira seria de 79 milhões de toneladas e a argentina de 25 milhões. A projeção é de exportações brasileiras ao redor de 24 milhões de toneladas.
Entretanto, os preços não subiram mais porque a pressão da colheita estadunidense se faz sentir a partir de agora. Até o dia 13/09 a mesma atingia a 5% da área, ficando abaixo da média histórica que é de 9% para a época. Ao mesmo tempo, contrariamente à soja, as condições das lavouras permaneceram iguais ao anunciado na semana anterior, ou seja, 68% entre boas e excelentes, 22% regulares e 10% entre ruins a muito ruins.
Dito isso, na Argentina a tonelada de milho FOB viu seu preço melhorar um pouco nesta semana, com o produto subindo para US$ 163,00. Enquanto isso, no Paraguai a tonelada permaneceu, na média, em US$ 100,00.
Aqui no Brasil, os preços médios melhoraram puxados especialmente pela desvalorização do Real. A média gaúcha na semana ficou em R$ 24,95/saco, enquanto os lotes registraram R$ 30,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 17,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 29,00/saco nas regiões catarinenses de Videira, Concórdia e Campos Novos, além de Pato Branco (PR). Um ano atrás, o balcão gaúcho pagava R$ 22,12/saco, enquanto os lotes eram cotados a R$ 23,00/saco. No Nortão do Mato Grosso os lotes estavam em R$ 12,50/saco, enquanto em Santa Catarina oscilavam entre R$ 23,00 e R$ 23,50/saco. Ou seja, a recuperação dos preços neste mês de setembro permite que o milho se valorize um pouco mais do que a inflação oficial destes últimos 12 meses, que é de 9,5%.
É bom frisar que, no sul do Brasil, fortes geadas ocorreram no final de semana entre o 10 e o 13/09, fato que deverá ter provocado perdas nas lavouras recentemente semeadas. Resta esperar para ver o quanto deste milho terá capacidade de rebrote e o quanto desta área atingida será replantada ou, então, será transferida para a soja, fato que reduzirá a projeção da colheita de verão do cereal.
Nesse contexto, no momento, alimentados por um câmbio anormal, os preços do milho no porto de Santos chegaram a R$ 36,00/saco durante a semana, enquanto em Paranaguá bateram em R$ 34,00/saco. Essa forte alta nos portos acaba puxando os preços nas regiões produtoras, mesmo aquelas com safrinha. Em Campinas o referencial de preços oscilou entre R$ 32,50 e R$ 33,00/saco. Nesse quadro, quem tem milho tenta esperar para vender, especulando preços ainda mais elevados. O problema é que o espaço para novas desvalorizações importantes do Real está praticamente inexistente na medida em que o país já perdeu o grau de investimento (o mercado havia precificado antes o fato) e o governo reage com medidas econômicas para acelerar o ajuste fiscal. Resta saber o que ocorrerá no front político, onde a pressão pela saída da presidente Dilma tem aumentado.
Pelo lado das exportações, mesmo com um câmbio extremamente favorável, os volumes ainda não são significativos. A primeira quinzena de setembro registra apenas 1,06 milhão de toneladas vendidas pelo Brasil.
A tendência indica que, em continuando a volatilidade cambial, os preços do milho se mantêm firmes. Em se acomodando o câmbio (o que se espera que ocorra até o final do ano), os preços podem recuar pela pressão da oferta e dificuldades de exportação até o momento. No entanto, as intempéries no sul do país podem localmente elevar os preços do cereal já que Rio Grande do Sul e Santa Catarina são tradicionais importadores de milho.
Enfim, ajuda a manter firme o preço do cereal no país o fato de que os compradores têm necessidade do cereal, sendo obrigados a aceitar preços mais elevados oferecidos pelos vendedores.
A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 52,43/saco para o produto dos EUA e R$ 48,09/saco para o produto argentino, ambos para setembro. Já o produto argentino para outubro ficou em R$ 50,39/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 33,55/saco para setembro; R$ 33,88 para outubro; R$ 34,17 para novembro; R$ 33,99 para dezembro; R$ 34,98 para janeiro; R$ 34,79 para fevereiro; e R$ 35,09/saco para março. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA