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Análise Semanal do Mercado de Trigo – 12/03/2016

TrigoAs cotações do trigo em Chicago subiram um pouco mais nesta semana, fechando a quinta-feira (10) em US$ 4,71/bushel, após o baixo valor de US$ 4,38 visto no dia 01/03.

O relatório de oferta e demanda do USDA também aqui trouxe poucas novidades. A safra e os estoques finais nos EUA ficaram como havia sido indicado em fevereiro, porém, houve pequena redução da produção e nos estoques mundiais do cereal, coms mesmos ficando, respectivamente, em 732,3 e 237,6 milhões de toneladas. A produção brasileira ficou mantida em 5,5 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina foi conservada em 11 milhões de toneladas. Nesse contexto, o Brasil deverá importar, em 2015/16, um total de 6,5 milhões de toneladas segundo o USDA.

Começa a pesar um pouco sobre o mercado o fato de o clima nos EUA não estar muito favorável ao desenvolvimento das lavouras de trigo locais. Altas temperaturas antecipadas fazem a germinação vir mais cedo em algumas regiões.

Por sua vez, as vendas líquidas de trigo por parte dos EUA, para o ano 2015/16, chegaram a 344.300 toneladas na semana encerrada em 25/02, com aumento de 42% sobre a média das quatro semanas anteriores. Ao mesmo tempo, as inspeções de exportação somaram 443.190 toneladas na semana encerrada em 03/03, volume considerado positivo.

Os preços da tonelada para exportação, nas regiões do Mercosul, variaram entre US$ 170,00 e US$ 200,00.

Aqui no Brasil, a estabilidade dos preços se manteve. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 33,50/saco, enquanto os lotes se mantiveram em R$ 680,00/tonelada (R$ 40,80/saco). No Paraná os lotes registraram valores entre R$ 770,00 e R$ 780,00/tonelada (R$ 46,20 e R$ 46,80/saco).

A tendência é de o cenário nacional para o trigo se modificar a partir do final de março, pois espera-se que os moinhos passem a importar mais trigo visando reposição de estoques. Esta importação, nos últimos dias, ficou mais interessante pela forte valorização do Real devido aos desdobramentos da Operação Lavo-Jato e suas consequências sobre a área política nacional. Do total a ser importado pelo Brasil, a Argentina espera participar com 60%.

Nesse sentido, no mês de fevereiro o Brasil importou 373.632 toneladas, acumulando 2,9 milhões de toneladas no atual ano comercial. Deste total, 58,5% foi procedente da Argentina, 21,8% do Paraguai, 10,5% do Uruguai e 9,2% dos EUA. Por sua vez, o Brasil exportou 157.165 toneladas de trigo em fevereiro, totalizando 652.959 toneladas neste ano comercial 2015/16. Obviamente, grande parte deste trigo é de qualidade inferior. O volume exportado foi considerado abaixo do esperado, já que os exportadores estão dando atenção ao milho, cereal que apresenta preços melhores.

Neste contexto, não há expectativa de mudança nos preços internos no curto e médio prazo. Todavia, muito disso irá depender do comportamento cambial e da futura área de trigo que o Brasil irá semear no próximo inverno. Em o Real voltando a se desvalorizar acima de R$ 4,00 por dólar e a área semeada se reduzindo substancialmente, como se especula, o preço do trigo nacional, mais para o final do ano, poderá sofrer um aumento importante. Sobretudo se Chicago não recuar mais do que os baixos níveis alcançados no início deste mês de março.

Fonte: CEEMA

Gráfico do Trigo na CBOT – Vencimento Set/16https://www.tradingview.com/x/t2hoSJcK/

Análise Semanal do Mercado da Soja – 05/03/2016

SojaAs cotações da soja voltaram a recuar nesta semana, chegando a atingir US$ 8,50/bushel no dia 01/03. Posteriormente, um pequeno ajuste técnico levou o fechamento do dia 03/03 (quinta-feira) para US$ 8,56. A média de fevereiro ficou em US$ 8,71, contra US$ 8,79/bushel em janeiro. No início de março de 2015 o bushel de soja, para o primeiro mês cotado, valia US$ 8,74.

O mercado já começou a se posicionar em relação ao próximo relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 09/03, embora o mesmo não deva trazer grandes novidades e, principalmente, está sofrendo pressão da colheita sul-americana que já se desenvolve e, por enquanto, está boa, indicando safra cheia na região.

Por sua vez, o Fórum Outlook do USDA, realizado no final de fevereiro, apontou que a relação estoque/consumo nos EUA, para soja, recuaria de 12,1% para 11,4% neste ano 2016/17. A área de soja a ser semeada poderá recuar um pouco, contrariando as perspectivas privadas, para ficar em 33,4 milhões de hectares, resultando em uma produção final de 103,7 milhões de toneladas, contra 106,9 milhões no último ano. O esmagamento de soja nos EUA subiria para 51,7 milhões de toneladas e as exportações do grão chegariam em 49,7 milhões. Os preços médios da soja em 2016/17, segundo o Fórum, ficariam em US$ 8,50/bushel, contra US$ 8,80 no ano anterior.

Estes números, todavia, devem ser vistos com cautela, pois não representam o que de fato tende a ocorrer na prática. É apenas um primeiro indicativo! O principal relatório esperado pelo mercado está previsto para o dia 31/03 com a intenção de plantio dos produtores estadunidenses.

Paralelamente, a colheita brasileira chegou a 33,3% da área estimada em 26/02, demonstrando que o processo está mais acelerado neste ano em relação ao ano anterior (28%) e à média histórica para o período (28,8%), segundo Safras & Mercado.

Por sua vez, as inspeções de exportação dos EUA atingiram a 1,05 milhão de toneladas na semana encerrada em 25/02, contra 1,55 milhão na semana anterior. No acumulado do ano comercial iniciado em 01/09, as inspeções somam 38,5 milhões de toneladas, contra 41,9 milhões no ano anterior.

Destaque ainda para o fato de que a área de soja semeada pela Argentina, nesta safra 2015/16, tenha ficado em 20,68 milhões de hectares ou 4,5% acima do semeado no ano anterior. Como a produção passada chegou a 61,4 milhões de toneladas, não se pode descartar a possibilidade de a colheita deste ano se aproximar deste número, apesar de o mercado estar estimando um volume de 58 milhões de toneladas devido a quebras climáticas.

Esse conjunto de dados, somados a preços do petróleo debilitados e a um dólar que constantemente se vê valorizado no cenário mundial, deixam as cotações da soja em níveis baixos em Chicago, sem grandes perspectivas de mudanças no médio prazo.

No Brasil, com o Real voltando a se valorizar um pouco (atingiu a R$ 3,89 por dólar em alguns momentos desta semana), os preços da soja cederam. A média gaúcha recuou para R$ 72,27/saco, enquanto os lotes fecharam a semana entre R$ 75,00 e R$ 75,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 60,50/saco em Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 70,50/saco em Pato Branco (PR).

A pressão da colheita a partir de agora deverá forçar uma baixa de preços, especialmente se o Real continuar a ganhar força perante o dólar. Por enquanto, diante dos fatos políticos e econômicos brasileiros, a tendência é o câmbio se manter ao redor de R$ 4,00, o que deverá estabilizar os preços da soja nestes níveis.

Em termos de preços futuros igualmente houve um pequeno recuo, com o FOB interior gaúcho, para maio, ficando em R$ 75,00/saco, enquanto Rio Grande fixou o CIF em R$ 80,50/saco para o mesmo mês. Nas demais praças, os valores assim ficaram: R$ 65,50/saco em Rondonópolis (MT), R$ 64,50 em Dourados (MS), R$ 65,80 em Rio Verde (GO), R$ 66,00 em Brasília (DF), R$ 65,00 em Uberlândia (MG), R$ 68,00 em Barreiras (BA), R$ 65,50 em Balsas (MA), R$ 66,50 em Uruçuí (PI), e Pedro Afonso (TO). (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Gráfico da SOJA na CBOT – Vencimento Set/16https://www.tradingview.com/x/AEIuXVGV/

Gráfico da SOJA na BM&F – Vencimento Set/16https://www.tradingview.com/x/rFPM9o7O/

Análise Semanal do Mercado de Milho – 05/03/2016

MilhoAs cotações do milho em Chicago pouco evoluíram nesta semana, fechando a quinta-feira (03) em US$ 3,53/bushel. A média de fevereiro ficou em US$ 3,63, repetindo a média de janeiro. Isso dá uma ideia da estabilização deste mercado no momento. Um ano atrás o primeiro mês cotado em Chicago registrava US$ 3,89/bushel.

A pressão da colheita sul-americana e o fato de que os EUA, talvez, não reduzam sua área semeada com milho em 2016 (atenção ao relatório de intenção de plantio previsto para o dia 31/03) não permitiram que os preços subissem. Além disso, dólar forte e petróleo com preços fracos trabalham contra qualquer recuperação em Chicago. E isso mesmo com exportações estadunidenses alcançando 934.000 toneladas na semana anterior, o que foi considerado bom pelo mercado. Todavia, na semana seguinte as vendas externas recuaram para 737.000 toneladas, esfriando um pouco o entusiasmo do mercado.

O Fórum Outlook do USDA indicou uma área a ser semeada com o cereal em 36,4 milhões de hectares para 2016, com estoques estáveis. Como se sabe, esse relatório pouco representa para o mercado. O que irá contar mesmo será a intenção de plantio do dia 31/03. Antes disso teremos o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 09/03, porém, não se espera grandes novidades junto ao mesmo.

Afora isso, não há fato novo no mercado internacional do milho.

Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB na exportação ficou em R$ 161,00 e R$ 142,50 respectivamente.

No mercado brasileiro, os preços se mantiveram estáveis. A média do balcão gaúcho fechou a semana em R$ 36,35/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 41,50 e R$ 42,00/saco. Nas demais praças os lotes giraram entre R$ 28,00/saco em Sapezal e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 42,00/saco em Videira, Chapecó e Concórdia (SC). Em Itahandu (MG) o saco foi negociado a R$ 44,50. Quanto à safrinha, o porto de Santos tem indicações de preços entre R$ 36,00 e R$ 36,50/saco.

As chuvas em grande parte do Sudeste e Centro-Oeste atrasaram a colheita, impedindo a entrada de milho novo no mercado durante a semana, fato que segurou as cotações do cereal. Isso ficou mais evidente em Minas Gerais, Goiás e São Paulo. O pouco milho que vai sendo colhido tem forte procura e não tem havido espaço para alguma acomodação nos preços. (cf. Safras & Mercado) Os preços deverão permanecer firmes ainda em março, podendo recuar posteriormente dependendo do que será semeado na safrinha.

As exportações brasileiras do cereal continuam firmes, com o mês de fevereiro fechando em 5,37 milhões de toneladas, sendo que boa parte é registro de embarques atrasados. Mesmo assim, o chamado embarque efetivo chegou a 2,28 milhões de toneladas, o que é alto para o primeiro mês do novo ano comercial. Março teria um milhão de toneladas para embarcar.

Enfim, a semana terminou com a importação valendo, no CIF indústrias brasileiras, R$ 49,68/saco para o produto dos EUA e R$ 48,28 para o produto argentino, ambos para março. Já para abril o produto argentino fica em R$ 50,62/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, registrou os seguintes valores: R$ 41,45/saco para março; R$ 41,27 para abril; R$ 38,23 para maio; R$ 38,84 para julho; R$ 34,67 para agosto; R$ 34,46 para setembro; R$ 35,53 para outubro; e R$ 35,76/saco para novembro. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Gráfico do MILHO na BM&F – Vencimento Set/16https://www.tradingview.com/x/LuC8OvYI/

Gráfico do MILHO na CBOT – Vencimento Set/16https://www.tradingview.com/x/9QUQUoTt/

Análise Semanal do Mercado de Trigo – 05/03/2016

TrigoAs cotações do trigo em Chicago voltaram a recuar forte na semana, chegando a bater em US$ 4,38/bushel no dia 01/03. Após ajustes técnicos, o fechamento desta quinta-feira (03) ficou em US$ 4,53/bushel. A média de fevereiro foi de US$ 4,59/bushel, contra US$ 4,73 em janeiro. Um ano atrás Chicago cotava o primeiro mês em US$ 5,13/bushel.

O Fórum Outlook do USDA indicou a possibilidade de uma área semeada com trigo, nos EUA, ao redor de 20,6 milhões de hectares em 2016. Isso significa 6,7% a menos do que a registrada no ano anterior. O preço médio do cereal ficaria ao redor de US$ 4,20/bushel neste ano. Como se sabe, o que irá contar mesmo para o mercado é o relatório de intenção de plantio, a ser anunciado no dia 31/03.

Por sua vez, as vendas líquidas estadunidenses, em trigo, atingiram a 387.900 toneladas na semana encerrada em 18/02, com um ganho de 77% sobre a média das quatro semanas anteriores. Para o novo ano comercial 2016/17 foram negociadas 98.300 toneladas. Já as inspeções de exportação somaram 371.934 toneladas na semana encerrada em 25/02. Em igual período do ano passado o volume inspecionado foi de 480,754 toneladas.

Nas regiões de exportação do Mercosul, o preço da tonelada FOB se manteve entre US$ 170,00 e US$ 203,00.

No Brasil, os preços do trigo continuaram estáveis, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 33,60/saco, enquanto os lotes atingiram a R$ 680,00/tonelada ou R$ 40,80/saco. No Paraná os lotes ficaram entre R$ 760,00 e R$ 770,00/tonelada, ou seja, entre R$ 45,60 e R$ 46,20/saco. Valores estes para o produto de qualidade superior.

O mercado nacional fechou o mês de fevereiro com a média paranaense em R$ 765,00/tonelada (R$ 45,90/saco) e a gaúcha em R$ 680,00/tonelada (R$ 40,80/saco). Moinhos abastecidos, produtores focados na colheita de verão, e preços elevados para o milho colocaram o trigo em segundo plano. Além disso, a forte elevação dos fretes e a falta de caminhões fazem com que os moinhos se interessem pelo trigo a partir de abril. Enfim, há indicação de compra de trigo procedente do Paraguai a US$ 180,00/tonelada. Ao câmbio de hoje, isso representa R$ 42,12/saco. Como se nota, por enquanto, mesmo com a diferença de preço se reduzindo, o trigo nacional continua mais atrativo. O problema é que praticamente não há produto nacional de qualidade superior. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Gráfico do TRIGO na CBOT – Vencimento Set/16https://www.tradingview.com/x/odc56TYC/

Análise Semanal do Mercado de Soja – 26/02/2016

SojaAs cotações da soja, nesta semana, voltaram a recuar em Chicago. O primeiro mês cotado fechou esta quinta-feira (25) em US$ 8,59/bushel, contra US$ 8,79 uma semana antes.

Na prática não há grandes novidades no cenário internacional. A safra sul-americana caminha bem, devendo bater um recorde de produção, embora a colheita brasileira indique que o volume final possa vir menor do que o inicialmente esperado. A Conab estima agora 98,5 milhões de toneladas, contra um pouco mais de 100 milhões no mês passado. A safra argentina deverá ficar ao redor de 58 milhões de toneladas, enquanto nos demais países da região não se espera modificação dos números já anunciados anteriormente. Ao mesmo tempo, as cotações do petróleo voltaram a recuar no mercado internacional, diante da persistência da crise econômico-financeira internacional. A demanda está tão somente sustentada na China, que arrefece o seu crescimento econômico de forma significativa nos últimos três anos. Nesse sentido, o governo chinês vem fazendo importantes desvalorizações de sua moeda, o que encarece suas importações e favorece as exportações. Ao mesmo tempo, os países produtores de soja continuam em recessão ou quase (Brasil e Argentina), enquanto outros acusam crescimento econômico abaixo do esperado (EUA).

Ao mesmo tempo, as exportações líquidas de soja por parte dos EUA continuam não entusiasmando o mercado. Na semana encerrada em 11/02 o volume atingiu a 567.000 toneladas, ficando apenas 4% acima da média das quatro semanas anteriores. Para o ano 2016/17 as mesmas atingiram 28.700 toneladas. Já as inspeções de exportação, na semana encerrada em 18/02, somaram 1,53 milhão de toneladas.

Nesta quinta-feira (25) o mercado esperava as primeiras projeções sobre a futura safra de verão dos EUA, que deverão vir no contexto do Fórum Outlook Anual em realização naquele país. Todavia, tais números não são os mais considerados pelo mercado. O que contará mesmo será o relatório de intenção de plantio, a ser divulgado no próximo dia 31/03.

No Brasil, diante de tal quadro internacional e com o retorno do Real à casa dos R$ 3,95 em alguns momentos da semana, os preços se mantiveram estáveis para a soja. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 73,33/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 76,50 e R$ 77,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 60,30/saco em Sorriso (MT) e R$ 73,50/saco em Pato Branco (PR).

Em termos de preços futuros, Rio Grande manteve o valor de R$ 81,00/saco CIF para maio, enquanto o interior gaúcho ficou em R$ 76,50/saco FOB. Nas demais praças nacionais tivemos os seguintes valores: R$ 78,50/saco CIF em Paranaguá para março. Já para o período de março e abril Rondonópolis (MT) registrou R$ 66,00/saco; Dourados (MS) R$ 66,00; Rio Verde (GO) R$ 66,00 e Brasília (DF) também R$ 66,00/saco, no CIF. Já Uberlândia (MG) ficou em R$ 67,00/saco, enquanto Barreiras (BA) atingiu a R$ 70,00; Balsas (MA) R$ 65,50, no CIF. Ainda tivemos Uruçuí (PI) e Pedro Afonso (TO) com R$ 68,00, ambos para maio. (cf. Safras & Mercado)

Por sua vez, na BM&F o contrato março/16 fechou em US$ 19,12/saco; maio ficou em US$ 19,23 a saca; e julho em US$ 19,37/saco.

Concluída a terceira semana de fevereiro a colheita brasileira de soja atingia a 23% da área total. No Rio Grande do Sul, onde a mesma não iniciou, as primeiras estimativas dão conta de uma produtividade média um tanto baixa, de 42 sacos/hectare. A safra local, devido as questões climáticas, no máximo poderá ser considerada normal caso o clima ajude até o final. Estima-se perdas de 10% em relação ao inicialmente esperado, o que representará um volume final em torno de 14 milhões de toneladas (talvez um pouco abaixo disso).

Gráfico da SOJA na CBOT – Vencimento Maio/2016https://www.tradingview.com/x/8EdaqHb6/

Gráfico da SOJA na BM&F – Vencimento Maio/2016https://www.tradingview.com/x/LaNVFHZL/

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Milho – 26/02/2016

MilhoAs cotações do milho em Chicago igualmente recuaram um pouco, fechando a quinta-feira (25) em US$ 3,55/bushel, contra US$ 3,65 uma semana antes.

As vendas líquidas de milho por parte dos EUA foram positivas na semana encerrada em 11/02, com um volume de 1,05 milhão de toneladas, sendo 20% acima da média das quatro semanas anteriores. Para 2016/17 o volume vendido foi de 247.200 toneladas. Mesmo assim, o mercado pouco reagiu ao fato.

Pesou para isso o fato de que analistas privados estejam antecipando aumento na futura área semeada de milho e soja nos EUA, em detrimento do trigo. Para o milho a indicação é de 36,3 milhões de hectares e para a soja 33,7 milhões. Nos dois casos, se confirmados, áreas que provocariam novas baixas em Chicago. O relatório de intenção de plantio, no próximo dia 31/03, é o que dará o tom quanto ao plantio naquele país, embora os números do Fórum Outlook Anual, previstos para este final de semana, possam mexer com o mercado no curto prazo.

Em contraponto a essa notícia baixista, a tendência de produção na Argentina é de 25 milhões de toneladas, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, para uma área semeada 9% menor do que o ano anterior (3,3 milhões de hectares). A produção no ano passado foi de 28 milhões de toneladas.

Quanto aos atuais preços do milho, na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB para exportação ficou em US$ 165,00 e US$ 140,00 respectivamente.

Aqui no Brasil o mercado continua firme, com negócios bastante travados já que o foco principal, no momento, é o escoamento da soja. O frete já está subindo, complicando ainda mais o quadro. O referencial Campinas permaneceu cotado entre R$ 45,00 e 45,50/saco, no disponível, enquanto a média no balcão gaúcho fechou a semana em R$ 36,28/saco. Nos lotes, a semana fechou entre R$ 41,50 e R$ 42,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 28,00/saco em Campo Novo do Parecis e Sapezal (MT), e R$ 42,50/saco em Concórdia e Videira (SC). Na região mineira de Itahandu o saco chegou a R$ 44,00.

Atualmente, muitos compradores paulistas se deparam com estoques enxutos. A indicação de oferta na Sorocabana seguiu entre R$ 40,00 e R$ 41,00/saco. (cf. Safras & Mercado)
Ao mesmo tempo, os embarques de milho em fevereiro, até o dia 20, teriam chegado a 4,42 milhões de toneladas segundo a SECEX, o que continua pressionando para cima os preços internos brasileiros.

Os leilões oficiais de milho neste dia 24/02 negociaram apenas 25,5% da oferta, ou seja, 38.198 toneladas. Um novo leilão está marcado para o dia 02/03.

Em síntese, o mercado brasileiro não está esperando queda importante de preços do milho antes da safrinha, que será colhida apenas em agosto/setembro. Nesse sentido, vale destacar que no Sudoeste de Goiás houve alguns indicativos de negócios com milho safrinha entre R$ 24,00 e R$ 25,00 por saco.

A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 51,20/saco para o produto dos EUA e R$ 50,15/saco para o produto da Argentina, ambos para fevereiro. Já o produto argentino, para março, ficou em R$ 52,31/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, registrou os seguintes valores: R$ 42,69/saco para fevereiro; R$ 42,13 para março; R$ 40,33 para abril; R$ 40,82 para maio; R$ 37,08 para julho; R$ 36,17 para agosto; R$ 36,06 para setembro; e R$ 37,08/saco para outubro. (cf. Safras & Mercado).

Gráfico do MILHO na CBOT – Vencimento Maio/2016https://www.tradingview.com/x/FBHUIuiI/

Gráfico do MILHO na BM&F – Vencimento Maio/2016https://www.tradingview.com/x/EQYUpLw0/

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Trigo – 26/02/2016

TrigoAs cotações do trigo em Chicago continuaram despencando nesta semana, fechando o dia 25/02 em US$ 4,45/bushel, após US$ 4,42 na véspera. Trata-se de valores que não eram vistos há anos.


Um dos motivos deste constante recuo se encontra na enorme oferta mundial de trigo. O anúncio, durante a semana, de que as exportações de trigo macio aumentarão em 2016/17, por parte da União Europeia, somente confirmaram tal quadro. Segundo o analista privado Strategie Grains, o bloco deverá exportar 30,6 milhões de toneladas neste novo ano comercial, alta de 2,3 milhões de toneladas sobre o realizado no ano anterior.


Por sua vez, o desempenho das exportações de trigo por parte dos EUA continua fraco. As vendas líquidas, na semana encerrada em 11/02, fecharam em 253.600 toneladas para 2015/16, ficando apenas 6% acima da média das quatro semanas anteriores. Já as inspeções de exportação, na semana do 18/02, ficaram em 245.464 toneladas. O USDA estima que as vendas estadunidenses de trigo ao exterior poderão ficar 44% menores neste ano.


Soma-se a isso, ainda, o fato de a Argentina estar acelerando suas exportações após a desvalorização do peso, iniciada em meados de dezembro passado. A mesma teria provocado uma elevação de 85% no preço da tonelada do cereal em moeda nacional, enquanto em dólar o produto recuou 23%. Com isso, o produto argentino se torna mais competitivo. Por enquanto, o Brasil comprou 50% do total das vendas argentinas, contra 85% no ano anterior. Isso deverá obrigar nosso país a buscar trigo em outras regiões do mundo.


Nesse sentido, as compras externas de trigo pelo Brasil estão mais fracas neste ano, muito também devido ao câmbio. Entre agosto/15 e janeiro/16 o volume adquirido ficou em 2,53 milhões de toneladas, contra 2,64 milhões em igual período do ano anterior. O Brasil, no mínimo, deverá importar 6,3 milhões de toneladas no atual ano comercial.
No Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai), a tonelada FOB para exportação ficou entre US$ 170,00 e US$ 203,00 no final da corrente semana.


No Brasil, as médias permanecem estáveis, porém, o produto de qualidade superior continua se elevando. Em Minas Gerais, por exemplo, a compra chega a registrar R$ 820,00/tonelada (R$ 49,20/saco) e no Paraná R$ 800,00/tonelada (R$ 48,00/saco). Mas os vendedores continuam retraídos, contrariando as expectativas. Isso se deve ao fato de que o milho subiu ainda mais de preço, levando os produtores a optarem pela venda, primeiro, deste cereal e depois do trigo. Em relação ao ano anterior, no Paraná, o trigo subiu 36% e o milho 64%. (cf. Safras & Mercado).


Aqui no Rio Grande do Sul a média no balcão fechou a semana em R$ 33,58/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 680,00 e R$ 700,00/tonelada ou R$ 40,80 e R$ 42,00/saco. No Paraná, a média girou ao redor de R$ 765,00/tonelada ou R$ 45,90/saco. Em função da paridade de importação, elevada devido a desvalorização do Real, os produtores pedem preços ainda mais elevados. Em algumas localidades do sul do país o preço pedido chega a R$ 900,00/tonelada, ou seja, R$ 54,00/saco. Tudo isso porque a oferta de trigo de qualidade superior é muito escassa no Brasil devido a forte frustração da safra do ano passado.


Enfim, continua o sentimento de que a área da futura safra de trigo tenderá a diminuir bastante no Brasil. No Paraná, como já frisamos no boletim passado, a tendência será aumentar o plantio do milho safrinha em detrimento do trigo, caso o clima permita. Isso indica preços mais elevados para o trigo nacional no final de 2016 e primeiro semestre de 2017.

Gráfico do TRIGO na CBOT – Vencimento Maio/2016https://www.tradingview.com/x/75YvuYUS/

Fonte: CEEMA.

Análise Semanal do Mercado de Soja – 12/02/2016

SojaNeste período em que estivemos de recesso, em função dos feriados de final de ano e das férias de verão, pouca coisa mudou no cenário internacional da soja. As cotações em Chicago, que haviam fechado o dia 29/12 (boletim anterior) em US$ 8,70/bushel, para o primeiro mês cotado, se mantiveram nesta linha nos cerca de 50 dias posteriores a esse. Tanto é verdade que a média de dezembro ficou em US$ 8,80/bushel, enquanto janeiro fechou com a média de US$ 8,79 (primeiro mês cotado). Já o fechamento deste dia 11/02 ficou ainda mais baixo, registrando US$ 8,73/bushel, após US$ 8,62 na véspera. Vale ainda salientar a péssima performance do farelo de soja, que recuou para níveis de US$ 261,00/tonelada curta no dia 10/02, enquanto o óleo se manteve bem mais firme, a 31,59 centavos de dólar por libra-peso no dia 11/02.

A principal novidade nesse período foi a redução da estimativa de safra passada nos EUA, com a mesma ficando agora, segundo o relatório do USDA de oferta e demanda (09/02/2016), em 106,95 milhões de toneladas. Mesmo assim, um recorde histórico já que o número definitivo da safra do ano anterior acabou ficando em 106,88 milhões de toneladas. Entretanto, os estoques finais de soja nos EUA foram elevados para 12,23 milhões de toneladas nesse relatório de fevereiro, contra 5,19 milhões registrados na safra anterior. Em termos mundiais, a safra total ficará em 320,5 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais seriam de 80,4 milhões de toneladas, após 77,1 milhões um ano antes.

A safra argentina foi aumentada, com estimativa agora em 58,5 milhões de toneladas, enquanto a brasileira foi mantida em 100 milhões de toneladas. Nesse contexto, a produção final da América do Sul caminha para um novo recorde, caso o clima ajude até o final, com um volume que deverá superar os 170 milhões de toneladas.

Nesse contexto, não há expectativa de mudanças no cenário das cotações em Chicago para as próximas semanas. Sobretudo porque a crise econômica internacional, que causa freada nas economias mundiais, inclusive emergentes como a China, voltou a recrudescer neste início de ano. Nesse sentido, o relatório do USDA manteve o patamar médio de preços, para 2015/16, entre US$ 8,05 a US$ 9,55/bushel, após média de US$ 10,10 em 2014/15 e US$ 13,00/bushel em 2013/14.

Outro fator baixista para Chicago continua sendo a má performance das exportações de soja por parte dos EUA. A última semana de janeiro passado registrou o pior resultado do atual ano comercial 2015/16, iniciado em 1º de setembro, enquanto para 2016/17 o volume ficou em apenas 65.700 toneladas

Pelo lado da demanda, a boa notícia vem da China, principal importador mundial de soja. Mesmo com a crise econômica vivida pelo país no momento, a projeção para o consumo da oleaginosa, até 2020, é de crescimento em 24%, com o volume atingindo a 115 milhões de toneladas anuais segundo a BMI Research. O aumento na produção de gado bovino seria o principal motivo de tal salto. Todavia, é bom destacar que entre 2011 e 2015 o crescimento no consumo de soja naquele país asiático foi de 46%. Ou seja, em termos de crescimento percentual, o consumo se reduziria pela metade nestes próximos cinco anos compreendidos entre 2016 e 2020. A gripe aviária e a crise econômica estariam na origem de uma redução no consumo de rações. Aliás, nos EUA, segundo maior consumidor mundial de soja, entre 2016 e 2020 igualmente deverão registrar um crescimento menor no consumo da oleaginosa. O mesmo será de apenas 7%, muito abaixo do registrado entre 2011 e 2015. (cf. Safras & Mercado)

No mercado brasileiro, a melhor novidade para os produtores foi a volta do câmbio ao redor de R$ 4,00 por dólar, fato que oferece maior valorização à soja, produto de exportação basicamente. Nesta segunda semana de fevereiro, entretanto, o câmbio oscilou entre R$ 3,90 e R$ 3,95. 

Mesmo assim os preços da oleaginosa pouco evoluíram. O ano de 2015 terminou com a média gaúcha no balcão valendo R$ 74,33/saco. Nesta segunda semana de fevereiro de 2016 a média ficou em R$ 73,48. Já na média semanal, os valores dos lotes no Rio Grande do Sul, que no final do ano superavam um pouco os R$ 80,00/saco, terminam esta segunda semana de fevereiro ao redor de R$ 78,00/saco. Pelo sim ou pelo não, o fato é que tais preços continuam excelentes e o câmbio mais uma vez está sustentando os preços da soja no Brasil. Para se ter uma ideia, caso o câmbio tivesse permanecido ao redor de R$ 2,25 (valor encontrado em julho de 2014), a soja estaria hoje, pelas cotações atuais em Chicago, ao redor de R$ 38,00/saco. Se o câmbio tivesse permanecido nos valores registrados há um ano (R$ 2,70), o saco de soja no balcão gaúcho valeria ao redor de R$ 45,00. É bom lembrar igualmente que os produtores brasileiros, em grande parte, fizeram a atual lavoura a um custo entre R$ 3,50 e R$ 4,00 por dólar. Nesse sentido, um Real abaixo de R$ 4,00 tende a tirar rentabilidade dos mesmos. Esse fato exige que a produtividade final das lavouras, um tanto comprometida em algumas regiões, como o Mato Grosso, precisa ser muito boa caso o câmbio mude de trajetória.

Prevendo isso, um grande número de produtores realizou vendas antecipadas, aproveitando os excelentes preços indicados a partir de setembro passado no mercado futuro. Assim, segundo Safras & Mercado, até o início deste mês de fevereiro, 51% da safra de soja projetada já estaria vendida no país, contra 38% na safra anterior. No Rio Grande do Sul esse percentual, na corrente safra, atinge a 38%.  

Em termos de preços futuros, o interior gaúcho terminou a segunda semana de fevereiro com R$ 73,50/saco FOB; o Centro-Oeste, para o período de março e abril, com valores entre R$ 63,00 e R$ 68,00/saco CIF; na região do Matopiba, para maio, os valores giram entre R$ 70,00 e R$ 71,00/saco CIF; em Uberlândia (MG), para março/abril temos valores ao redor de R$ 66,00/saco CIF. (Cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Gráfico da Soja na CBOTSoja

Análise Semanal do Mercado de Milho – 12/02/2016

MilhoNo mercado internacional do milho igualmente o cenário foi de estabilidade. As cotações do bushel em Chicago que, para o primeiro mês cotado, fecharam o dia 29/12 em US$ 3,62, pouco se movimentaram nas semanas seguintes, fechando este dia 11/02 em US$ 3,60. Na primeira quinzena de janeiro o bushel chegou a recuar para níveis próximos a US$ 3,50. A média de dezembro ficou em US$ 3,69 e a de janeiro em US$ 3,63/bushel.

O recente relatório do USDA (09/02) apenas confirmou a safra dos EUA, colhida no final de 2015, em 345,5 milhões de toneladas, porém, elevou os estoques finais naquele país para 46,7 milhões em 2015/16. Em termos mundiais, a safra total será de 970,1 milhões de toneladas, com estoques finais em 208,8 milhões, contra estoques finais de 206,2 milhões na safra anterior.

Ao contrário da soja, o milho estadunidense tem encontrado, nesse momento, boas condições de exportação, atingindo a 1,13 milhão de toneladas na semana encerrada em 28/01. Esse volume ficou 56% acima da média das quatro semanas anteriores.

Na Argentina, a tonelada FOB de milho para exportação fechou a semana em US$ 168,00, enquanto no Paraguai a mesma já alcança a US$ 130,00 na média.

Aqui no Brasil, os preços continuaram subindo, especialmente após o anúncio de que o país possa ter exportado cerca de 38 milhões de toneladas no ano comercial 2015/16, encerrado no último dia 31 de janeiro. Somente no mês de janeiro/16 o volume exportado atingiu a 4,5 milhões de toneladas.

Nesse contexto, a média do balcão gaúcho alcançou, na segunda semana deste mês de fevereiro o valor de R$ 34,44/saco, porém, havendo regiões que pagavam até R$ 40,00/saco (no final de dezembro passado a média gaúcha era de R$ 30,08/saco). Por enquanto, mesmo com uma safra de verão muito boa no país, especialmente no Rio Grande do Sul, onde mais de 30% já foi colhido, a tendência de curto prazo ainda é de preços em alta. Tanto é verdade que em São Paulo as regiões produtoras registram valor de R$ 40,00/saco no disponível, enquanto a referência Campinas trabalha entre R$ 44,50 e R$ 45,00/saco CIF. Em termos de exportação, a tendência agora é de forte diminuição nas vendas devido a logística se concentrar no escoamento da nova safra de soja que começa a ser colhida no país.

A alta dos preços, detectada desde o início do segundo semestre do ano passado, preocupa o governo, pois o custo das rações subiu muito, penalizando os criadores em geral e pressionando a inflação final ao consumidor, junto ao setor das carnes. Assim, o governo colocou 500.000 toneladas de seus estoques em diversos leilões. O primeiro já ocorreu, porém, pouco mexeu com os preços do cereal. O segundo leilão está previsto para o próximo dia 16/02. Espera-se uma demanda excelente.

Enfim, a segunda semana de fevereiro terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 51,07/saco para o produto dos EUA, e R$ 50,28/saco para o produto argentino. Na exportação, o transferido via Paranaguá, registrou os seguintes valores: R$ 41,94/saco para fevereiro; R$ 40,86 para março; R$ 38,23 para abril; R$ 38,55 para maio; R$ 36,90 para julho; R$ 35,06 para agosto; e R$ 35,31/saco para setembro.

Fonte: CEEMA

Gráfico do Milho na CBOTMilho

Gráfico do Milho na BM&FBM&F

Análise Semanal do Mercado de Trigo – 12/02/2016

TrigoAs cotações do trigo em Chicago recuaram desde o final de dezembro passado. Após baterem em R$ 4,75/bushel no dia 29/12 (ver Boletim anterior), o cereal chegou a ser cotado a US$ 4,57 nesta segunda semana de fevereiro/16, fechando o dia 11/02 em US$ 4,58/bushel. A média de dezembro ficou em US$ 4,74 e a de janeiro em US$ 4,73/bushel.

O relatório de oferta e demanda do USDA, neste dia 09/02, além de confirmar a safra estadunidense em 55,8 milhões de toneladas, elevou os estoques finais naquele país para 2015/16, com os mesmos chegando agora a 26,3 milhões de toneladas. Em termos mundiais a produção ficou em 735,8 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais igualmente foram elevados, passando agora para 238,9 milhões de toneladas.

Outro fator que pesa para a fraqueza das cotações se encontra nas vendas líquidas estadunidenses. O cereal, na semana encerrada em 28/01, atingiu exportação de 66.200 toneladas apenas, ficando 74% abaixo da média das últimas quatro semanas.

Assim, em condições normais, o quadro em Chicago não deve se alterar muito nas próximas semanas.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação variou, nestes primeiros 10 dias de fevereiro, entre US$ 160,00 e US$ 200,00.

Já no mercado brasileiro, os preços estagnaram. A média gaúcha no balcão, que havia terminado o ano passado em R$ 33,28/saco, bateu em R$ 33,70 na segunda semana de fevereiro/16. Nos lotes, a semana registrou R$ 660,00/tonelada (R$ 39,60/saco) no Rio Grande do Sul, e R$ 760,00/tonelada (R$ 45,60/saco) no Paraná.

Nesse momento, com a revalorização do Real (R$ 3,90 a R$ 3,95 por dólar), após ter ultrapassado novamente os R$ 4,00 em janeiro, o preço do produto importado fica mais competitivo. Assim, o trigo do Paraná está apenas 2% mais baixo do que o preço do produto uruguaio posto em São Paulo. Já o trigo argentino está 12% mais caro e o trigo macio e duro dos EUA respectivamente 25,3% e 25% mais elevados. (cf. Safras & Mercado)

Com a falta de produto de qualidade disponível no mercado nacional, devido a forte frustração na última colheita, e diante de moinhos estocados, haverá dificuldade para altas no preço do trigo nacional caso o câmbio se mantenha nestes níveis. Nem mesmo a fraca performance dos preços em Chicago tem ajudado neste momento. Já no médio e longo prazo a tendência é de alta, principalmente porque pode haver forte redução de área semeada na safra de 2016. 

Isso porque, diante dos elevados custos de produção, e de constantes frustrações climáticas e/ou de mercado, os produtores gaúchos se veem desestimulados ao plantio. No Paraná, os excelentes preços do milho tendem a elevar a área com a safrinha deste cereal, em detrimento do plantio de trigo. Enfim, a Argentina, com a recente retira do imposto de exportação sobre o trigo, deverá aumentar consideravelmente sua área semeada com o cereal, devendo oferecer bem mais produto na exportação na próxima temporada, caso o clima permita. (cf. Safras & Mercado)

Fonte: CEEMA

Gráfico do Trigo na CBOTTrigo